Tipos de câncer de mama

Os tipos de câncer de mama representam uma importante área de conhecimento na saúde feminina, especialmente por serem a forma mais comum de câncer entre mulheres no Brasil e no mundo. A cada ano, cerca de 2 milhões de novos casos são registrados globalmente. Diferente do que muitos imaginam, o câncer de mama não é uma única doença com um único tratamento.

Existem diversos tipos, como o receptor hormonal positivo e o HER2 positivo, entre outros, cada um com características próprias que influenciam diretamente na agressividade da doença e na escolha do tratamento mais adequado.

O que é câncer?

Antes de explorar os tipos de câncer de mama, é fundamental compreender o que é o câncer. O corpo humano é composto por pequenas estruturas chamadas células, que possuem um ciclo de vida definido. Durante esse ciclo, cada célula se duplica, criando uma nova célula idêntica a partir de instruções contidas no material genético presente em seu núcleo.

No entanto, quando ocorrem mutações nesse material genético, a célula original pode gerar outra com alterações. Em condições normais, o organismo detecta essas anomalias e elimina tanto a célula-mãe quanto a célula alterada. Porém, se essa falha não for identificada, as células mutadas podem se multiplicar descontroladamente, formando nódulos e, eventualmente, provocando os sintomas característicos do câncer.

Quando essas células anômalas permanecem restritas aos ductos ou lóbulos da mama, são chamadas de lesões in situ. No entanto, quando começam a invadir os tecidos ao redor e, eventualmente, outros órgãos, são classificadas como câncer de mama invasivo. Essas células alteradas formam grupos que se dividem continuamente, com a capacidade de invadir tecidos adjacentes e distantes, característica marcante do câncer.

Com os avanços da medicina, ficou cada vez mais evidente que o câncer de mama não é uma única doença, mas sim um conjunto de diferentes tipos, cada um com comportamento e tratamento próprios. Essa distinção é feita por meio da análise microscópica das células e por exames moleculares que identificam as proteínas produzidas por essas células, processo conhecido como classificação molecular.

O câncer de mama possui dois subtipos histológicos mais frequentes, identificados ao microscópio: o ductal invasivo não especial, responsável por aproximadamente 80% dos casos, e o lobular invasivo, que corresponde a cerca de 15%. Esses subtipos fornecem informações iniciais sobre a natureza do tumor, mas a classificação molecular é fundamental para determinar o comportamento e o tratamento mais adequado.

Tipos de câncer de mama

Na classificação molecular, os tumores de mama são divididos em três categorias principais:

1- Tumores Luminais (com receptores hormonais): presentes em cerca de 70% dos casos, esses tumores expressam receptores para estrogênio e/ou progesterona, hormônios que podem estimular o crescimento do câncer;

2- Tumores HER2: caracterizados pela superexpressão da proteína HER2 na superfície celular, são mais agressivos, de crescimento rápido e frequentemente acometem pacientes mais jovens. Representam cerca de 15% dos casos;

3- Tumores Triplo Negativos: não expressam receptores hormonais nem a proteína HER2. São também mais agressivos, comuns em pacientes mais jovens e representam aproximadamente 15% dos casos.

Essa classificação molecular é essencial para personalizar o tratamento e aumentar as chances de sucesso terapêutico. Além disso, ao final dessa avaliação teremos o subtipo de câncer de mama que a pessoa tem e com base nesse, o nome da doença.

Tratamento e diagnóstico do Câncer de Mama

A abordagem para o câncer de mama é complexa e depende de vários fatores como o tamanho do tumor, a presença de células cancerígenas nos linfonodos da axila e a existência de metástases, ou seja, a disseminação para outros órgãos. Pacientes com linfonodos comprometidos devem realizar exames de imagem, como tomografias e cintilografia óssea, para identificar possíveis lesões adicionais.

Outros fatores fundamentais incluem a idade do paciente, sua condição clínica geral e a presença de doenças associadas. Condições como cardiopatias podem contraindicar certos tratamentos, como quimioterapias específicas ou procedimentos cirúrgicos.

Formas de tratamento

  • Cirurgia: pode envolver a remoção parcial ou total da mama, e em casos específicos, a retirada de linfonodos axilares (linfadenectomia) para avaliar a disseminação do câncer;
  • Radioterapia: uma radiação localizada aplicada na região da mama e áreas de drenagem linfática, como axilas e clavícula. O tratamento varia de 5 a 21 dias;
  • Quimioterapia: administrada em forma de soro ou comprimido, pode ser realizada antes da cirurgia para reduzir o tumor, após a cirurgia para eliminar células residuais ou em casos avançados, para controle da doença.

Tratamentos específicos por subtipo de tumor:

  • Tumores luminais: além das opções acima, a hormonioterapia é essencial. Esse tratamento bloqueia a ação dos hormônios estrogênio e/ou progesterona, diminuindo a proliferação das células tumorais. Pode ser usado antes da cirurgia para reduzir o tumor;
  • Tumores HER2: tratados com medicamentos de terapia alvo, conhecidos como anti-HER2, que inibem a proteína HER2 superexpressa por essas células;
  • Tumores triplo negativos: a imunoterapia vem sendo estudada como uma alternativa promissora para esses casos mais agressivos.

A importância do diagnóstico precoce

O diagnóstico precoce é essencial para aumentar as chances de sucesso no tratamento. A realização regular de mamografias e consultas com ginecologistas ou mastologistas é fundamental, especialmente para mulheres acima de 40 anos.

Com o avanço das técnicas de classificação e o entendimento dos diferentes subtipos de câncer de mama, é possível oferecer tratamentos cada vez mais personalizados e eficazes.

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