Hipertensão arterial: o que é, sintomas, diagnóstico e o que fazer?
A hipertensão arterial, também conhecida como pressão alta, é uma doença crônica e não transmissível caracterizada por níveis elevados da pressão sanguínea nas artérias. Ela está entre os principais problemas de saúde pública no Brasil e no mundo.
Segundo dados da Pesquisa Nacional de Saúde de 2013, 21,4% dos adultos brasileiros autorrelataram hipertensão, o que significa que um em cada cinco indivíduos sofre desse problema. Entre os indivíduos com mais de 65 anos, esse número aumenta significativamente, atingindo 60%, o que representa três em cada cinco pessoas nessa faixa etária com pressão alta.
O que é hipertensão arterial?
Para entender o que é a pressão arterial, é preciso explicar sobre o funcionamento do coração. Esse órgão é como uma bomba: durante a sístole, ele impulsiona o sangue para frente, esvaziando-se e enchendo as artérias. Em seguida, durante a diástole, o coração relaxa, permitindo que o sangue retorne pelas veias e o processo se repita. Este movimento de vai e vem ocorre sem parar é é o que mantém a vida.
A pressão arterial, portanto, é composta por 2 medidas: pressão sistólica (também chamada de máxima e relacionada à contração do coração) e diastólica (ou mínima que ocorre no enchimento do coração relaxado). A hipertensão arterial ocorre quando os valores da pressão são iguais ou maiores do que 140/90 mmHg (ou 14 por 9).
Quando suspeitar de pressão alta? Quais são os sintomas?
Em muitos casos, a pessoa não sente nada. A doença só é percebida quando já está mais avançada ou quando a pressão subiu de forma abrupta. É por isso que é uma doença silenciosa e traiçoeira. O problema é que a pressão alta faz com que o coração tenha que exercer um esforço maior do que o normal para fazer com que o sangue seja distribuído corretamente no corpo.
A lesão que a hipertensão causa nos vasos sanguíneos pode levar ao desenvolvimento da aterosclerose, a principal causa de morte no mundo, caracterizada pelo depósito de gordura, cálcio e outros elementos na parede das artérias.
Vale saber que a hipertensão é um dos principais fatores de risco para infarto do coração e AVC, popularmente conhecido por derrame cerebral, para insuficiência renal, descolamento de retina, problemas vasculares nas pernas, dentre outros.
Diagnóstico
Medir a pressão regularmente é a única maneira de diagnosticar a hipertensão. Pessoas com mais de 20 anos de idade devem medir a pressão ao menos uma vez por ano. Se houver casos de pessoas com pressão alta na família, deve-se medir no mínimo duas vezes por ano. A pressão arterial deve ser medida em toda avaliação por médicos, de qualquer especialidade, e por todos os profissionais da saúde devidamente capacitados.
Fatores de risco
Algumas pessoas têm mais risco de pressão alta e, por este motivo, devem ter atenção redobrada. Entre elas estão:
- Genética: os fatores genéticos podem influenciar os níveis de pressão arterial entre 30% e 50%;
- Idade: com o envelhecimento, a pressão torna-se um problema significante, resultante do enrijecimento progressivo das grandes artérias. O risco de desenvolver hipertensão é maior após os 50 anos de idade;
- Sobrepeso/Obesidade;
- Ingestão de sal: a ingestão elevada de sódio mostrou que é um fator de risco para a elevação da pressão. A Organização Mundial da Saúde recomenda um consumo máximo de cinco gramas de sal por dia, mas os brasileiros consomem mais que o dobro desta quantidade;
- Sedentarismo;
- Consumo de bebidas alcóolicas: não deve ultrapassar a quantidade de 20 gramas de álcool por dia para mulheres e idosos ou 30 gramas por dia para homens;
- Fatores socioeconômicos: menor escolaridade e condições de habitação inadequadas, além da baixa renda familiar, como fatores de risco significativo.
- Tabagismo.
Tratamento
Nos casos de hipertensão leve (com a pressão mínima ou diastólica entre 9 e 10), o tratamento envolve mudanças nos hábitos de vida, ao invés de medicamentos. A pessoa precisa praticar exercícios físicos, não exagerar no sal e na bebida alcoólica, controlar o estresse e o peso. Ela deve levar uma vida saudável.
No entanto, se o indivíduo tem a pressão discretamente aumentada e não consegue controla-la com essas mudanças ou se já tem os níveis mínimos mais elevados (11 ou 12 de pressão mínima), é necessário introduzir medicação.
É importante saber que é possível controlar a pressão arterial, desde que haja adesão ao tratamento através dos medicamentos (quando indicados) e mudança de hábitos. O tratamento com medicamentos pode ser iniciado com um remédio ou com a combinação de vários deles, dependendo de cada caso.
Controle da pressão
Vale lembrar que um dos objetivos específicos do tratamento do paciente hipertenso é obter o controle pressórico alcançando a meta de pressão arterial estabelecida individualmente, considerando a idade e a presença de doença cardiovascular ou de seus fatores de risco.
De forma geral, o ideal é reduzir a pressão visando alcançar valores menores que 140/90 mmHg e não inferiores a 120/70 mmHg. Em pessoas jovens e sem fatores de risco, a meta pode ser mais baixa com valores inferiores a 130/80 mmHg.
A proteção cardiovascular consiste no objetivo primordial do tratamento anti-hipertensivo. A redução da pressão arterial é a primeira meta, com o objetivo maior de reduzir complicações e mortalidade associados à hipertensão arterial.
Recomendações para o paciente com hipertensão
- Tomar apenas o remédio pode não resolver o problema de pressão arterial elevada, já que será preciso mudar o estilo de vida;
- Use sal com moderação: uma dica é não colocar sal quando a comida já está no prato e evitar os alimentos processados;
- Adote uma dieta rica em frutas, cereais integrais e laticínios com baixo teor de gordura;
- Não fume;
- O estresse pode aumentar a pressão arterial, por isso, faça atividade física, técnicas de relaxamento e psicoterapia;
- Não interrompa o uso da medicação e não diminua a dosagem sem orientação médica;
- Meça a pressão arterial com regularidade e anote os valores para que o médico avalie a eficácia do tratamento;
- A hipertensão é uma doença crônica e suas complicações podem ser prevenidas com o uso de medicações e mudanças no estilo de vida.
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