Osteoporose e Osteopenia
A osteoporose é uma doença que enfraquece os ossos, tornando-os mais suscetíveis a fraturas. Pessoas com osteoporose têm maior risco de fraturas, especialmente na coluna vertebral, que pode causar encurvamento, no quadril, ou nos braços e antebraços. O problema da osteoporose vai além das fraturas ósseas.
Indivíduos que sofrem esses tipos de fraturas apresentam uma taxa de mortalidade mais alta, além de enfrentarem maior risco de dor crônica e incapacidade de caminhar sem auxílio, necessitando de bengalas, andadores, cadeiras de rodas ou até mesmo ficando acamados. Por isso, é fundamental diagnosticar a osteoporose ou osteopenia o quanto antes, e, se for o caso, iniciar o tratamento para prevenir essas fraturas.
Quem deve pesquisar se tem osteoporose?
Abaixo, estão as três principais situações em que é recomendada a pesquisa:
Primeira: todas as mulheres a partir de 65 anos e os homens a partir de 70 anos devem fazer a pesquisa;
Segunda: mulheres a partir da menopausa e homens a partir dos 50 anos devem realizar a densitometria se apresentarem algum fator de risco para osteoporose, como:
- Histórico familiar de osteoporose ou fraturas;
- Uso contínuo de glicocorticoides;
- Quedas frequentes (duas ou mais quedas nos últimos 12 meses);
- Outros fatores de risco, como tabagismo, doença celíaca, artrite reumatoide, hipertireoidismo, deficiência de testosterona, menopausa precoce, deficiência de vitamina D ou hiperparatireoidismo.
Terceira: todas as pessoas com fraturas de fragilidade também devem realizar a investigação para osteoporose. Fraturas de fragilidade são aquelas que ocorrem sem trauma ou por um trauma pequeno, como uma queda da própria altura. As fraturas vertebrais e de quadril devem ser investigadas.
Caso alguém se encaixe em algum desses grupos, é fundamental procurar um médico para uma avaliação adequada e solicitação do exame chamado densitometria óssea. Esse exame é responsável por definir se a pessoa tem osteoporose ou osteopenia, que já indica um grau mais leve de fragilidade óssea, mas que também pode estar associado a risco elevado de fratura, dependendo de outros fatores.
E após o diagnóstico de osteopenia, osteoporose ou fraturas de fragilidade, qual deve ser o próximo passo?
O primeiro passo é identificar a causa do problema. A osteoporose pode ser desencadeada por outras condições, como hiperparatireoidismo, artrite reumatoide, deficiência de vitamina D, entre outras.
Caso não seja identificada nenhuma condição associada, ou causa secundária, inicia-se o tratamento específico para osteoporose. A abordagem terapêutica baseia-se em três pilares:
Consumo adequado de cálcio: a recomendação é de 3 porções diárias de leite ou derivados, o que equivale a:
- 1 copo de leite;
- 2 fatias finas de queijo amarelo;
- 1 fatia média/grossa de queijo branco;
- 1 copo americano de iogurte;
- Manutenção de bons níveis de vitamina D: isso pode ser alcançado por meio da exposição ao sol por 5 a 10 minutos diários, com braços e pernas descobertos, ou com a suplementação diária de 800 a 1.000 UI de vitamina D (aproximadamente 4 a 5 gotas de Ad-til).
- Atividade física regular: o recomendado são exercícios de impacto, como caminhada, corrida e musculação (exercícios com peso), com duração mínima de 40 minutos, 4 vezes por semana.
Além disso, é fundamental evitar situações de risco que possam levar a quedas.
Prevenção de quedas e tratamento para osteoporose
É importante destacar que cerca de 90% das fraturas clínicas são causadas por quedas. Por isso, evitar quedas é um passo fundamental no tratamento da osteoporose. Existem diversas medidas que podem ser adotadas para reduzir o risco de quedas, principalmente dentro de casa, onde ocorrem muitas delas. Algumas recomendações incluem:
Cuidados com o ambiente doméstico: evite tapetes soltos, retire objetos do chão, escolha móveis com alturas adequadas (evitando camas e cadeiras muito baixas), instale barras de apoio no banheiro e corrimãos nas escadas;
- Acessibilidade dos objetos: coloque os itens mais utilizados ao alcance para evitar a necessidade de subir em cadeiras ou escadinhas;
- Cuidados ao caminhar: preste atenção ao andar e ao subir/ descer escadas. Use sapatos firmes e nunca combine a caminhada com o uso do celular, pois isso pode aumentar o risco de quedas;
- Tratamento de fatores de risco: condições como catarata e tontura devem ser tratadas adequadamente, pois também podem contribuir para a ocorrência de quedas;
- Manutenção de atividade física: exercícios que trabalham o equilíbrio, como caminhadas e atividades com peso, são essenciais para a prevenção de quedas.
Se a pessoa já teve uma fratura por fragilidade e foi diagnosticado com osteoporose ou osteopenia, além de manter os cuidados com o ambiente, com o uso adequado de cálcio, vitamina D e a prática regular de atividade física, o tratamento pode incluir medicamentos específicos para aumentar a densidade óssea e reduzir o risco de novas fraturas. Os tratamentos mais comuns são:
- Bisfosfonatos (como alendronato, risedronato, ácido zoledrônico)
- Denosumabe;
- Reposição hormonal (para mulheres, especialmente após a menopausa);
- Em casos mais graves, pode ser indicada a teriparatida ou o romosozumabe.
Essas terapias devem ser indicadas e monitoradas por um médico especializado, de acordo com as necessidades individuais de cada paciente.
Prevenção da osteoporose
A prevenção da osteoporose começa ainda na infância e adolescência, momentos essenciais para a formação do “estoque” de cálcio nos ossos, que garante sua firmeza ao longo da vida. Para um bom desenvolvimento ósseo durante esses períodos, é importante:
- Consumo adequado de cálcio: a principal fonte de cálcio para os ossos é o leite e seus derivados. Recomenda-se o consumo de 3 porções diárias desses alimentos;
- Vitamina D: a vitamina D é essencial para a absorção do cálcio. Quando indicada pelo pediatra, deve-se fazer uso de suplemento de vitamina D. Caso contrário, a exposição solar por cerca de 10 minutos diários, com a pele dos braços e pernas exposta ao sol, costuma ser suficiente para manter os níveis adequados dessa vitamina;
- Atividade física: durante a infância, brincar, correr e pular são formas naturais de atividade física. É importante limitar o tempo de tela (como televisão e celular) para incentivar as crianças a praticarem atividades físicas que promovam o fortalecimento ósseo.
Na vida adulta, além de continuar com os hábitos saudáveis de consumo de cálcio, exposição solar e atividade física, outros cuidados devem ser tomados:
- Evitar o tabagismo e o consumo excessivo de álcool, pois esses hábitos comprometem a saúde óssea;
- Uso controlado de glicocorticoides: medicamentos como prednisona e dexametasona são prejudiciais à saúde óssea e devem ser utilizados somente sob prescrição médica.
Além disso, algumas doenças aumentam o risco de osteoporose e devem ser tratadas adequadamente para evitar complicações, como:
- Doença celíaca;
- Artrite reumatoide;
- Hipertireoidismo;
- Hipogonadismo (deficiência de testosterona);
- Menopausa precoce;
- Deficiência de vitamina D;
- Hiperparatireoidismo.
Seguindo esses cuidados, as chances de desenvolver osteoporose são reduzidas significativamente. Contudo, se houver suspeita de osteoporose ou se você fizer parte de grupos de risco, é importante procurar um médico. Os profissionais mais indicados para acompanhamento são o Endocrinologista, o Ginecologista e o Reumatologista.
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