Dificuldade para engolir
Dificuldade para engolir, dor ou desconforto, são sintomas que podem indicar diversas condições de saúde. É importante estar atento aos sinais e compreender as possíveis causas por trás desses problemas, que podem variar desde questões temporárias até algo mais sério.
No entanto, antes de explicar os sintomas e as possíveis causas é preciso entender sobre como funciona a deglutição, o ato de engolir.
Engolir é um movimento natural do organismo que começa como um ato voluntário, ou seja, a pessoa pensa em engolir e o cérebro envia um comando pelos nervos até a musculatura ao redor da garganta e do início do esôfago. Esses músculos trabalham em conjunto para que o alimento seja deglutido.
O esôfago, por sua vez, é um órgão em formato de tubo que tem capacidade de se contrair de maneira coordenada e de forma involuntária, ou seja, sem a pessoa querer, o órgão empurra o alimento até o estômago. Portanto, estão envolvidos na deglutição, o sistema nervoso, incluindo o cérebro e os nervos, e os músculos da garganta e do esôfago.
No entanto, se a pessoa sente, frequentemente, dificuldade para engolir, isso sugere que ela tem problema em algum ponto do mecanismo e é preciso reparar no que pode ser para ajudar no entendimento do problema.
Dificuldade para engolir ocasionalmente ou com frequência?
A pessoa deve observar se esse problema aparece de vez em quando ou de com frequência. Além disso, ela deve notar se existe outro sintoma associado, como dor de garganta, se há barulho ao engolir o alimento, se sente dor no peito ou ainda se o alimento volta para boca não digerido.
Provavelmente, todas as pessoas já tiveram algum episódio de dificuldade para engolir e isso é bem comum. Normalmente acontece quando ela come muito rápido ou não mastiga bem os alimentos. Outra causa comum de dificuldade de engolir ocasional é a dor de garganta por alguma gripe, resfriado ou amigdalite. Isso acontece, pois a região está sensível e a pessoa terá dor ao engolir. Neste caso, assim que a infecção melhorar, a deglutição voltará ao normal.
Saiba que se a dificuldade para engolir for eventual, geralmente, não é motivo para preocupação, mas, se for frequente, é preciso procurar um médico para avaliar.
Disfagia
A disfagia é quando há dificuldade de engolir e o sintoma mais comum é que o alimento ficou preso na altura do pescoço ou do peito. Entre os outros sintomas, estão:
- Engasgos e tosse: quando o alimento para no meio do caminho para o estômago, ele pode jogar saliva para a traqueia e pulmões, ou até mesmo fazer o próprio alimento voltar para as vias aéreas. Isso pode gerar os sintomas listados e pneumonias de repetição;
- Regurgitação e vômitos: quando o alimento volta não digerido para a boca;
- Mau hálito.
O que pode causar dificuldade para engolir?
Existem muitos problemas que podem ter como sintoma a dificuldade de engolir. Por isso, a pessoa deve reparar em algumas situações que podem ajudar a identificar a causa. Entre elas:
Problema neurológico
A deve reparar se tem fraqueza, perda de sensibilidade em alguma parte do corpo ou tremores nas mãos. O AVC, popularmente conhecido por derrame cerebral, doença de Parkinson e a esclerose múltipla são algumas causas possíveis de disfagia, especialmente em pessoas mais idosas. Nesses casos são comum dificuldade para engolir e outros sintomas neurológicos pelo corpo;
Histórico de queimação no estômago e no peito após comer, que piora quando a pessoa deita
O refluxo gastroesofágico é uma das causas comuns de dificuldade para engolir e isso acontece quando o conteúdo ácido do estômago reflui, causando queimação em todo o esôfago até a boca. Essa situação pode gerar tosse seca, sensação de bola na garganta e dificultar a deglutição, seja por essa sensação de bola ou por causar espasmos no esôfago, alterando a capacidade do órgão de contrair de modo eficiente. Em casos extremos, o refluxo constante pode machucar o esôfago, que cicatriza e fica mais estreito, dificultando a passagem do alimento;
Acalasia
No final do esôfago há uma válvula que relaxa para o alimento passar e contrai para impedir que o ácido do estômago suba e queime o esôfago. Em algumas pessoas essa válvula não relaxa e isso é caracterizado por acalasia. A disfagia é progressiva, ou seja, a dificuldade de engolir piora com o passar do tempo. O esôfago vai dilatando (megaesôfago) e se torna cada vez mais ineficaz. Saiba que esse é um problema que deve ser diagnosticado quanto antes, pois com o tempo, mais complexo o tratamento se torna e piores são os resultados;
Câncer do esôfago ou do estômago
Essa situação é gravíssima e a pessoa notar se a dificuldade para engolir está piorando com o tempo. Isso porque ela é crescente e a consistência dos alimentos passa a ser mais restrita. No começo, a pessoa consegue comer alimentos sólidos pequenos, depois apenas pastosos, depois líquidos e, nos casos mais graves, se engasga até com a própria saliva. Isso ocorre porque o tumor cresce rápido, obstruindo o esôfago ou a transição entre o estômago e o esôfago. Geralmente, a pessoa apresenta outros sintomas, como emagrecimento e dor. Já entre os fatores de risco estão o tabagismo, alcoolismo e o refluxo gastroesofágico. Se a pessoa tem esses fatores, deve fazer o diagnóstico e iniciar o tratamento.
Outras causas de dificuldade para engolir
Existem muitas outras causas de dificuldade para engolir, como problemas dentários, dificuldade de mastigação, divertículos do esôfago, problemas reumatológicos, ingestão de algum corpo estranho (como comprimidos) e certas medicações.
Em todos os casos, não subestime o sintoma de dificuldade para engolir, pois isso pode ser grave. Por isso, em todos os casos é preciso procurar ajuda de um médico Gastroenterologista para correta avaliação.
Sinais de alerta para dificuldade em engolir
- Disfagia progressiva, que piora como o tempo;
- Perda de peso: nos casos mais graves, a dificuldade de engolir pode limitar a alimentação fazendo a pessoa ficar desnutrida;
- Engasgos, tosse e pneumonia associada a disfagia, sinal de que o alimento está indo para as vias aéreas e pulmão;
- Vômitos com sangue.
Diagnóstico e tratamento
Na consulta médica, após o especialista conversar, examinar e entender melhor o quadro, ele pode solicitar exames complementares para definir o diagnóstico. Entre os exames mais comuns estão a endoscopia digestiva alta, na qual um tubo com uma câmera irá avaliar o esôfago por dentro, a manometria, na qual uma sonda estuda a capacidade do esôfago em contrair e relaxar, e o videodeglutograma, exame que filma a pessoa engolindo contraste.
O tratamento vai depender de cada causa: Nos casos neurológicos, as medicações são introduzidas; na acalasia e nos tumores a cirurgia é necessária. Para todas elas, quanto antes for feito o diagnostico, melhores serão os resultados. Por isso, se alguém está com dificuldade para engolir ou tendo engasgos frequentes, deve procurar um Gastroenterologista.
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