Cuidados pós-operatórios
Os cuidados pós-operatórios são fundamentais para a recuperação do paciente e podem variar conforme o tipo de cirurgia realizada. No entanto, existem orientações e precauções gerais que se aplicam à maioria das cirurgias. Esses cuidados abrangem desde o pós-operatório imediato até a alimentação, controle da dor, e o cuidado com o corte cirúrgico, entre outros.
Neste texto, abordaremos quatro cuidados essenciais no pós-operatório que o paciente deve seguir ao retornar para casa, garantindo uma recuperação mais tranquila e eficaz.
Cuidados pós-operatórios: controle da dor
Após uma cirurgia, é normal sentir dor, mas com o uso correto dos medicamentos prescritos pelo médico, a dor deve ser controlada de forma eficaz. É importante seguir rigorosamente o horário e a dosagem recomendados para garantir o alívio necessário. No entanto, mesmo com os remédios, a dor não desaparecerá completamente, e o paciente não retornará ao estado em que estava antes da cirurgia imediatamente.
A boa notícia é que a dor tende a diminuir com o passar dos dias, o que significa que a dor de amanhã deverá ser menor do que a de hoje. Essa é uma expectativa positiva durante a recuperação, mas é importante estar atento. Se a dor aumentar ao invés de diminuir, isso pode ser um sinal de complicação e o paciente deve entrar em contato com o médico imediatamente.
Cuidados pós-operatórios: corte da cirurgia
Após a cirurgia, é fundamental estar atento à higiene e ao cuidado com o corte, para evitar infecções e garantir uma recuperação tranquila. A recomendação geral é lavar o local com água e sabonete neutro todos os dias, a menos que o cirurgião indique o contrário. Além disso, evite o uso de produtos que outras pessoas recomendam, como dicas de vizinhos ou da internet, pois isso pode prejudicar a cicatrização.
Nos primeiros dois dias, é normal a saída de um líquido claro e sem cheiro pela área da cirurgia. Durante esse período, o uso de curativo é indicado. Após essa fase, o curativo passa a ser mais para proteção.
É importante verificar o corte pelo menos duas vezes ao dia. Caso observe que a área ao redor do corte fique cada vez mais vermelha, com um tom mais intenso de vermelho ou com aumento da área avermelhada, isso merece atenção. Se houver aumento de temperatura, inchaço ou secreção de pus, é essencial comunicar imediatamente ao médico, pois pode ser um sinal de infecção.
Uma pergunta muito comum entre os pacientes é: “Quanto tempo o corte vai levar para cicatrizar? Preciso retirar os pontos?”
Normalmente, o tempo de cicatrização é de cerca de 7 dias, mas isso pode variar dependendo do local da cirurgia. Por exemplo, cortes no rosto ou na boca tendem a cicatrizar mais rápido do que aqueles nas costas ou nas pernas. Além disso, a condição clínica do paciente também influencia no tempo de recuperação: pessoas idosas, fumantes e diabéticos podem demorar mais tempo para cicatrizar em comparação com crianças ou atletas. Portanto, como referência, 7 dias é um bom parâmetro, mas é sempre importante consultar seu médico sobre o tempo de cicatrização específico para o seu caso.
Após a cicatrização, dependendo do tipo de fio utilizado para suturar a pele, será necessário retirar os pontos. No entanto, alguns fios caem sozinhos e, nesse caso, a remoção não será necessária. Por isso, esclareça essa dúvida com o seu médico para saber como proceder corretamente.
Cuidado com a dieta
Uma boa alimentação é essencial para a recuperação após a cirurgia. Nos primeiros dias, o ideal é seguir uma dieta mais leve, pois é comum o paciente sentir algum desconforto abdominal devido ao estresse cirúrgico e ao uso de medicações durante a anestesia. Uma dieta mais leve facilita a aceitação dos alimentos nesse período inicial, ajudando o corpo a se ajustar ao processo de recuperação.
Além disso, a dieta mais leve pode ajudar a acelerar o funcionamento do intestino, que frequentemente fica mais lento após a cirurgia. Isso ocorre porque o processo cirúrgico e os medicamentos podem retardar o trânsito intestinal, e a ingestão de alimentos mais suaves pode facilitar a eliminação de gases e a evacuação, especialmente em cirurgias realizadas na região abdominal.
Dica extra: Caminhada
Se o seu cirurgião autorizar, levante-se e caminhe! Não espere se recuperar completamente para começar a andar. Para a grande maioria dos casos, caminhar faz parte do processo de recuperação! A caminhada estimula o funcionamento do intestino, ajudando a retomar o seu ritmo no pós-operatório.
Além disso, caminhar ajuda a manter os músculos ativos e evita a perda muscular, que pode ocorrer quando a pessoa fica deitada por longos períodos. Estima-se que a perda muscular possa chegar a 5% da massa muscular por dia se a pessoa permanecer na cama. Esse impacto é ainda mais significativo em idosos, para os quais a mobilização precoce é ainda mais crucial.
É muito comum que os familiares de pacientes idosos pensem que o repouso absoluto seja necessário após a cirurgia. No entanto, se o médico autorizar e o paciente estiver bem clinicamente, é fundamental que ele caminhe, sempre com o apoio de alguém para garantir sua segurança. Caminhar é um dos melhores caminhos para uma recuperação mais rápida e eficaz!
Cuidado com a trombose
Os trombos são coágulos sanguíneos que se formam no interior dos vasos sanguíneos, tendo uma aparência semelhante a gelatina preta. Quando presentes nos vasos, eles causam a trombose, um problema sério que pode obstruir as veias, especialmente nas pernas, levando à trombose venosa profunda.
Esses coágulos podem se mover pelas veias e chegar ao coração, sendo então bombeados para os pulmões, onde podem causar um evento grave chamado tromboembolismo pulmonar (TEP), que pode ser fatal. Embora mais raro, o trombo também pode alcançar o cérebro, provocando um AVC (Acidente Vascular Cerebral), embora isso ocorra com menor frequência.
Durante a cirurgia, diversos fatores podem aumentar a chance de formação de trombos, como desidratação, sangramentos que estimulam a coagulação, e imobilização, já que o paciente tende a ficar inativo por longos períodos. Esse risco é ainda maior em casos de anestesia geral, pessoas obesas, quem já sofreu trombose anteriormente, pacientes com câncer, ou aqueles que passam por cirurgias ortopédicas, entre outras condições.
Como prevenir a trombose?
- Para diminuir o risco de trombose durante o pós-operatório, o médico pode recomendar medidas preventivas, conhecidas como profilaxia da trombose:
- Hidratação: manter-se bem hidratado é essencial, então beba bastante líquido;
- Movimentação: se possível, caminhe. Isso ajuda a ativar os músculos das pernas e melhorar a circulação. Se a caminhada não for viável, faça exercícios com os pés ou pernas deitado;
- Meias elásticas: elas auxiliam na circulação venosa e são especialmente recomendadas para pacientes que ficam muito tempo imobilizados;
- Medicação anticoagulante: medicamentos que ajudam a prevenir a formação de coágulos, que podem ser injectáveis ou em comprimido, conforme orientação médica.
Vale perguntar para o seu médico sobre a necessidade de profilaxia contra a trombose e siga as orientações adequadas para garantir uma recuperação saudável e sem complicações.
Siga todas as medidas
Essas medidas preventivas devem ser seguidas com rigor no pós-operatório e podem precisar ser mantidas por semanas ou até meses, dependendo do seu caso específico. É fundamental que você converse com seu médico para entender se está no grupo de risco para trombose pós-operatória, as medidas que deve seguir e por quanto tempo.
Além disso, ao perceber sintomas como dor nas pernas, falta de ar súbita, ou qualquer outro sinal de complicação, não hesite em comunicar imediatamente o seu médico. A detecção precoce é crucial!
Fique atento também a sintomas como piora da dor, dor no peito, febre, mal-estar, sensação de calafrios, náuseas ou vômitos. Qualquer sintoma fora daquilo que seu médico orientou como normal deve ser investigado o quanto antes, para garantir uma recuperação tranquila e segura.
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Veja o vídeo com a explicação da especialista: