Diabetes gestacional
A diabetes gestacional é um problema muito frequente: a estimativa é que 16% das mulheres grávidas tem diabetes durante a gestação. As mulheres que estão grávidas ou que pretendem engravidar devem se preocupar com a diabetes na gravidez, pois ela pode trazer diversas complicações, como a pré-eclâmpsia, aumento da pressão durante e por causa da gravidez; e a eclâmpsia, forma grave e com complicações devido aumento de pressão. Essa situação também pode fazer o bebê crescer mais do que o esperado, aumentando o risco de parto prematura e cesárea
Além disso, quando a mãe tem diabetes gestacional, o bebê tem mais chances de adquirir dificuldades respiratórias ao nascimento, hipoglicemia (açúcar baixo no sangue), diabetes tipo 2, na vida adulta; e risco de óbito fetal.
É importante saber que diabetes gestacional é um problema silencioso e na maioria das vezes não causa nenhum sintoma. Ou seja, a mulher tem o problema, não sente nada e se descobre a situação apenas se tiver complicações, o que será tarde. Por isso, é importante ter o acompanhamento profissional e fazer o diagnóstico quanto antes, mesmo sem ter o sintomas.
Causa de diabetes gestacional
Para entender as causas da diabetes gestacional, é preciso entender as mudanças que acontecem no corpo da mulher: a gravidez é um período que causa muitas mudanças, pois os hormônios borbulham modificações, que permitem com que o bebê cresça e nasça dentro de nove meses. Mas, algumas vezes, os custos de tantas modificações aparecem. Por exemplo, alguns desses hormônios fazem com que o jeito que o corpo lida com o açúcar no corpo da mãe seja modificado.
Normalmente, a gravidez atrapalha a ação do hormônio responsável que permite que o corpo “queime” o açúcar transformando-o em energia. Dessa forma, “sobra” um pouco mais de açúcar para o crescimento do bebê. Entretanto, nas mulheres que já tinham dificuldade em processar o açúcar – também chamado de glicose – ou naquelas em que o corpo não consegue lidar tão bem com tal sobrecarga, a quantidade desse açúcar aumenta muito. E, quando o açúcar fica em concentrações mais altas no sangue, damos o nome de: diabetes. Como nesse caso, provocada pelos hormônios da gestação: diabetes gestacional, o que causa impacto significativo durante a gravidez.
Sintomas de diabetes gestacional
Na maioria das vezes, o diabetes gestacional não tem sintomas, mas nos casos mais avançados, a gestante vai suspeitar do problema por ter um bebê que cresceu demais, quando avaliado no ultrassom, ou uma barriga muito grande para a idade gestacional.
Diagnóstico
A diabetes gestacional será detectada através dos exames do pré-natal. Em boas condições, a investigação do diabetes gestacional inicia-se logo na primeira “bateria de exames”, realizada no início do pré-natal. Neste momento é recomendada a realização de um exame de sangue, a glicemia de jejum.
- Se o resultado for maior ou igual a 126, a paciente será considerada como tendo diabetes pré-gestacional, ou seja, já tinha diabetes antes da gravidez, mas provavelmente não sabia;
- Se o resultado da glicemia de jejum for entre 92 e 126 mg/dL, fecha o diagnóstico para diabetes gestacional e uma vez diagnosticada deve ser tratada.
No caso de as pacientes terem resultado menor que 92mg/dL, indica que não tem diabetes no momento desse exame, mas não significa que elas não terão diabetes ao longo da gravidez. É por isso que a gestante deve fazer outra investigação por ,volta de 28 semanas de gravidez, que é o teste de sobrecarga de glicose de 75g.
Nesse teste, a gestante colhe uma amostra de sangue e depois recebe uma “limonada muito doce”. Após ingeri-la, são colhidas mais duas amostras em 1 e 2 horas. Dessa forma, é possível medir o quão rápida a glicose é absorvida e metabolizada pelo corpo. Assim, o especialista consegue identificar quem fica com o açúcar alto e ganha o nome de diabetes gestacional. Os valores de referência para esse exame são:
- 92 mg/dL para a glicemia de jejum;
- 180 mg/dL para a primeira hora e 153 mg/dL para a de duas horas. Qualquer valor alterado, mesmo que um só, fecha o diagnóstico de diabetes gestacional.
Tratamento e controle da diabetes gestacional
O tratamento do diabetes durante a gravidez é baseado no controle da quantidade de açúcar no sangue materno. Em pacientes com diabetes gestacional é possível mudar controlar em cerca de 80 e 90% das vezes, apenas modificando a dieta e algo no estilo de vida. Saiba que a dieta deve ser avaliada individualmente, mas em muitos casos é indicado evitar os carboidratos simples, como farinha branca, batata e açúcares, e trocar por carboidratos complexos, como os integrais.
O exercício físico deve ser avaliado em cada caso, mas, usualmente, fazer exercícios mínimos como uma caminhada ou musculação com elásticos pode apresentar grande diferença na gravidez. Além disso, é importante avaliar sobre o controle do açúcar do sangue, fazendo o exame de glicemia capilar (ponta de dedo). Geralmente, é solicitado para paciente fazer o teste quatro vezes por dia (ao acordar em jejum, uma hora após o início do café da manhã, almoço e jantar).
Se mesmo com a dieta e o exercício físico o controle não estiver adequado, a gestante poderá precisar de medicação, como insulina ou medicações por boca. Tudo isso para manter o açúcar no sangue controlado. Os valores de referência para esse controle são: 95 para o jejum e 140 para os pós-alimentares.
Quem tem mais risco de ter diabetes gestacional?
- Mulheres acima do peso, com sobrepeso ou obesidade;
- Com outras doenças como pré-diabetes ou síndrome dos ovários policísticos;
- Sedentárias;
- Mulheres que tiveram diabetes gestacional anteriormente, ou que tiveram bebê com mais de 4kg;
- Histórico familiar de diabetes.
Lembre-se de que toda mulher deve ficar atenta ao diabetes gestacional. As que tem algum desses fatores de risco devem ter atenção redobrada.
Como evitar?
- Faça exercícios físicos regularmente;
- Tenha uma dieta saudável que inclui um balanço adequado entre carboidratos, proteínas e gorduras;
- Engravide com peso adequado;
- Mantenha um ganho de peso adequado durante a gravidez. Na média, entre 7 e 12 Kg.
A criança terá diabetes ao nascer?
No nascimento, normalmente, o que ocorre é contrário. A principal preocupação é o bebê ficar com pouca glicose no sangue (hipoglicemia). Isso pode ser grave e, por isso, é importante ficar atenta. Mas, saiba que esse quadro costuma melhorar após alguns dias.
A mulher que teve diabetes gestacional vai ficar diabética após a gravidez?
O diabetes gestacional pode ser um sinal de que frente a uma sobrecarga, o corpo não conseguiu lidar de maneira adequada com os açúcares. Isso significa que após o período de puerpério, deve-se reavaliar as condições.
Geralmente, dois meses após o parto, é sugerimos fazer uma nova avaliação com exames de sangue (glicemia ou o teste de sobrecarga) para confirmar como é a relação com o açúcar. E o mais importante: caso a mãe tenha diabetes (que é mais difícil de diagnosticar) ou intolerância a glicose (que é mais frequente), é possível aproveitar a oportunidade e para tratar de maneira adequada, evitando complicações.
Vale reforçar que é possível evitar essa situação de forma simples, mantendo as consultas do pré-natal em dia, seguindo as orientações, mantendo o controle da dieta, fazendo exercícios físicos e usando medicações, se for indicado.
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