Câncer de colo de útero: conheça os principais sintomas
O câncer de colo de útero é uma das doenças mais temíveis pelas mulheres, principalmente por ser um dos mais frequentes no sexo feminino e não apresentar sintomas.
Vale saber que o câncer de colo de útero é o quarto tumor mais frequente em mulheres no Brasil, ficando atrás do câncer de pele não melanoma, câncer de mama e câncer de colón. Ele também é o quarto que mais causa morte nas mulheres. Segundo o INCA (Instituto Nacional do Câncer), a estimativa é que mais de 16 mil mulheres serão diagnosticadas com câncer de colo de útero no Brasil, em 2020.
Sintomas de câncer de colo de útero
Os principais sintomas relacionados ao câncer de colo de útero, são:
- Sangramento vaginal suspeito: é aquele que ocorre fora do período menstrual, após a menopausa e mesmo após as relações sexuais;
- Corrimento com odor fétido;
- Dor no baixo ventre que é a dor de barriga abaixo do umbigo;
- Perda de peso.
Além desses, a mulher pode ter ainda uma massa palpável na barriga e, com a evolução da doença, sofrer com obstrução intestinal e das vias urinárias. É fundamental saber que quando esses sintomas aparecem, a doença não está mais na fase inicial. Ou seja, sso porque, no começo do quadro a mulher não sente nada.
Este ponto é muito importante, pois quando se faz o diagnóstico apenas no surgimento dos sintomas, a doença já está avançada e nesse caso a taxa de cura é menor que 50%. Dependendo da extensão, tipo de tumor e presença de tumor em outros lugares, que são as metástases, o risco de falha no tratamento aumenta muito, tendo taxa de cura menor que 20%. Se a doença for identificada na fase inicial, a chance de cura da doença fica próxima de 90%.
Diante da ameaça de ser um tumor frequente e que pode surgir e crescer sem dar sintomas até chegar nas fases avançadas da doença, é preciso manter as consultas em dia com Ginecologista e definir estratégias de prevenção. Veja duas mais comuns:
Prevenção primária: vacinação
É válido ressaltar que, em mais de 90% das vezes, o câncer de colo de útero é causado pela presença do vírus HPV. Existem mais de 100 subtipos de HPV. Dentre esses não são todos que causam câncer de colo de útero. As vacinas do HPV protegem entre 2 e 9 desses tipos, sendo capaz de prevenir até 90% dos cânceres de colo de útero. Essa vacina é indicada para meninas, a partir de 9 anos, em 2 a 3 doses, dependendo da idade.
Uma informação importante é que já existe vacina para prevenir mais de 90% dos cânceres de colo de útero. Ela protege contra 9 subtipos de HPV, mas ainda não esta disponível no Brasil.
Atualmente, em nosso país, existem 2 vacinas para o HPV: a bivalente, que previne contra 2 subtipos de HPV e é aprovada para mulheres a partir de 9 anos e a vacina quadrivalente que, além do HPV do tipo 16 e 18, previne os tipos 6 e 11 e é recomendada para mulheres de 9 a 45 anos, e para meninos e homens de 9 a 26 anos.
Estas vacinas previnem cerca de 70% dos casos de câncer de colo de útero. A vacina quadrivalente está disponível gratuitamente pelo SUS para as meninas entre 9 a 14 anos e meninos de 11 a 14 anos.
Atividade sexual
Um esclarecimento importante diz respeito à vacinação de mulheres que já iniciaram sua atividade sexual. É possível, sim, se beneficiar da vacina do HPV após o início da atividade sexual. Se uma mulher já estiver infectada com um tipo de HPV contido na vacina, ela poderá ajudar a protegê-la contra os outros tipos de HPV presentes também na vacina.
No entanto, as vacinas contra o HPV têm a sua melhor atuação quando tomadas antes de iniciar atividade sexual, antes de ter o contato com o vírus.
Depois do início da atividade sexual a possibilidade de contato com o HPV vai aumentando: estima-se que 25% das adolescentes apresentam infecção pelo HPV durante o primeiro ano após iniciar atividade sexual. Passados três anos este percentual sobe para 70%.
Este é o motivo pelo qual algumas mulheres que já iniciaram a atividade sexual podem se beneficiar da vacina e outras não. Para esses casos, a decisão de receber ou não a vacina deve ser individualizada e discutida com o médico.
Além da vacina, outras medidas têm efeito na diminuição do risco de ter a doença, como usar camisinha nas relações sexuais e evitar o tabagismo.
Se a mulher seguir essas recomendações, a chance de ter a doença diminui muito, mas ainda não é zero. Em uma situação como essa, deve-se preocupar em descobrir a doença no seu início. Ou seja, é preciso vigiar o colo do útero para identificar qualquer diferença logo no começo.
Prevenção secundária: rastreamento
Vigiar o colo do útero para identificar diferenças é o objetivo do rastreamento, feito através do exame papanicolau, em mulheres entre 25 e 64 anos.
Para maior segurança do diagnóstico, os dois primeiros exames devem ser anuais. Se os resultados estiverem normais, pode-se espaçar para cada três anos. Aos 64 anos, desde que os últimos dois exames estejam normais, pode se suspender a realização do Papanicolau.
Exame de papanicolau
O colo de útero é a porção final do útero, fica no fundo vaginal. No exame de papanicolau, o médico passa uma escovinha e uma espátula no colo do útero para conseguir extrair algumas células dele. Estas células são enviadas para análise em um laboratório para identificar se resultado é suspeito ou não.
Nos casos suspeitos está indicado a colposcopia. Nesse exame, o ginecologista, com auxílio de um aparelho e algumas substâncias colocadas dentro da vagina, consegue enxergar com mais detalhe todo o colo do útero. Se tiver alguma área suspeita o médico faz uma biopsia mais certeira.
Os resultados dessa biopsia que mais preocupam são o de câncer de colo de útero que normalmente é o carcinoma de células escamosas (o mais frequente) e o adenocarcinoma. O tratamento pode ser cirurgia, quimioterapia ou radioterapia, dependendo da extensão da doença.
Diagnóstico de câncer de colo de útero
Outros diagnósticos que também merecem muita atenção são os de lesão pré-maligna, ou pré-cancerosa, chamada de neoplasia intraepitelial cervical ou NIC. Pode-se achar o NIC 1 (ou lesões de baixo grau) e NIC 2 ou NIC 3 (lesões de alto grau), que são alterações do início do problema e podem evoluir para o câncer de colo de útero.
O tratamento vai depender da idade da paciente e tipo de NIC, podendo ser desde de coletas de papanicolau mais frequentes ou cirurgia. Em alguns casos, em especial as lesões de baixo grau, pode haver regressão da doença e até normalização do papanicolau. Mas o acompanhamento de perto com o ginecologista é fundamental para evitar que o NIC progrida e se torne um câncer.
Por este motivo, a mulher deve sempre ser acompanhar por um ginecologista.
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