Aneurisma de aorta: o que é, sintomas e tratamento

O aneurisma de aorta é uma doença potencialmente grave, mas antes de entender sobre este assunto, é essencial saber como funciona a circulação do sangue no corpo.

O coração bombeia o sangue para todos os órgãos do corpo através dos vasos sanguíneos chamados de artérias. As artérias são responsáveis por levar o sangue sob pressão para todos os órgãos. Após irrigar todos eles com oxigênio e nutrientes, o sangue volta para o coração através de vasos sanguíneos chamados de veias. Vale saber que nas artérias a pressão do sangue é alta e nas veias ela é baixa.

O que é aneurisma?

O aneurisma é a dilatação de uma parte de um vaso sanguíneo. Nessa região em que há um aumento do tamanho do vaso sanguíneo, a parede fica mais fina. Ele pode ser comparado com uma bexiga: quando cheia, fica maior e as paredes ficam mais fina e tem mais chance de estourar. Saiba que esse é o maior risco dos aneurismas: estourar e provocar hemorragias, que podem ser fatais.

Os aneurismas podem acontecer em qualquer vaso sanguíneo do corpo, mas os mais comuns são os aneurismas cerebrais e os aneurismas de aorta.

O aneurisma é uma dilatação de um vaso sanguíneo, onde a parede fica mais fina e há risco de estourar, causando hemorragias fatais. Os mais comuns são os aneurismas cerebrais e de aorta.

O que é a aorta?

A aorta é a maior e mais importante artéria do corpo. É o principal tubo que leva o sangue do coração para o resto do corpo, recebendo a cada minuto de quatro a cinco litros de sangue, ou seja, o volume total de sangue de uma pessoa.

A aorta mede, mais ou menos, entre 1,5 cm e 2 cm de diâmetro em um adulto e vai desde o coração, passando pelo tórax (aorta torácica), abdome (aorta abdominal) e finaliza próximo da altura do umbigo, onde ela se bifurca em dois vasos chamadas artérias ilíacas.

Para conhecimento, um aneurisma em qualquer dessas partes da aorta é chamado de aneurisma de aorta.

É importante saber que à medida em que a dilatação da artéria vai aumentando, a parede do vaso fica mais fina até que estoura. Devido a grande quantidade de sangue passando pela aorta, o rompimento causa um sangramento ou hemorragia com risco de morte superior a 90%.

Quais são os sintomas de um aneurisma de aorta?

Esse é um dos pontos mais importantes, pois, geralmente, o aneurisma não apresenta nenhum sintoma e isso torna a doença extremamente perigosa muitas vezes sendo descoberta com a rotura do aneurisma.

Em alguns casos, as pessoas mais magras podem notar uma bola pulsar no abdome e fazem o diagnóstico quando relatam essa queixa ao médico. Outras pessoas recebem o diagnóstico de aneurisma ao fazer exames de ultrassom e tomografia de tórax e abdome para pesquisar outras doenças. 

 Existem também pacientes que podem sentir  dores abdominais intensas nos dias ou horas antes do rompimento do aneurisma. Nessa situação, é muito importante procurar imediatamente atendimento médico. Mas, infelizmente,  muitas pessoas descobrem o aneurisma apenas quando ele rompe.


Alguns pacientes podem sentir dores abdominais intensas pouco antes do rompimento do aneurisma, necessitando de atendimento médico imediato.

Em geral, os sintomas que indicam a rotura do aneurisma são:

  • Dor súbita na barriga ou nas costas;
  • Pele úmida ou suada;
  • Batimento cardíaco acelerado;
  • Queda de pressão;
  • Desmaios;
  • Perda de consciência;
  • Morte súbita.

Ao apresentar os sintomas listados, é fundamental ir para o pronto-socorro imediatamente. Isso porque a rotura do aneurisma é uma situação de emergência que requer cirurgia o mais rápido possível, pois é fatal entre 80% e 90% dos casos.

Fatores de risco para aneurisma de aorta

Como o risco de rompimento do aneurisma aumenta à medida que a dilatação fica maior,, o ideal é fazer o diagnóstico o quanto antes, e por isso é importante conhecer  os fatores de risco pra essa doença:

  • Tabagismo: quem fuma tem sete vezes mais risco de ter aneurisma se comparado com quem não fuma;
  • Pressão alta, principalmente se não estiver controlada;
  • Idade acima de 50 anos;
  • Antecedente familiar de aneurisma.

Na presença de qualquer um desses fatores de risco, é importante buscar um Cirurgião Vascular, para que ele avalie a necessidade de exames complementares, como ultrassom de abdômen, angiorressonância e angiotomografia, para o diagnóstico correto. 

O tabagismo aumenta em sete vezes o risco de aneurisma de aorta. Fumantes devem consultar um cirurgião vascular para exames como ultrassom de abdômen, angiorressonância e angiotomografia.

Tratamento

O tratamento do aneurisma de aorta é baseado em três conceitos:

  • Controle dos fatores de risco: não existe remédio que faça a dilatação da artéria voltar ao normal. Mas, é possível diminuir a velocidade em que está crescendo. Para isso, os pacientes diagnosticados com aneurisma devem tratar os fatores de risco que causaram o problema, principalmente, parar de fumar e controlar a pressão arterial com dieta e medicações;
  • Acompanhamento médico: é importante fazer exames de imagem para medir o tamanho do aneurisma. Se ele for menor do que 5 cm de diâmetro, a pessoa deve repetir os exames a cada seis meses para avaliar a evolução do tamanho do aneurisma;
  • Cirurgia: pacientes com aneurismas de aorta abdominal com diâmetro superior a 5 cm devem ser tratados por cirurgiões vasculares. O tratamento cirúrgico tem o objetivo de excluir e substituir o segmento dilatado da aorta por uma prótese de material sintético e isso pode ser feito de duas maneiras:

1- Cirurgia aberta com corte  na barriga, fechamento da circulação por alguns minutos e troca manual da aorta por uma prótese sintética;

2 – A técnica endovascular que consiste no implante de uma endoprótese, isto é, uma prótese sintética colocada por dentro dos vasos substituindo o segmento dilatado da aorta. Essa prótese é implantada através de uma pequena incisão ou até mesmo uma pequena punção na virilha do paciente. A prótese é liberada sem a necessidade de parada da circulação e sem a necessidade de abertura da cavidade abdominal. Isso reduz os riscos de complicações e melhora os resultados cirúrgicos.

 Os tratamentos quando bem indicados e feitos, principalmente, antes do rompimento tem altas taxas de sucesso.