Hepatite alcoólica
A hepatite é uma inflamação no fígado que pode ser causada por vírus, uso excessivo de álcool, drogas ou doenças autoimunes. Essa doença é uma condição que pode ser grave e, em alguns casos, levar a complicações como cirrose ou câncer de fígado.
Neste texto, vamos falar sobre a hepatite alcoólica, seus sintomas, diagnóstico e tratamento.
Hepatite alcoólica e cirrose
A hepatite alcoólica é uma inflamação no fígado causada pelo álcool e, normalmente, ocorre em quem consome muita bebida alcoólica. A cirrose é o resultado final de muitos anos de inflamação e destruição de células hepáticas.
Ao ingerir bebida alcoólica, o fígado inicia o processo de metabolização para produzir toxinas. Essas toxinas podem agredir o fígado levando a um processo de cicatrização exacerbada, também chamada de fibrose. Com o tempo, essas cicatrizes vão substituindo o fígado normal, resultando em um fígado com muitas cicatrizes e endurecido, chamado de cirrose.
Existem diferentes causas para a cirrose e a hepatite alcoólica é uma das mais importantes.
Sintomas de hepatite alcoólica
Primeiro, é importante saber que o fígado é um órgão silencioso, ou seja, no início do processo inflamatório, o paciente não costuma apresentar sintomas, mas se a ingestão alcoólica for muito exagerada, em pouco tempo, ele pode apresentar hepatite alcoólica, destruindo células hepáticas importantes, e sintomas, como:
- Icterícia, caracterizada pelo amarelamento da pele e da parte branca dos olhos;
- Náuseas e vômitos;
- Cansaço e fraqueza.
- Perda de peso importante: o álcool é bastante calórico e faz com que a pessoa perca o apetite. Desta forma, ela vai se alimentar menos do que deveria e deixar de ingerir proteínas, prejudicando ainda mais a parte nutricional.
É importante saber que se não houver a parada da ingestão alcoólica, o paciente vai evoluir para cirrose e insuficiência do fígado, resultando em complicações da cirrose, que são:
Aumento do volume da barriga ou barriga d’água, também conhecida por ascite: acúmulo de líquido ao redor dos órgãos, dentro da cavidade abdominal;
Confusão mental e sonolência: quando o fígado não funciona corretamente, ele deixa de metabolizar a proteína que ingerimos na dieta. Saiba que a amônia não metabolizada pelo fígado doente, afeta o cérebro e causa encefalopatia hepática, caracterizada por sonolência durante o dia e insônia à noite, além de irritabilidade, falta de concentração, comportamento social inadequado, confusão mental. Tudo isso pode colaborar para uma evolução do coma hepático.
Vale lembrar que quando se desenvolve cirrose, o fígado fica extremamente duro e dificulta a circulação do sangue por dentro dele, principalmente pela quantidade exagerada de tecido cicatricial presente.
Quando isso acontece, parte do sangue que passaria pelo fígado é desviado para outras veias menores, especialmente para o esôfago e estômago. Saiba que as veias menores têm paredes finas e, por isso, podem romper, causando sangramento. Quando uma dessas varizes no esôfago é rompida, o paciente vomita grande quantidade de sangue e precisa ser encaminhado a um pronto- socorro com urgência.
Diagnóstico de hepatite alcoólica
O primeiro passo para o diagnóstico de hepatite alcoólica é considerar a história clínica do paciente e se ela indica consumo de bebida alcoólica. Também pode ser realizado exame físico para ajudar a confirmar ou excluir a suspeita.
A história clínica é essencial, pois é neste momento que o especialista vai conversar com o paciente, ou acompanhante, sobre o risco de cada bebida e confirmar se ele faz ou não a ingestão.
Saiba que cada bebida alcoólica possui um percentual diferente de concentração de álcool puro e que também prejudica a saúde:
- Cerveja: em média 6%;
- Vinho: 12%;
- Cachaça: 48%.
Isso significa que em um pequeno copo de 100 mls (usado principalmente em bares), são quase 50 gramas de álcool puro.
Diante disso, é válido saber também que são consideradas doses diferentes para homens e mulheres, sendo até 40 gramas ao dia para homens e até 20 gramas ao dia para mulheres.
A quantidade diária é diferente, pois as mulheres são mais suscetíveis à doença alcoólica do fígado. Portanto, uma mulher que bebe 2 latas de cervejas por dia, durante 5 anos, pode desenvolver cirrose, se comparada aos homens.
Em caso de suspeita de doença alcoólica do fígado, além da história clínica, o especialista pode solicitar alguns exames, como:
- De sangue: para avaliar a inflamação e função do fígado;
- De imagem, como ultrassom ou tomografia e até biópsia do fígado.
Tratamento de hepatite alcoólica
O tratamento da hepatite alcoólica consiste em três passos importantes:
1- Parar de beber
Este é o primeiro e mais importante passo. Em alguns casos é possível reverter parte ou totalmente o dano causado pelo álcool ao fígado. Quando isso não é possível, em caso de cirrose estabelecida, por exemplo, ela pode se tornar inativa, e mantém o fígado com função preservada. Em caso de ingestão contínua, a situação só vai piorar.
Para tratar este vício são recomendadas medicação, psicoterapia, apoio de grupo e orientação por um profissional especialista, normalmente multidisciplinar. As internações também costumam ajudar nesse processo.
2- Orientação da dieta
Corrigir o déficit nutricional causado pelo álcool, de preferência com acompanhamento de um nutricionista, é essencial para o tratamento de hepatite alcoólica.
3- Internação hospitalar
Em casos de hepatite alcoólica grave, pode ser necessário internação hospitalar, em Unidade de Terapia Intensiva.
O consumo exagerado de álcool causa hepatite alcoólica aguda, crônica e cirrose no fígado, além de agravar outros problemas no fígado, principalmente em pessoas diagnosticadas com hepatite B ou C, e causar tumor de fígado, o carcinoma hepatocelular.
Consumir bebida alcoólica também pode causar outros problemas de saúde, como prejuízo na memória, no aprendizado e no sistema imunológico, aumentando risco de infecções, pancreatite crônica, anemia, osteoporose e diversos tipos de cânceres
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