Doença de crohn: o que é, sintomas, causas e como tratar?

A doença de Crohn é uma patologia caracterizada por uma inflamação crônica que pode afetar todo o trato gastrointestinal, ou seja, boca, esôfago, estômago, intestino delgado, intestino grosso e ânus. O início pode ocorrer em qualquer idade a partir de 4 ou 5 anos, mas normalmente afeta os adolescentes por volta dos 14 anos e os casos dessa doença tem aumentado na população brasileira. 

É importante saber que a medicina não sabe a causa exata desse problema, mas alguns fatores podem estar associados, como: morar em cidades, poluição, estresse, uso indiscriminado de antibióticos, pouco tempo de amamentação e tabagismo. Além disso, é importante frisar que, embora muitos pacientes se preocupam com o risco de transmitir da doença de Crohn para os filhos, essa é uma situação muito rara e as chances de ter filhos saudáveis é maior.

Sintomas de doença de Crohn

A doença de Crohn pode afetar uma ou mais áreas e os sintomas variam de acordo com a gravidade do quadro e do local do trato gastrointestinal acometido. Os sete sintomas mais comuns são:

  • Aumento do número de evacuações: a pessoa vai várias vezes ao banheiro durante o dia. Nos casos mais graves ela podem ir mais de 10 vezes;
  • Sangue nas fezes: o sangue, normalmente, é visto no vaso sanitário junto com as fezes. Quando o sangue é visto apenas no papel higiênico pode ser sinal de doenças do ânus, como hemorroida e fissura anal. Por isso, é importante investigar;
  • Muco nas fezes;
  • Febre com temperatura acima de 38º C;
  • Emagrecimento: a pessoa perde peso mesmo sem fazer dieta;
  • Dor de barriga em cólica: normalmente é acometido o íleo terminal, localizado na junção entre o intestino delgado e o grosso, próximo ao apêndice. Nesses casos, a dor de barriga é na região ao redor da cicatriz umbilical e para o lado direito.

A doença de Crohn pode ainda afetar a boca, na forma de aftas que não cicatrizam. No ânus podem causar formação de pus, chamado de abscesso e posteriormente de fístulas.

O aumento do número de evacuações é um dos sintomas da doença de Crohn.

Casos graves de doença de Crohn

Nos casos mais graves, a doença de Crohn pode causar anemia, emagrecimento, dores nas articulações, lesões na pele e nos olhos. A perfuração do intestino é uma complicação gravíssima que leva aos quadros intensos de dor de barriga.

Vale saber que uma pessoa com doença de Crohn pode não ter todos esses sintomas ao mesmo tempo, mas uma característica que ajuda no diagnóstico é a duração dos sintomas. Por ser uma doença crônica, os sintomas duram mais tempo e podem ser intermitentes, melhorando e voltando novamente. Esse ponto é essencial, pois ajuda a diferenciar de outros problemas mais agudos que surgem, como diarreia, viroses, intoxicação alimentar e verminoses.

No entanto,  essa diferenciação pode ser dificil e por isso, na presença dos sintomas, é ideal buscar ajuda de um médico Gastroenterologista, Cirurgião do Aparelho Digestivo ou Proctologista para o correto entendimento do problema. 

Diagnóstico da doença de Crohn

Devido à diversidade de sintomas, nem sempre é fácil fazer o diagnóstico da doença de Crohn. Normalmente, o tempo médio entre o início dos sintomas e a conclusão do diagnóstico é de um ano. Para a investigação, o médico irá considerar a história clínica do paciente e, se necessário, solicitará exames complementares, como de sangue e de fezes, que podem diferenciar a atividade inflamatória da doença de outras causas.

Normalmente, o diagnóstico é feito durante a colonoscopia por biópsia da região afetada pela doença. Durante o exame, sera avaliado o reto e todo intestino grosso. Se for feito a endoscopia, a boca, esôfago e estômago também serão avaliados. Outros exames também podem ser necessários, como cápsula endoscópica, tomografia e ressonância magnética.

O diagnóstico da doença de Crohn envolve a história clínica, exames de sangue e fezes, e principalmente colonoscopia com biópsia. Tomografia e ressonância também podem ser necessários.

Tratamento da doença de Crohn

É importante saber que a doença de Crohn não tem cura, mas o tratamento tem como objetivo: 

  • Aumentar o período de remissão da doença e, quando as crises surgirem, amenizar e encurtar a duração dos sintomas;
  • Tratar as complicações quando acontecerem, que  em geral necessitam de tratamento cirúrgico. Como a doença é autoimune, a essência do tratamento é o uso de medicações para diminuir relativamente a imunidade. Corticoides e outros imunossupressores ou medicamentos biológicos se enquadram nesta categoria;
  • Algumas dietas podem ser indicadas, mas é preciso verificar caso a caso. Para as crianças, dieta específica através de sonda exclusiva é considerada um dos tratamentos que pode controlar todos os sintomas, evitando o uso de outros medicamentos.

 Os medicamentos são importantes para o controle da doença de Crohn, mas a necessidade de cirurgia é uma realidade para a maioria dos pacientes, mesmo com os novos medicamentos.

O tratamento da doença de Crohn visa prolongar a remissão e aliviar os sintomas durante crises, usando imunossupressores, corticoides e biológicos. Cirurgias e dietas específicas também podem ser necessárias.

Cirurgia

A cirurgia laparoscópica melhorou os resultados para o tratamento da doença de Crohn. Saiba que, se o paciente precisar ser submetido à operação, o especialista terá muito cuidado para evitar ao máximo a chance da doença retornar e, com o passar dos anos, ser necessário outros procedimentos cirúrgicos.

Para as  mulheres com doença de Crohn e que desejam engravidar, é indicado que ela ocorra, de preferência, em momento de calmaria ou remissão da doença e que seja uma decisão planejada, no sentido de adequar a prescrição de medicamentos aos planos de gestação. Isso porque, alguns medicamentos não são recomendados para as gestantes.

É válido ressaltar que a doença de Crohn pode ter um forte impacto na qualidade de vida das pessoas e, apesar de ser uma doença crônica e de difícil controle, existe tratamento com boas taxas de sucesso, principalmente quando há uma equipe multidisciplinar especializada com médico Gastroenterologista, Cirurgião do Aparelho Digestivo ou Proctologista, em conjunto com equipes de psicologia, enfermagem e nutrição, por exemplo.

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