Aneurisma cerebral: quando se preocupar?

O aneurisma cerebral é uma das situações que mais causam medo em pessoas com forte dor de cabeça. No entanto, antes de adentrar este assunto e entender quando se preocupar com o aneurisma, é importante saber sobre como funciona a circulação do sangue.

De forma simplificada, o sangue é bombeado pelo coração e segue para o resto do corpo através de um vaso sanguíneo chamado artéria. A artéria é uma tubulação com paredes grossas, pois tem que aguentar a forte pressão do sangue bombeado para o corpo. O sangue do corpo volta para o coração pela veia e, nesse caso, a pressão da volta é fraca, por isso, a parede da veia não precisa ser tão grossa como a artéria, ela é mais fina.

O sangue é bombeado pelo coração para o corpo através das artérias, que têm paredes grossas para suportar a pressão. O sangue retorna ao coração pelas veias, que têm paredes mais finas devido à menor pressão.

Se houver algum ponto da artéria em que a parede está mais fraca, a pulsação do sangue gerada pelo batimento do coração exerce uma força nessa região, que por sua vez, fica dilatada, mais frágil e, em muitas vezes, formando uma “bolsinha” ao lado do vaso. Isso é o aneurisma. De igual forma, quando a dilatação da artéria ocorre no cérebro, é chamada de aneurisma cerebral!

O aneurisma cerebral é muito comum e a estimativa é que uma em cada vinte pessoas tem aneurisma cerebral. Dentre as pessoas diagnosticadas com este problema, próximo de 1/3 delas têm dois ou mais aneurismas.

Além disso, saiba que entre 20% e 40% da população tem hipertensão arterial  mas apenas 10% têm a pressão controlada. A pressão alta é um importante fator de risco para aneurisma cerebral e outras doenças graves, como infarto e Acidente Vascular Cerebral (AVC).

Quais são os sintomas de aneurisma cerebral?

Os sintomas característicos do aneurisma ocorrem quando ele se rompe, ou seja, quando o aneurisma estoura. Nessa situação, parte do sangue da artéria começa a vazar para o cérebro ou para as regiões ao redor, resultando em dor de cabeça súbita, de forte intensidade e que pode estar acompanhada por vômitos. Também pode ocorrer convulsão, diminuição do nível de consciência na qual a pessoa fica desacordada, sonolenta e até em coma. Nos casos mais graves, o aneurisma cerebral pode levar à morte súbita. 

Se notar esses sintomas, a pessoa deve procurar imediatamente um pronto-socorro pois trata-se de uma urgência,  que necessita de atendimento médico o mais rápido possível.

Saiba que os aneurismas também podem causar sintomas mesmo sem romper.  Dependendo de como e onde se dilatam, eles podem comprimir alguma estrutura dentro do crânio, causando sintomas como:

  • Dificuldade de enxergar, se comprimir o nervo ou as vias ópticas;
  • Fechamento do olho, visão dupla e estrabismo, se comprimir os nervos responsáveis pelo movimento dos olhos;
  • Alteração hormonal, se comprimir a hipófise ou a haste hipofisária;
  • Fraqueza e dormência, se comprimir o tronco encefálico;
  • Convulsões.
Aneurismas não rompidos podem causar estrabismo, visão dupla e fechamento do olho se comprimirem os nervos oculares.

Na presença desses sintomas é essencial procurar o médico o quanto antes.

É importante ressaltar que, na maioria das vezes,  os aneurismas não causam sintomas. Muitas vezes são descobertos em exames de imagem realizados para investigar outro problema.

Fatores de risco para aneurisma cerebral

Os principais fatores de risco para o crescimento e rompimento do aneurisma são:

  • Pressão alta;
  • Tabagismo
  • Histórico familiar de aneurisma.

Algumas doenças também estão associadas à presença e maior frequência de aneurismas, como: doença dos rins policísticos, displasia fibromuscular, síndrome de Marfan e malformações arteriovenosas. Nessas situações é importante conversar com um médico Neuroclínico ou um Neurocirurgião sobre a necessidade de avaliação do crânio.

Diagnóstico e tratamento

O diagnóstico é realizado através de exames de imagem, como tomografia com angiotomografia, ressonância magnética com angiorressonância e/ou angiografia digital cerebral.

Todos os aneurismas que se rompem devem ser tratados, se a condição do paciente for favorável. Em pacientes que descobriram um aneurisma cerebral que não sangrou, é preciso avaliar a condição do paciente e as características específicas do aneurisma para entender os riscos que esse aneurisma tem de sangrar ou comprimir, para então definir o tratamento.

O tratamento consiste em interromper o fluxo de sangue para dentro do aneurisma, eliminando o risco de apresentar um sangramento ou ressangramento, caso já tenha sido rompido. Dessa forma, o fluxo sanguíneo se mantém apenas dentro dos vasos que irão irrigar o cérebro.

Essa interrupção pode ser realizada inserindo um clip na origem do aneurisma ou através de cirurgia de embolização. Quando bem indicado e feito da forma correta, o tratamento do aneurisma cerebral tem altas taxas de sucesso.

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Veja o vídeo com a explicação da especialista: