Aterosclerose: o que é, causas, sintomas, fatores de risco, tratamento e prevenção

A aterosclerose é uma doença cardiovascular que se destaca como a principal causa de morte no Brasil e no mundo. Ela é a maior responsável pelo infarto do miocárdio e pelo acidente vascular cerebral (AVC), também conhecido como derrame cerebral. Juntas, essas condições resultam em mais mortes do que todos os tipos de câncer combinados.

Nessas doenças ocorre o entupimento dos vasos sanguíneos. As artérias são os vasos sanguíneos que levam esse sangue para os tecidos, enquanto as veias trazem o sangue de volta ao coração. O corpo humano possui uma vasta rede de artérias que se ramificam em vasos cada vez menores, garantindo o fornecimento de sangue a todas as áreas.

Se houver um problema em algum ponto de uma artéria, como o causado pela aterosclerose, o fluxo de sangue pode ser interrompido, causando a morte do tecido que não recebe sangue suficiente. A localização desse problema determina o nome e o quadro clínico da condição resultante. Por exemplo, se uma artéria coronária for bloqueada, pode ocorrer um infarto do miocárdio; se uma artéria cerebral for afetada, pode resultar em um AVC.

A principal doença que causa essa obstrução do sangue nas artérias e o entupimento é a aterosclerose.

O que causa a aterosclerose?

A aterosclerose é caracterizada pelo depósito de gordura, cálcio e outros elementos dentro da parede das artérias. Quando isso ocorre, o calibre das artérias é reduzido e assim prejudica a circulação da parte do corpo irrigados por aquela artéria. Saiba que o entupimento pode ocorrer de duas maneiras:

Crescimento da placa de gordura: esse é um processo lento e progressivo. No começo, a pessoa não tem sintoma, mas quando obstrui cerca de 70% do calibre de uma artéria, podem surgir sintomas devido à falta de sangue, chamado de isquemia. 

Descolamento da placa: é um caso agudo e ocorre em algum momento da sua evolução, quando uma placa aterosclerótica pode se tornar “instável”, ou seja, pode se romper ou “machucar”. Isso pode desencadear a formação de um trombo (coágulo), responsável por manifestações agudas, como infarto do coração e derrame cerebral.

A aterosclerose é uma condição onde gordura, cálcio e outros elementos se acumulam nas paredes das artérias, diminuindo seu calibre e prejudicando a circulação.

É importante saber que a aterosclerose é uma doença sistêmica e universal, que acomete simultaneamente diversas artérias do corpo, afeta ambos os sexos e em todas as localidades geográficas.

Sintomas de aterosclerose

O quadro clínico apresentado pela pessoa depende de qual artéria está mais obstruída: Entre os três mais importantes valem destacar:

As coronárias (artérias do coração): nesse caso, a pessoa relatará dor torácica durante o esforço, chamada de angina do peito.. Se o caso evoluir agudamente, pode ocorrer infarto, com sintomas de dor no peito ou na boca do estômago, que pode irradiar para o braço ou pescoço, acompanhada de sudorese, náuseas e falta de ar;

A aterosclerose nas coronárias pode levar a um infarto, com sintomas como dor no peito ou boca do estômago, irradiando para o braço ou pescoço, além de sudorese, náuseas e falta de ar.

Artérias carótidas ou vertebrais (artérias do pescoço): são elas que levam sangue para o cérebro. Quando a artéria está obstruída, pode ocorrer o Acidente Vascular Cerebral. Entre os principais sintomas, estão: diminuição da força e dificuldade de ficar em pé, formigamento e perda de sensibilidade, dificuldade na fala e falta de equilíbrio.

Artérias dos membros inferiores (artérias da perna): o sintoma mais comum é a dor nas pernas ao caminhar que melhora com o repouso (claudicação intermitente). A progressão da doença pode culminar com perda das pontas dos dedos do pé, por exemplo, e depois do restante do dedo e  assim por diante. Isso porque o sangue não chega adequadamente e essas partes começam a morrer.

Fatores de risco para aterosclerose

A aterosclerose pode afetar todas as pessoas, mas alguns indivíduos devem ter atenção redobrada, pois a aterosclerose incide com maior frequência e intensidade. Veja os grupos que fazem parte dos fatores de risco:

  • Idade: entre 50 e 70 anos;
  • Sexo: afeta mais o sexo masculino, pois as mulheres são “protegidas” ao desviar as gorduras sanguíneas para a produção de hormônios femininos. Após a menopausa essa “proteção” desaparece. Mas, que fique claro: isso não significa que a mulher não deve se preocupar com a aterosclerose. Apesar dessa proteção, a causa isolada mais importante de morte na mulher continua sendo a doença cardiovascular causada pela aterosclerose;
  • Hiperlipidemia ou colesterol alto: indivíduos com altos níveis de gorduras circulantes no sangue, sendo o colesterol a principal, depositam este excesso nas artérias obstruindo-as progressivamente;
  • Tabagismo: pessoas que fumam têm um risco nove vezes maior de desenvolver a aterosclerose, se comparada com a população não fumante. A decisão de parar de fumar modifica favoravelmente a evolução dos pacientes sintomáticos;
  • Hipertensão ou pressão alta: ela provoca alterações na superfície interna das artérias, facilitando a penetração das gorduras na parede arterial e favorecendo a evolução da aterosclerose;
  • Sedentarismo: a atividade física reduz os níveis de colesterol e favorece a circulação;
  • Histórico familiar;
  • Diabetes: em pacientes com diabetes, a quantidade excessiva de açúcar na corrente sanguínea pode causar lesões nas artérias e em diversos órgãos. Ele é uma das doenças crônicas que mais aumenta o risco de desenvolvimento de doenças cardiovasculares.

Prevenção

Felizmente, muitas coisas podem ser feitas e a mais importante para se evitar a aterosclerose é a prevenção. Os fatores de risco listados devem ser tratados e combatidos e, para isso, ter um estilo de vida saudável é fundamental. Por este motivo, a pessoa deve seguir uma dieta balanceada, rica em frutas, hortaliças, grãos integrais e evitar produtos ultraprocessados, praticar atividades físicas regularmente, manter o peso saudável, não fumar e cuidar da ansiedade e do estresse.

Para evitar a aterosclerose, adote um estilo de vida saudável: siga uma dieta balanceada, faça exercícios regularmente, mantenha um peso saudável, não fume e controle o estresse.

Além disso, mesmo sem sintomas, é importante manter o acompanhamento médico para fazer alguns exames. Se a pessoa não apresenta risco, por volta dos 30 anos, é recomendado fazer exame para medir o colesterol e a taxa de açúcar no sangue. Em alguns casos, o médico pode solicitar exames de imagem, como ultrassom dos vasos do pescoço ou uma tomografia das coronárias. Isso porque, na fase inicial, a aterosclerose é uma doença silenciosa e a pessoa não sabe que o problema existe. E, quando desenvolvem os sintomas, pode ser tarde demais.

Com base nos dados clínicos do paciente, presença ou não de um ou mais fatores de risco, o médico é capaz de estabelecer o risco de evolução para um evento cardiovascular, como infarto e AVC. Se o risco for alto, o especialista pode instituir medidas de tratamento precoce.

Além disso, diferentes exames diagnósticos, como ultrassom dos vasos do pescoço ou uma tomografia das coronárias, também são capazes de identificar a presença de aterosclerose, mesmo que na fase inicial. E isso pode fazer toda a diferença, já que o tratamento nas fases iniciais reduz a taxa de mortalidade e de complicações associadas. 

Tratamento para aterosclerose

Atuar nos fatores de risco clássicos, como hipertensão, sedentarismo, tabagismo, obesidade e diabetes é importante e isso melhora a evolução da doença. Além disso, é essencial deixar de fumar, fazer exercício e adotar uma dieta adequada. Também, existem medicamentos com diferentes efeitos, como reduzir o risco de formação de coágulos, reduzir o colesterol e dilatar os vasos sanguíneos, que podem ser indicados a depender do caso.

Já nos casos mais graves em que a artéria já está obstruída, podem ser necessários outras modalidades de tratamento, como colocação de stents (que são pequenas “molinhas” colocadas dentro dos vasos através do cateterismo), cirurgias maiores de revascularização com ponte safena ou mamária, dentre outras.

Se identificar os sintomas ou fatores de risco descritos, procure um Cardiologista para avaliação detalhada.

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Veja o vídeo com a explicação da especialista: