O que é anestesia?
A anestesia é realizada durante cirurgias ou exames invasivos, como endoscopias, colonoscopias ou até mesmo pequenos procedimentos, como suturar um corte na pele. Pensar nesses procedimentos sem anestesia é difícil, já que ela está presente para acalmar e aliviar todo tipo de dor que possa ocorrer.
Um fato interessante é que, apesar de a anestesia estar presente no dia a dia, poucas pessoas sabem tudo o que ela envolve e qual seu objetivo. A primeira informação importante é entender que uma cirurgia, ou qualquer procedimento invasivo, representa para o corpo uma “agressão”, um trauma. O objetivo da anestesia é minimizar o trauma que esse procedimento pode causar, facilitar o procedimento, oferecer as melhores condições possíveis para o cirurgião e, principalmente, permitir que seja realizado sem sofrimento e de maneira segura.
Abordagens da anestesia
Para que a anestesia tenha um bom efeito, são usadas quatro abordagens, muitas vezes em conjunto, para o mesmo procedimento:
- Tirar a dor;
- Relaxar a musculatura;
- Deprimir a consciência;
- Preservar o funcionamento do corpo e seu equilíbrio.
Para entender melhor essas funções da anestesia, é preciso entender como funciona a sensibilidade à dor no corpo.
Como funciona a sensibilidade à dor?
De maneira simplificada, a sensibilidade é percebida por nervos, com terminações nervosas por todo nosso corpo. A inervação do corpo é semelhante a uma árvore: galhos finos se juntam em galhos maiores e se unem no tronco. Da mesma forma, a inervação tem nervos menores e maiores até chegar ao sistema nervoso central, composto pela medula espinhal e cérebro.
Quando uma pessoa pisa em um caco de vidro, por exemplo, os nervos da região do pé são sensibilizados. Um impulso nervoso é conduzido dessa região até o sistema nervoso central. O corpo interpreta essa informação como uma agressão, um perigo, e a pessoa sente dor. Assim que o estímulo ocorre, o sistema nervoso central reage e, através de outros nervos, leva impulsos de volta ao pé e para outras regiões do corpo. Assim, a pessoa levanta o pé, fica agitada, o coração acelera e a pressão sobe, por exemplo.
Local da aplicação
Muitas dessas reações são involuntárias e acontecem muito rapidamente, em frações de segundos. Se por alguma razão esses nervos sensitivos, que levam a informação da dor, não conduzirem o estímulo, a informação não chega ao sistema nervoso central e a pessoa não reage. É como cortar o fio que liga a lâmpada: se a eletricidade não chega, a pessoa pode apertar o interruptor quantas vezes quiser que a lâmpada não acende!
A anestesia usa medicações que fazem exatamente isso: elas impedem esses nervos de conduzirem estímulos por um período de tempo. Dependendo de onde são aplicadas, o resultado será a redução da sensibilidade, podendo também diminuir a capacidade de movimentar a região.
Se a aplicação for próxima ao local da dor, é anestesiada apenas essa pequena área. Isso é a anestesia local, usada, por exemplo, por dentistas ou em pequenos procedimentos, como suturar um corte na pele. Se a aplicação for em nervos maiores, que inervam uma região inteira, como o braço, será a anestesia regional. A raquianestesia e a peridural também fazem parte desse grupo. No caso da anestesia geral, são usadas medicações intravenosas e gases inalatórios. Elas entram na circulação e se espalham rapidamente pelo corpo, agindo de diferentes formas, tanto no sistema nervoso central quanto perifericamente, tirando a dor e causando relaxamento.
Como ocorre o processo de sedar o paciente, podendo deixá-lo completamente inconsciente?
O processo é semelhante ao da anestesia geral: através de medicações intravenosas ou gases inalatórios que vão para a circulação e, em segundos, começam a agir, principalmente no sistema nervoso central. Isso não significa que para conseguir sedação a pessoa precisa receber anestesia geral. A sedação é apenas uma parte da anestesia geral chamada de hipnose.
Qual o objetivo da sedação?
Cada medicação age de um jeito diferente e produz o efeito desejado: reduzir a ansiedade, promover amnésia (tirar a memória da pessoa), sonolência e, eventualmente, a perda da consciência. É comum as pessoas acordarem após o procedimento e dizerem: “Já acabou? Não vi nada, não me lembro de nada!” E, na maioria das vezes, isso é exatamente o que se deseja para que o procedimento seja o menos traumático possivel.
Como a anestesia preserva o funcionamento e o equilíbrio do corpo?
Para procedimentos maiores, a presença do anestesista ao lado do paciente durante todo o processo é fundamental. O paciente fica com diversos dispositivos no corpo que avaliam continuamente a pressão arterial, respiração, oxigenação do sangue, temperatura, batimentos cardíacos e outros parâmetros. Se ocorrer qualquer intercorrência durante a cirurgia, o anestesista deve agir prontamente para minimizar o problema e a possível agressão ao corpo.
Por exemplo, se ocorrer sangramento durante a cirurgia, pode ser um risco para o paciente. Nesse caso, o anestesista age rapidamente, administrando soro ou, dependendo da situação, realizando uma transfusão de sangue. Se houver uma reação alérgica ou problemas cardíacos, respiratórios e de coagulação, o anestesista deve identificar o problema e agir imediatamente.
Qual a melhor anestesia para o meu caso?
A resposta é: depende! O anestesista pode combinar uma ou mais abordagens, dependendo de fatores como o tipo de cirurgia, a condição clínica do paciente, a preferência do cirurgião e o desejo do paciente, entre outros.
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