Alergia alimentar: como identificar?
A alergia alimentar pode se apresentar de diversas formas, com alterações na pele, respiração, intestinal e circulação. No entanto, existem diversas doenças que podem apresentar os mesmos sintomas e confundir com alergia.
Como identificar alergia alimentar
Existem algumas formas de identificar alergia a algum alimento. Entre as informações que precisam de atenção, estão:
Vermelhidão na pele
Se, após comer, a pessoa notar que a pele ficou vermelha, o rosto inchado ou deformado, isso pode indicar uma alergia a algum alimento, pois a pele é o órgão mais acometido no caso das alergias alimentares. Os exemplos mais comuns são a urticária e o angioedema.
A urticária é um tipo de erupção que forma placas avermelhadas, com alto relevo, que aparecem subitamente pelo corpo e somem totalmente em algumas horas, ou até antes, se forem tratadas corretamente. Essas placas coçam bastante e quando reaparecem ocorre em outro lugar, como se estivessem “andando pelo corpo”.
Já o angioedema é um inchaço deformante que, em geral, acontece no rosto principalmente nos olhos ou lábios, e que é assimétrico, ou seja, não é igual dos dois lados do rosto. Tanto a urticária quanto o angioedema podem aparecer ao mesmo tempo ou separados.
Existem outras causas de urticária e angioedema, mas a suspeita de ser alergia ao alimento deve surgir se os sinais aparecerem imediatamente após a ingestão, em geral em poucos minutos ou até uma hora depois de comer. Isso significa que os sintomas não aparecem “de vez em quando”. Se ele surge somente algumas vezes, significa que o alimento não é o causador.
Outros sistemas podem ser acometidos, como o respiratório causando crise de falta de ar, tosse, chiado e até o popular “edema de glote”, sintomas digestivos, com vômito, cólica e diarreia, ou circulatório, com queda da pressão e até perda de consciência. Neste caso a pessoa está diante da reação mais grave à alergia, a anafilaxia, que leva ao risco de vida e que necessita de tratamento imediato direto no pronto-socorro.
Quando aconteceu?
Outra informação importante é quando a alergia se iniciou. Muitas pessoas relatam que estão acostumadas a comer determinados alimentos e, só depois de muitos anos, os sinais de alergia apareceram.
Saiba que nas crianças pequenas, as causas mais comuns de alergia alimentar são os alimentos que foram introduzidos recentemente na dieta, como o leite de vaca, ovo, trigo e soja. Já nos adultos, a alergia ao leite, ovo e trigo (às vezes lembrado apenas pelo glúten), são muito raras. Assim, quase todos os adultos que pensam ter alergia a algum desses alimentos que consome desde pequeno, estão enganados. Nos adultos são frequentes as alergias causadas por alimentos de consumo esporádico, como camarão e frutos do mar.
Sintomas digestivos e respiratórios
Existem muitas informações falsas sobre esse tema, por isso, é essencial saber diferenciar o quadro digestivo e os sintomas respiratórios.
Uma confusão comum é entre a alergia ao leite e a intolerância à lactose. Na intolerância a lactose o que ocorre é um problema de digestão, ou seja, a pessoa tem deficiência de uma enzima, a lactase, responsável por digerir o açúcar do leite, que se chama lactose. Desta forma, ela não digere corretamente o açúcar e sofre com sintomas de desconforto abdominal, “estufamento”, gases e diarreia após uma dieta contendo leite ou derivados. Ela também ocorre em crianças, mas diferente da alergia à proteína do leite, é mais comum em adultos. Outra diferença é que na intolerância à lactose, a pessoa tem apenas sintomas digestivos, ou seja, nada na pele e nada respiratório. Além disso, a quantidade ingerida faz diferença: na intolerância à lactose, às vezes o paciente tolera uma quantidade pequena, como um macarrão com queijo ralado, mas tem diarreia ao tomar sorvete ou comer pizza de muçarela, por exemplo. Já na alergia ao leite, pequenas quantidades podem causar grandes estragos.
Rinite e intolerância alimentar
A rinite, em especial a produção de muco nasal, também tem relação com alergia ou mesmo com a intolerância alimentar. Isso porque, como explicado, a pessoa pode desenvolver sintomas respiratórios, como bronquite e edema de glote, mas sempre junto com os outros sintomas, como falta de ar, chiado no peito, urticária ou angioedema, náuseas, vômitos e queda de pressão, causando a anafilaxia.
Portanto, se a pessoa tem um sintoma respiratório isolado (só no nariz ou só nos pulmões), isso não pode ser causado por alergia alimentar. Se for alergia, ela é causada por alérgenos que estão no ar, como os ácaros da poeira, cachorro e gato, por exemplo. Também não é verdadeira a informação que a criança precisa reduzir a ingestão de leite para diminuir o muco do nariz. Isso não tem fundamento e é um mito. Saiba que se a criança for diagnosticada com alergia, o sistema imune produz anticorpos que estão por todo o corpo e não apenas no nariz.
Vale lembrar também que a criança apresentaria uma reação imediata, como explicado. Ou seja, se a reação não for imediata, a digestão começa e “protege”. Isso porque quando a pessoa ingere o alimento, as enzimas do corpo digere tudo e transformam em pequenas moléculas que vão se espalhar pelo corpo todo através do sangue, para levar nutriente para as células, por isso, se a pessoa tiver alguma reação não será apenas no nariz.
Por este motivo, não há nenhuma lógica no pensamento que tirar o leite da dieta vai ajudar na rinite. Por outro lado, essa atitude pode piorar a nutrição de uma criança, prejudicando seu desenvolvimento.
Quando suspeitar de alergia alimentar?
Veja algumas dicas para aumentar, diminuir e até mesmo excluir a suspeita de alergia alimentar:
- Se os sintomas acontecem logo após ingerir algum alimento, não acontecem em outro momento e se repetem toda vez que o alimento volta, pode ser alergia alimentar;
- Se os sintomas são apenas digestivos, logo depois de comer, mas variam de acordo com a quantidade e a forma em que o alimento estava, não deve ser alergia, mas pode ser intolerância;
- Se a única manifestação é respiratória, como rinite, tosse, asma ou bronquite, não deve ser por alergia a algum alimento.
Em caso de dúvida ou suspeita procure orientação médica de um Alergologista ou Imunologista.
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