Crack: sinais de dependência. Saiba como ajudar!
O crack é uma substância derivada da cocaína que surgiu em 1984, nos grandes centros dos EUA. Ela chegou ao Brasil na década de 90, onde rapidamente se popularizou. Ao serem acesas, as pedras emitem um som característico, daí a origem do nome de crack.
O crack é fumado e rapidamente atinge o Sistema Nervoso Central (SNC). Os seus efeitos começam entre 10 e 15 segundos e duram cerca de cinco minutos. Esse rápido início e término do efeito leva o usuário a repetir o uso por várias e várias vezes em curtos períodos de tempo. Logo, após os efeitos do crack acabarem, o usuário sente uma sensação de depressão, angústia e fissura, levando-o a imediatamente ter um forte desejo de consumir mais droga.
Quanto mais rápido o início da ação de uma substância e mais rápido o seu término, maior é o poder viciante dessa substância. No caso do crack, esses efeitos são muito rápidos.
Ação do crack no organismo
O crack é uma droga estimulante do SNC e os seus efeitos são:
- Excitação, aumento da energia e disposição, e aumento do estado de alerta;
- Intensa sensação de prazer, euforia, e grande sensação de poder;
- Alterações da percepção da realidade. Ou seja, sensação de estar sendo vigiado ou perseguido, chamado popularmente de paranoia ou mesmo nóia;
- Alucinações auditivas, ou seja, ouvir vozes ou barulhos que não existem.
Após algumas vezes que o indivíduo faz uso da substância, ele se torna dependente e quando não está em uso sente uma forte depressão, apatia e angústia, o que o leva a ter uma forte fissura, a compulsão para usar a droga mais vezes. No caso do crack essa fissura é avassaladora.
O aumento do metabolismo e da atividade, associados à falta de apetite, leva o indivíduo a um rápido emagrecimento, muitas vezes levando a um quadro de desnutrição.
Além disso, problemas respiratórios, como tosse, falta de ar, dor no peito são bastante frequentes. Isso porque trata-se de uma droga fumada em altas temperaturas e muitas vezes com condições de higiene precárias. Isso, associado à baixa imunidade, o que leva frequentemente a contrair doenças infecciosas do pulmão, como pneumonia e tuberculose.
Além disso, há um grande risco de contágio por Doenças Sexualmente Transmissíveis (DSTs), visto que muitas vezes o uso é acompanhado de relações sexuais sem a prevenção adequada.
Efeitos do crack no cérebro
O crack agride o cérebro e pode levar a vários quadros neuropsiquiátricos como psicose, depressão, desorientação, convulsões e prejuízos cognitivos, relacionados à atenção, memória e capacidade de organização.
Saiba que como o crack interfere na forma como o cérebro processa os neurotransmissores, o corpo vai se acostumando com a substância e criando tolerância, ou seja, a pessoa precisa de mais e mais quantidade da droga para se sentir apenas “normal”.
Com o passar do tempo, toda a energia da pessoa está voltada apenas para o consumo do crack, e seus pensamentos voltados em conseguir mais droga e usar mais. Com isso, os dependentes de crack perdem o interesse em outras áreas da vida, inclusive cuidados pessoais, outras fontes de prazer e até mesmo alimentação.
Quando o efeito da droga passa, o usuário sente uma forte depressão e angústia. Isto pode ficar tão sério que a pessoa fará quase qualquer coisa para conseguir a droga. Muitas vezes a angústia e o desespero é tão intenso que leva o usuário a cometer suicídio.
Buscando ajuda
Como podemos perceber, estamos diante de uma droga extremamente potente e que causa danos graves ao indivíduo. Trata-se também de um problema social e de saúde pública. Muitas vezes o usuário perde sua capacidade de gerir a própria vida. Isso requer atitude de uma equipe de saúde junto com a família do paciente para levá-lo a uma internação involuntária.
Porém, existem muitos mitos em relação a essa doença. Não é verdade que o crack não tem tratamento e que o usuário sempre será um usuário. Alguns precisarão de apoio psicológico, social e cuidados de enfermagem. Outros de medicamentos e tratamento psiquiátrico especializado, internação em hospital-dia, onde ele passa o dia no hospital e volta para casa à noite. Outros precisarão de internação integral, mas cada caso deve ser avaliado separadamente.
Os dependentes do crack, ou seus familiares, podem buscar ajuda no CAPS-AD (Centros de Atenção Psicossocial de Álcool e Drogas). A equipe do local orientará os familiares e amigos sobre como levar o paciente para o tratamento.
Vale ressaltar que estamos diante de um problema sério, mas que tem tratamento. É necessário buscar um apoio psicológico, buscar o tratamento especializado, frequentar grupos de mútua ajuda como o Narcóticos Anônimos (NA), e buscar a reintegração na sociedade.
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