Doença de crohn: o que é, sintomas, causas e como tratar?
A doença de crohn é uma das doenças que tem aumentado sua incidência na população. Ela é uma inflamação crônica que pode afetar todo o trato gastrointestinal, ou seja, boca, esôfago, estômago, intestino delgado, intestino grosso até o ânus.
Ela pode iniciar em qualquer idade, sendo a partir dos 4-5 anos, mas normalmente, se inicia por volta dos 14 anos de idade. Recentemente, há registros de um aumento da incidência em crianças, o que até então era muito rara.
Fatores de risco para doença de crohn
Vale saber que a medicina ainda não sabe a causa desse problema, mas alguns dados sugerem que alguns fatores podem estar associados:
- Morar em cidades, em comparação com morar no campo;
- Poluição;
- Estresse;
- Uso indiscriminado de antibióticos;
- Pouco tempo de amamentação e tabagismo.
Quando suspeitar de doença de crohn?
Os sintomas de doença de crohn variam conforme a gravidade do quadro e também com o local afetado. Saiba que a doença de crohn pode afetar uma área ou várias áreas do trato gastrointestinal. Veja algumas alterações que ela causa:
- Aumento do número de evacuações: a pessoa passa a ir várias vezes no banheiro durante o dia. Nos casos mais graves podem ir mais de 10 vezes por dia;
- Sangue nas fezes: O sangue visto apenas no papel higiênico pode acontecer, mas esse é um sinal mais comum em doenças do ânus, como hemorroida e fissura anal;
- Muco: como um catarro;
- Febre acima de 38º C;
- Emagrecimento mesmo sem dieta;
- Dor de barriga em cólica: o ponto do intestino mais frequentemente acometido é o íleo terminal, que se localiza na junção entre o intestino delgado e o grosso, bem próximo ao apêndice. Nesses casos a dor de barriga é na região ao redor da cicatriz umbilical e para o lado direito.
O que a doença de crohn pode afetar?
A doença de crohn pode afetar a boca, na forma de aftas que não cicatrizam e quando afeta o ânus podem levar a formação de coleção de pus ao redor do ânus, chamado de abscesso e posteriormente fistulas.
Nos casos mais graves pode levar a anemia, emagrecimento, dores nas articulações, lesões na pele e até nos olhos. A perfuração do intestino é uma situação gravíssima que leva a quadros de dor de barriga muito intensos.
E quanto tempo duram os sintomas de doença de crohn?
É importante saber que nem sempre a pessoa com doença de crohn terá todos esses sintomas ao mesmo tempo. Uma característica que fortalece essa hipótese diagnóstica é a duração dos sintomas. Por ser uma doença crônica, os sintomas duram mais tempo e podem ser intermitentes. Normalmente persistem por mais de 3 meses, melhoram e voltar novamente.
Essa dinâmica de duração ajuda a diferenciar de outros problemas mais agudos que surgem, como diarreia, viroses, intoxicação alimentar e verminoses.
Nem sempre é fácil essa diferenciação. Na presença dos sintomas você deve procurar o médico para o correto entendimento do problema.
Como é realizado o diagnóstico da doença de crohn?
Devido a diversidade de sintomas, nem sempre é fácil fazer a suspeita e diagnóstico de doença de crohn. Essa jornada pode demorar até um ano, entre o início dos sintomas e a conclusão diagnóstica.
O médico irá considerar toda a história clínica e, se necessário, vai aprofundar a investigação com exames complementares como exame de sangue, de fezes, para diferenciar atividade inflamatória da doença de outras causas.
É essencial saber que o diagnóstico é feito por biópsia de alguma região afetada pela doença. Geralmente, a colonoscopia, que avalia o reto e todo intestino grosso, ou por endoscopia, que avalia a boca, esôfago e estômago.
Entretanto, outros exames podem ser necessários, como cápsula endoscópica, tomografia, ressonância magnética.
E qual o tratamento para doença de crohn?
A primeira informação importante é que doença de crohn não tem cura. Por isso, entre os focos do tratamento estão:
- Aumentar o período de remissão sem sintomas e quando as crises surgirem amenizar e encurtar a duração dos sintomas;
- Tratar as complicações quando acontecerem, e em geral são complicações que necessitam de tratamento cirúrgico;
- Como a doença é autoimune, a essência do tratamento é o uso de medicações para diminuir relativamente a imunidade. Corticoides e outros imunossupressores ou medicamentos biológicos se enquadram nesta categoria;
- Alguns tipos de dieta também podem ser indicados para cada caso. Para as crianças, dieta específica através de sonda exclusiva é considerada tratamento que pode controlar todos os sintomas, evitando o uso de outros medicamentos.
É importante saber que os medicamentos são essenciais para controlar a doença de crohn, mas a necessidade de cirurgia é uma realidade para a maioria dos pacientes mesmo com esses novos medicamentos.
Além disso, uma vez que o paciente precise ser submetido a uma operação, é preciso ter muita cautela para tentar evitar ao máximo a chance de a doença retornar e com o passar dos anos ser necessário outros procedimentos cirúrgicos.
Cirurgia laparoscópica
Para os casos que precisarão de cirurgia laparoscópica, saiba que este procedimento melhorou muito os resultados para o tratamento da cirurgia laparoscópica. O procedimento será realizado por uma equipe especializada e, se preferir, busque mais de uma opinião com médicos que sejam considerados referência neste tratamento.
Muitos pacientes também se preocupam com o risco de transmitir para os filhos esta doença, mas essa situação é muito rara. As chances de os filhos serem saudáveis é maior.
Gestação em mulheres com doença de crohn
O ideal é que a gestação ocorra de preferência em momento de calmaria ou remissão da doença. É preciso também que seja uma decisão planejada, no sentido de adequar a prescrição de medicamentos aos planos de gestação, pois alguns medicamentos não são recomendados para gestantes em potencial, mas a maioria dos medicamentos pode ser utilizada neste período.
É válido reforçar que a doença de crohn pode ter forte impacto na qualidade de vida das pessoas e apesar de ser uma doença crônica e de difícil controle, tem tratamento com boas taxas de sucesso, principalmente quando o ocorre com uma equipe multidisciplinar especializada, com médico gastroenterologista, cirurgião do Aparelho Digestivo ou Proctologista, em conjunto com equipes de psicologia, enfermagem, nutrição, dentre outras.
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