Cisto de ovario
Para entender sobre os cistos benignos e malignos do ovário, é preciso antes entender o que é um cisto. O cisto é uma estrutura que muitas vezes parece uma pequena bolinha, com líquido no seu interior. Ele é diferente de um nódulo, que é uma estrutura com conteúdo sólido no seu interior.
Na maioria das vezes esse cisto é identificado por exame de ultrassom, mas também é possível diagnosticar por tomografia, ressonância magnética e também por cirurgia.
Cistos Benignos
Os cistos benignos são muito mais comuns que os cistos malignos. Cinco cistos benignos serão destacados.
Todo mês, durante o ciclo menstrual, cresce um folículo, que nada mais é que o local onde o óvulo vai se desenvolver no ovário. Na maior parte dos meses o folículo se rompe, liberando o óvulo no processo chamado de ovulação.
O folículo pode não romper ou não liberar o óvulo. Nesse caso, ele mantem o seu conteúdo liquido no seu interior e forma um cisto que também pode ser chamado de Cisto Folicular.
Quando o folículo se rompe liberando o óvulo durante a ovulação, ele dá origem a um outro tipo de cisto chamado de Cisto de Corpo Lúteo.
É comum esse cisto de corpo lúteo ter um pouco de sangue no seu interior, mas se o rompimento ocorrer muito próximo a um vaso sanguíneo pode haver um sangramento maior. Esse sangramento pode ir para o interior da barriga ou também para dentro do cisto, sendo então chamado de Cisto Hemorrágico.
Na maior parte das vezes esse sangramento é de pequena quantidade e não representa grande perigo.
Esses cistos relacionados ao ciclo menstrual geralmente não causam problema e desaparecem em 2 ou 3 ciclos menstruais.
O ovário também pode apresentar um cisto chamado de Cisto Dermóide ou Teratoma. Eles são compostos de células germinativas, que, para compreensão, seria como se fosse uma célula tronco. Essas células podem dar origem a qualquer parte do corpo e, por essa razão, os cistos dermóides podem ter no seu interior pedaços de dente, cabelo, pele, etc.
Esses cistos podem crescer, causar a torção do ovário, romper e, em raríssimos casos, estar associados a um tumor maligno.
Um outro cisto benigno é o Endometrioma. A endometriose é uma doença em que o tecido endométrio, que deveria estar dentro do útero, também se encontra fora do útero. Esse tecido pode se implantar no ovário e crescer, formando um cisto chamado de Endometrioma de ovário.
Deve-se ficar atento aos outros sintomas de endometriose como dor na relação sexual, cólicas menstruais, dor no pé da barriga, infertilidade, dentre outros.
Na maioria das vezes os cistos de ovário não têm sintomas, sendo descobertos nos exames de rotina. Isso não significa que não se deve ficar atento à sua evolução. Apesar de ser raro, esses cistos podem ter complicações. A principal delas é a torção de ovário e a ruptura do cisto. Deve-se reparar nos sintomas: dor de forte intensidade no pé da barriga, que começa de repente e que não melhora. O cisto de ovário pode fazer com que o ovário gire sobre o próprio eixo prejudicando a sua circulação. Se nada for feito, o ovário fica sem sangue e começa a morrer. Todo esse processo gera bastante dor, e deve-se procurar o Pronto Socorro.
Além desses problemas, existem mais duas situações que se confundem com cisto de ovário e que é preciso destacar:
- Gravidez ectópica: Se uma mulher teve relação sexual sem uso de anticoncepção ou esqueceu uma pílula, e após algum tempo apresentou forte dor em um dos lados e no pé da barriga, isso pode ser gravidez fora do útero. Ao fazer exames de USG, pode ser visto o embrião próximo ao ovário. A imagem nessas fases iniciais da gravidez confunde com cisto de ovário. Um alerta ao médico sobre o risco de gravidez pode ajudar muito no diagnóstico.
- Coleção de pus ou Abcesso: Casos de infecção das trompas pode evoluir para a formação de uma coleção de pus, que pode acumular e formar uma carapaça que no final fica parecendo um cisto. Isso normalmente está associado a febre e a corrimento vaginal fétido e purulento, além da dor. Essas informações devem ser comunicadas ao médico.
Cistos Malígnos
Entendido os principais tipos de cisto benigno de ovário e as possíveis complicações, uma dúvida que angustia as mulheres após o diagnóstico de cisto de ovário é quando se deve suspeitar que o cisto de ovário pode ser um câncer de ovário. Existem dois aspectos importantes a serem avaliados.
O primeiro deles é se existe algum fator de risco para se ter câncer de ovário. Os principais fatores de risco são:
- Idade: as mulheres que já estão na menopausa têm maior risco;
- Ter tido câncer de mama em algum momento da vida;
- Antecedente familiar de câncer de ovário, de mama ou de intestino grosso e reto.
Esses fatores aumentam o risco de se ter câncer de ovário.
O segundo aspecto são características dos tumores que podem ser vistas nos exames de imagem, como a presença de conteúdo sólido dentro do cisto, cisto irregular, muitos vasos sanguíneos, presença de septos, que são traves grossas no interior do cisto, dentre outras
Os exames de imagem conseguem ver também outros sinais sugestivos além do cisto, como presença de ascite que é a presença de grande quantidade de líquido na barriga, gânglios aumentados ou outras áreas suspeitas.
Tendo um cisto de ovário suspeito, uma investigação complementar deve ser realizada para melhor definição do diagnóstico.
Além disso, tem mais um aspecto que deve ser esclarecido, uma vez que gera bastante confusão entre as pessoas. São os ovários policísticos e a síndrome do ovário policístico. O ovário pode ter múltiplos cistos, o que é chamado de ovário multicístico ou policístico.
A síndrome do ovário policístico é um conjunto de achados em que inclui os vários cistos no ovário, mas também alterações sistêmicas, como o aumento do hormônio masculino, presença de acne, aumento de pelos, risco de diabetes, dentre outras. Isso significa que não é porque uma mulher tem um ou mais cistos no ovário que ela terá a síndrome do ovário policístico. São problemas diferentes.
Existem muitos outros tipos de cistos de ovário, com comportamentos e evoluções diferentes. O correto diagnostico e a melhor orientação para cada caso deve ser feita por um médico Ginecologista.