10 motivos que dificultam o controle do diabetes tipo 2
Controlar o diabetes tipo 2 não é uma tarefa fácil para muitas pessoas. A maioria relata que nunca conseguiu deixar a glicose no sangue sob controle, ou quando conseguiu, foi de forma passageira e ela logo voltou a subir novamente. Saiba que o diabetes descompensado pode levar a várias complicações, por isso a importância desse assunto.
Neste texto será possível verificar o que a pessoa está fazendo de errado, ou não está fazendo e corrigir alguns pontos para controlar o diabetes tipo 2:
- Falta de acompanhamento constante
O diabetes é uma doença crônica e progressiva, ou seja, é esperado que ele piore ao longo do tempo e com isso a pessoa pode precisar de mais medicamentos para controle. Sendo assim, por mais que o diabetes estivesse controlado na última vez que esteve em consulta, se o paciente não manter o acompanhamento médico, ele não irá descobrir que sua condição piorou. É necessário que o diabetico faça exames ou controles de glicemia de forma periódica, já que o diabetes apenas apresenta sintomas quando a glicose no sangue fica constantemente acima de 180- 200mg/dL. Por este motivo, o tratamento e acompanhamento do diabetes deve ser contínuo.
- Negação da doença
É comum o paciente passar pela fase de negação da doença quando recebe o diagnóstico de diabetes. Como a glicemia não muito elevada não causa sintomas, a pessoa continua seguindo sua vida normalmente, como se não tivesse nada. Isso ocorre, pois é difícil sair da zona de conforto e aceitar mudanças como a necessidade de tomar medicamentos, fazer alguns ajustes na alimentação e praticar exercícios físicos.
Saiba que sair da zona de conforto pode incomodar algumas pessoas ao ponto de pensar: “estou bem, não estou sentindo nada então vou seguir minha vida e depois vejo isso”. Esse descontrole inicial, logo após o diagnóstico de diabetes tipo 2, pode ser o ponto principal para o desenvolvimento das complicações a longo prazo. Por este motivo, é importante informar para a pessoa diagnosticada com diabetes que ela deve assumir o problema e seguir a recomendação médica para resolvê-lo.
- Inércia terapêutica
O controle do diabetes vem do equilíbrio realizado entre alimentação, exercícios físicos e medicamentos. Saiba que quanto mais a alimentação for controlada e mais exercícios físicos forem praticados, haverá mais perda de gordura abdominal, mais ganho de músculos e menos uso de medicamentos. No entanto, mudanças de estilo de vida são difíceis e muitas vezes ocorrem de maneira temporária.
Em muitos casos, o médico acredita que o paciente irá mudar o estilo de vida, já que ele se compromete em seguir as recomendações, e não receita a medicação na fase inicial. O paciente, por sua vez, não segue as mudanças do estilo de vida e quando é reavaliado, o médico percebe que foram perdidos seis meses de tratamento para o diabetes.
Nesta situação, o ideal é ter o raciocínio oposto: o foco é colocar os medicamentos necessários para controlar o diabetes neste momento. À medida em que o médico percebe que o paciente está mudando seu estilo de vida, se exercitando e perdendo peso, ele pode reduzir as medicações em um segundo momento.
- Não tomar as medicações corretamente
O paciente com diabetes quase sempre precisará tomar muitas medicações para controlar a glicose no sangue e outras doenças, como pressão alta, colesterol e para o coração. Muitas vezes, ele ainda precisará aplicar insulina mais de uma vez ao dia. Esse número de medicações podem cansar o paciente e fazer com que ele se confunda e pare alguns medicamentos. Para ajudar nessas situações, existem alguns aplicativos de celular, alarmes no relógio, além é claro do apoio da família.
- Custo da medicação
Devido ao preço alto de alguns medicamentos, muitos pacientes não conseguem pagar o tratamento e, com isso, vai parando com as medicações por conta, sem discutir com o médico. Isso é um erro e ele deve conversar com seu médico sobre a possibilidade de medicações mais baratas ou disponíveis gratuitamente pelo SUS.
- Hipoglicemia
A hipoglicemia, glicose baixa no sangue, apresenta sintomas desagradáveis, como tremores, sudorese fria, palpitação, tontura, mal estar e sensação de desmaio. Muitos pacientes têm muito medo de ter hipoglicemia novamente e sentir a mesma sensação. Saiba que devido a esse medo, o paciente passa a preferir ficar com a glicose mais alta, do que correr o risco de ter hipoglicemia. Para isso, ele reduz, por conta própria, a dose da insulina ou come mais à noite, por exemplo, por medo de hipoglicemia de madrugada.
É importante ressaltar que a hipoglicemia deve ser evitada, mas que esse ajuste deve ser feito junto com o médico que trata o paciente.
- Não realizar controles de glicemia capilar.
Em pessoas que fazem o uso de insulina, as medidas de glicemia capilar através das “pontas de dedo” são fundamentais para o médico ajustar as doses de insulina. Muitos pacientes usam as fitas, distribuídas gratuitamente pelo governo, apenas por curiosidade e medem sem qualquer critério e sem conduta com os valores observados.
As medidas de glicemia capilar devem ser realizadas conforme orientação médica e os resultados devem ser levados na consulta para auxiliar o médico nos ajustes das medicações. A monitorização da glicemia capilar é parte fundamental do controle da diabetes atualmente, por isso, se o médico solicitar, faça a monitorização da glicemia capilar da forma recomendada.
- Realizar tratamentos alternativos
Um erro comum é o paciente parar o tratamento habitual, orientado pelo médico, e realizar tratamentos alternativos, seguir opiniões de amigos ou de especialistas da internet. As redes sociais levam informações certas e erradas e muitas vezes elas são mal interpretadas. Com isso, é fácil encontrar especialistas divulgando dietas que “curam” o diabetes. É muito difícil falar em cura do diabetes mas sim em remissão e isso sim pode acontecer mas depende de vários fatores, como: tempo de doença, peso atual, número de medicamentos utilizados e boa aderência a dieta. Outro evento cada vez mais comum é a venda de produtos “naturais” que prometem o controle do diabetes. Mas saiba que eles não devem ser adquiridos pois muitos não têm controle e podem até ser perigosos.
Comparar os tratamentos com amigos e familiares também não traz nenhum benefício, pois o diabetes é uma doença complexa e progressiva. Dificilmente uma pessoa estaria no mesmo momento de evolução da doença do que a outra, a ponto de poderem usar o mesmo tipo de medicação. Lembre-se: o fato de determinado medicamento estar funcionando bem para uma pessoa não significa, necessariamente, que será bom para a outra. Com isso, siga as prescrições e orientações feitas pelo seu médico.
- Ter medo de usar insulina ou achar muito complicado
Muitos pacientes ficam assustados quando o médico revela sobre a importância do uso de insulina para melhorar o controle do diabetes. Isso porque o medicamento sofre preconceito, já que muitas pessoas relacionam o uso da insulina com as complicações do diabetes: “depois que meu vizinho começou a aplicar a insulina perdeu o rim, a perna ou ficou cego”. Saiba que isso não tem relação, pelo contrário: a insulina ajuda no controle da glicose no sangue e, consequentemente, reduz as chances das complicações que o diabetes pode causar.
Já em relação ao medo das picadas, atualmente existem insulinas modernas que permitem reduzir o número de aplicações e usar agulhas pequenas e finas que praticamente não doem. Nos pacientes que aplicam insulina entre 3 e 4 vezes ao dia, o tratamento pode ser mais complexo, já que exige dedicação do paciente. Nessa situação, vale buscar ajuda com a equipe multidisciplinar, com enfermeiros, que podem auxiliar na educação do paciente quanto ao uso correto das insulinas. Muitas vezes, o paciente para de aplicar pela falta de informação adequada.
- Alimentação
Como explicado, quanto mais o paciente segue uma alimentação correta e perde peso, menos medicamentos e insulina ele precisará para controlar o diabetes.
A maior dificuldade da dieta aparece de maneira mais importante no paciente com diabetes tipo 2 que já aplica insulina várias vezes ao dia. Nesse paciente, a variação da dieta entre um dia e outro não pode ser coberta por uma dose fixa de insulina antes das refeições. Isso significa que quando ele come de forma mais equilibrada, a glicose fica mais controlada. Já quando ele come mais ou algum alimento com mais carboidrato, a quantidade de insulina prescrita não conseguirá cobrir o que comeu e ele passará a ter picos de glicose após as refeições. Por isso, se a pessoa usa doses fixas de insulina antes das refeições, ela deve ingerir quantidades parecidas de carboidratos nas refeições todos os dias.
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