Alimentação infantil: por que meu filho não come?
A alimentação infantil é um dos temas que mais preocupa os pais, já que muitas crianças não querem comer. No entanto, primeiro, é preciso entender que a alimentação na infância tem relação direta com a introdução alimentar, os hábitos alimentares e importância das refeições nas rotinas da família. Ter o exemplo de adultos que comem de forma saudável, trazer a criança desde cedo para ajudar no preparo dos alimentos, ter horários fixos e uma rotina de refeições em família desde que a criança começa a se alimentar são ótimas estratégias para ensinar a devida importância de uma alimentação saudável e variada.
Fases de desenvolvimento
As fases de desenvolvimento da criança podem Influenciar a alimentação:
Primeira fase: entre 5 e 6 meses, quando a criança ainda está acostumada a somente mamar, o mastigar pode ser um desafio;
Segunda fase: entre 6 meses e 1 ano e 6 meses, onde as diferentes texturas ainda podem gerar estranheza, por isso é necessário se acostumar a elas;
Terceira fase: a monotonia alimentar que passa a existir a partir de 2-3 anos de idade, onde o preconceito dos alimentos precisa ser contornado.
Por que o bebê não quer comer?
A introdução alimentar é um momento de grandes mudanças para a criança, pois tudo que ela conhece é como sugar o peito ou a mamadeira e ela relaciona isso com o matar a fome. Desta forma, é preciso compreender que alguns bebês podem ter dificuldades em se adaptar a este novo método. Além disso, texturas diferentes geram sensações diferentes na boca, que podem ser boas ou ruins. Por isso é importante ter paciência e compreender que é uma fase de aprendizado.
6 pontos importantes para o bebê se adaptar à alimentação infantil
1- Criança precisa ter fome para comer
Assim que os pais começarem a introdução alimentar, as refeições e as mamadas precisam ter horários, para que um não atrapalhe o outro.
2- Aprendendo a mastigar e engolir
Saiba que o bebê estava acostumado a somente sugar, por isso, se ele fizer o mesmo movimento com a língua para comer, ele vai cuspir. Isso não significa que o bebê não gosta ou que está recusando a comida, mas que ele precisará de um tempo para entender como mastigar e engolir. Por isso, não desista! Para que a criança comece a se adaptar, coloque uma pequena quantidade na ponta da colher e introduza a colher no centro da boca, assim se ele colocar a língua para fora, menos alimento vai sair e aos poucos, a criança aprende a trabalhar com a comida na boca.
Uma informação importante é que se a criança recusar algum alimento específico, os pais ou responsáveis podem mudar a apresentação dele, por exemplo, se ele recusa a banana amassada, tente cortar em mínimos pedaços, sem amassar, se recusar a maçã raspada, cozinhe a maçã e faça um purê amassando com o garfo, geralmente a recusa não é pelo gosto e sim pela textura. Diferentes preparações do mesmo alimento podem ajudar na aceitação.
3- Ofereça diversos alimentos
Os pais podem oferecer alimentos variados, de forma separada, ensinando para o bebê o que é cada um deles. Esse é um passo importante para que o bebê conheça bem os alimentos e dê menos trabalho para comer mais tarde.
4- Deixe o bebê participar da refeição social
Comer sozinho é chato, por isso, coloque o bebê para fazer as refeições com as outras pessoas da casa. Saiba que o exemplo das outras pessoas se alimentando ajuda muito neste aprendizado. É importante saber também que não existe nenhuma regra para o bebê almoçar às 11h30, já que o ideal é que ele faça as refeições no horário da família.
5- Horário das mamadas
Uma informação importante é não dar as mamadas logo após a refeição. Se a quantidade de alimento não foi o suficiente, ou se o bebê pedir para mamar logo depois, ofereça mais comida. Com o tempo ele vai entender que a comida é uma substituição para a mamada naquele horário.
6- As crianças comem devagar
Essa informação é importante, pois na maioria das vezes, as crianças não comem devagar, mas os adultos que estão acostumados a comer rápido demais.
Passando a fase de bebê para criança, por que meu filho não come?
Como explicado acima, a criança precisa ter fome para comer, desta forma, se a criança comer muitas guloseimas, ela vai comer e engordar ou vai recusar as refeições. Outra questão é sobre a monotonia alimentar: as crianças a partir de 2, 3 anos recusam o que não conhecem. Ou seja, se ela não se lembra do alimento, vai dizer que não gosta, mesmo sem ter colocado na boca e, se puder escolher, vai querer sempre os mesmos alimentos, o que leva a falta de muitos nutrientes em sua alimentação.
Desta forma, veja 4 orientações para ajudar a criança comer melhor:
- A alimentação precisa ser prazerosa e não uma obrigação
Tornar o horário da refeição em uma tortura para a criança, pode fazer aparecer transtornos alimentares na vida adulta e não vai resolver o problema. De igual forma, esconder alimentos em outros alimentos, como legumes no feijão por exemplo, pode resolver a questão nutricional, mas não melhora os hábitos alimentares. Suplementos alimentares também não são uma boa opção, pois não tem os nutrientes essenciais, como proteínas e carboidratos em quantidades suficientes.
2- As refeições precisam ter horários, para que uma não prejudique a outra
Saiba que esse intervalo deve variar entre 2 e 4 horas, de acordo com a fome da criança e as rotinas da casa. Alguém que toma café da manhã às 11 horas, por exemplo, não vai ter fome para almoçar meio dia. Beliscar entre as refeições também dificulta a aceitação. Alimentos como leite, bolachas, pães ou frutas devem ser consumidos nos horários de lanche e não entre eles.
3- É direito da criança não precisar comer o que não gosta
No entanto, essa escolha precisa ser feita pelo paladar e não pelo olhar. Precisamos provar entre 10 e 12 vezes um alimento para decidirmos se gostamos ou não dele, sendo assim, faça um acordo com a criança: durante uma semana você irá apresentar um mesmo alimento para ela em todas as refeições e ela deverá provar pelo menos um pedaço, no final desta semana ela decidirá se gosta ou não deste alimento. Faça isso com vários alimentos e, desta forma, será possível criar um leque de opções que ela gosta.
4- Rotinas e regras durante a alimentação
É importante saber que a criança precisa de rotina e regras também para a alimentação. Hábitos saudáveis de alimentação precisam ser ensinados e praticados desde a introdução alimentar. Mesmo assim, se a alimentação do seu filho é um desafio no momento, não desista, converse com um Pediatra ou Nutricionista sobre o assunto.
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