Câncer de Esôfago

O esôfago é um órgão pouco conhecido pelas pessoas.  Ele tem aspecto tubular que conecta a orofaringe, popularmente conhecida como garganta, ao estômago, e sua função é transportar o alimento da boca até o abdômen.

O câncer de esôfago deve causar preocupação por dois motivos:

  • É um dos tumores mais comuns no Brasil, sobretudo em homens, entre os quais é o sexto mais comum;
  • É silencioso e traiçoeiro, ou seja, ele raramente apresenta sintomas nas fases iniciais da doença
O esôfago conecta a garganta ao estômago e é crucial no transporte de alimentos.

Sintomas de câncer de esôfago

Entre os sintomas mais comuns de câncer de esôfago, estão:

  • Dificuldade de engolir: como o tumor ocupa a luz do órgão, ele causa obstrução da passagem dos alimentos. Geralmente isso começa com alimentos sólidos, como carnes ou pães, e rapidamente pode progredir para os líquidos;
  • Dor para engolir: alimentos parados no esôfago, por conta da obstrução, podem causar dor de forte intensidade na região do peito;
  • Perda de peso: devido a dificuldade para comer, a perda de peso costuma ser rápida;
  • Vômitos e regurgitação (refluxo);
  • Azia;
  • Rouquidão: tumores no esôfago torácico podem crescer e invadir os nervos que controlam as pregas vocais, causando alteração da voz.
Dificuldade de engolir e dor para engolir são os principais sintomas do câncer de esôfago.

Fatores de risco para câncer de esôfago

Muitos tumores do esôfago são de dois tipos histológicos, os carcinomas de células escamosas e os adenocarcinomas de esôfago. Apesar de compartilharem muitos sintomas, os fatores de risco para cada um desses tipos de tumor são distintos:

Carcinoma de Células Escamosas (CEC)

Tumor com origem no revestimento habitual do esôfago, igual ao da cavidade oral, laringe e traqueia. Os principais fatores de risco nesse caso são:

  • Tabagismo: quanto maior a quantidade de cigarros, maior o risco; 
  • Etilismo: consumo excessivo de bebidas alcóolicas tem fator de risco independente e seu efeito é potencializado pelo tabagismo; 
  • Megaesôfago: doença que causa um distúrbio motor do esôfago promovendo a estase dos alimentos, o que causa inflamação crônica na mucosa e predispões ao CEC;
  • Infecção por HPV: estudos mostram que o mesmo vírus responsável pelo câncer de colo de útero tem papel importante na carcinogênese do câncer de esôfago.
Tabagismo e etilismo são as principais causas do Carcinoma de Células Escamosas (CEC).

Adenocarcinoma

Tumor de esôfago cuja incidência tem aumentado nas últimas décadas. Ele tem origem em glândulas secretoras de muco, especialmente na porção mais próxima ao esôfago. Os fatores de risco mais importantes nesse caso são:

  • Doença do refluxo gastroesofágico: refluxo intenso que pode causar inflamação crônica do esôfago, o que aumenta os riscos de câncer;
  • Esôfago de Barret: condição pré-maligna que aumenta o risco de câncer. Essa alteração da mucosa é causada por refluxo intenso;
  • Obesidade: esse é um dos tumores cujo risco aumenta por causa da obesidade, provavelmente porque pessoas obesas costumam ter refluxo mais grave.

Diagnóstico e tratamentos para câncer de esôfago

Para o diagnóstico do câncer de esôfago é fundamental realizar uma endoscopia digestiva alta com biópsia do tumor. A endoscopia deve ser solicitada se houver suspeita clínica, sobretudo quando associada aos fatores de risco citados. Assim que o diagnóstico é feito, é importante realizar exames adicionais, como tomografias e PET-CT, para determinar o estágio da doença e o tratamento.

O diagnóstico do câncer de esôfago requer endoscopia digestiva alta com biópsia, seguida por exames como tomografia e PET-CT para determinar o estágio e orientar o tratamento.

Já em relação ao tratamento, nas fases iniciais é possível fazer a cirurgia de retirada do esôfago ou esofagectomia. O esôfago é retirado e no lugar é inserido um tubo confeccionado a partir do estômago do paciente. Esse tubo é levado até o pescoço e permite o trânsito normal dos alimentos. Saiba que apesar de ser uma cirurgia complexa, ela oferece melhor chance de cura ao paciente.

Nas fases mais avançadas do câncer de esôfago, o tratamento inclui quimioterapia, eventualmente radioterapia e até implantação de dispositivos que garantem a alimentação do paciente, como sondas e próteses que permitem a passagem do alimento através da obstrução do tumor.

Vale ressaltar que se o diagnóstico e tratamento forem feitos nas fases iniciais da doença, as chances de cura são maiores. Já nas fases avançadas, as chances de cura diminuem muito. Por isso é importante fazer diagnóstico precoce.

É possível prevenir o câncer de esôfago?

Sim! E isso pode ser feito através de um estilo de vida saudável, sobretudo com controle do excesso de peso, cessação do tabagismo e consumo moderado de álcool. Se notar os sintomas listados, busque ajuda de um Cirurgião do Aparelho Digestivo.

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