Polifarmácia: excesso de medicamentos em idosos
A polifarmácia, ou seja, o uso de múltiplos medicamentos diariamente, é uma realidade bastante comum entre os idosos. De acordo com estudos, aproximadamente 30% dos idosos enfrentam essa situação, o que equivale a um em cada três indivíduos com mais de 65 anos, tomando mais de cinco remédios diferentes todos os dias.
As razões para essa prática são diversas: alguns idosos possuem diversos problemas de saúde, cada um demandando um medicamento específico para o tratamento. Outros, por sua vez, têm condições médicas mais graves, exigindo uma combinação de remédios para controlar e gerir suas enfermidades.
Polifarmárcia: idosos tomam medicamentos sem precisar
Entretanto, o uso de muitos medicamentos simultaneamente pode trazer desafios e riscos significativos. Entre os problemas comuns estão o esquecimento de tomar determinado remédio, o surgimento de efeitos colaterais e a possibilidade de interações negativas entre os medicamentos. Estudos indicam que cerca de 15% dos idosos que utilizam cinco ou mais medicamentos apresentam efeitos colaterais decorrentes dessa prática.
Além disso, é preocupante o fato de que metade dessas pessoas, ou seja, 50%, está tomando medicações ou suplementos desnecessários. Essa situação não apenas acarreta desperdício de recursos financeiros, mas também diminui a importância dos medicamentos realmente essenciais.
Polifarmárcia pode causar grandes efeitos colaterais
A ocorrência da chamada “cascata Iatrógena”, que ocorre quando um medicamento é prescrito para combater os efeitos colaterais de outro, também é muito importante. Por exemplo, uma pessoa pode tomar um anti-inflamatório para dor no estômago, e então ingerir um remédio para tratar a dor de estômago, que por sua vez pode causar diarreia, levando a um terceiro medicamento para controlá-la e assim sucessivamente. Esse ciclo pode resultar em consequências indesejáveis, tornando essencial a compreensão da complexa relação entre os remédios utilizados.
Para ajudar a minimizar esses problemas, é fundamental uma abordagem cuidadosa tanto durante a consulta médica quanto no uso diário dos medicamentos em casa. Na consulta, é recomendável que o idoso leve consigo todos os medicamentos que está tomando, incluindo vitaminas e “remédios naturais”, para discutir com o médico a segurança e a necessidade de cada um.
Polifarmácia: o que perguntar em consultar?
Durante a consulta, há cinco perguntas importantes que o paciente pode fazer:
- Por que estou tomando este medicamento? A fim de evitar o uso excessivo de remédios, é importante questionar a necessidade de cada um deles;
- Quais são os problemas comuns associados ao uso dessa medicação? É relevante saber o que fazer caso ocorram efeitos colaterais;
- Quando devo interromper este medicamento? Identificar quando e por que um medicamento pode ser descontinuado é crucial;
- Posso tomar este medicamento com os outros da minha lista? A possibilidade de interações medicamentosas entre remédios já utilizados deve ser avaliada para evitar efeitos negativos;
- Quanto custa este remédio? Ele está disponível no posto de saúde? Compreender o custo dos medicamentos e a disponibilidade deles é importante para a adesão ao tratamento.
Outro cuidado relevante na polifarmácia é ter uma lista atualizada dos medicamentos, incluindo dose e horários de cada um, facilitando o controle do uso diário. Existem diversas formas de registrar essa informação, como listas em papel, fotos no celular ou aplicativos específicos.
Separe os medicamentos por horários
A disposição dos medicamentos em pequenos recipientes divididos por horários ou o uso de caixas com compartimentos separados para manhã, tarde e noite também pode auxiliar. Entretanto, é importante consultar um profissional de saúde caso haja dificuldades ou dúvidas quanto ao uso adequado dos remédios.
A gestão dos medicamentos em idosos é um desafio, mas é possível reduzir riscos e problemas com a adoção de práticas seguras e uma comunicação clara com o médico. É essencial buscar o apoio de um clínico geral ou geriatra que conheça todas as medicações do paciente e que possa revisar periodicamente o uso de remédios, buscando sempre a melhor qualidade de vida e o menor número de efeitos colaterais.
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