Doença de Parkinson: tremores no corpo
A doença de Parkinson é uma das doenças neurológicas mais importantes da atualidade, não só por ser uma doença crônica que pode causar a incapacidade e até a morte, mas também por ser cada vez mais frequente no nosso meio. A estimativa é que 3% da população acima dos 60 anos tem Parkinson, ou seja, aproximadamente 1 em cada 30 pessoas nessa idade tem a doença.
Sintomas da doença de Parkinson
Os sintomas da doença de Parkinson estão divididos em dois tipos: sintomas motores e sintomas não-motores.
Sintomas motores
Eles estão diretamente relacionados ao Parkinson e normalmente são os sintomas que fazem o paciente suspeitar de que existe algo de errado e a procurar ajuda médica. Quatro deles serão destacados:
- Tremor: acontece, principalmente, no repouso, ou seja, quando a pessoa não está movimentando ativamente uma parte do corpo. Em muitos casos, ele é pior em situações estressantes, seja de causa física ou emocional. O tremor é o sintoma que causa maior constrangimento social no paciente parkinsoniano;
- Rigidez: é a perda da fluidez dos movimentos. O paciente sente-se congelado, ou como se suas articulações estivessem “enferrujadas”. É como se o corpo não conseguisse se movimentar com a mesma harmonia e facilidade de antes. O movimento deixa de ser automático e, muitas vezes, o paciente precisa lembrar de como movimentar certa parte do corpo. O movimento acontece por etapas, como se desse um “soquinho” para seguir adiante. Essa rigidez acontece também na musculatura da face, causando perda da expressão facial, também conhecida como faces de pôquer, em que o paciente não consegue mais demonstrar pelo rosto, tristeza ou alegria;
- Bradicinesia: é a lentidão, a perda da agilidade para fazer qualquer atividade. O paciente começa a demorar para realizar as atividades habituais e cotidianas. Por exemplo, ele leva o dobro do tempo para escovar os dentes, para comer ou para fazer a própria barba;
- Instabilidade postural: dificuldade de equilíbrio e sensação de facilidade para cair. Essa instabilidade, somada aos outros sintomas motores, justificam o Parkinson como importante causa de quedas.
Sintomas motores são assimétricos
Outra característica da doença é que esses sintomas motores são assimétricos: acontecem com maior intensidade em um dos lados do corpo e assim permanecem por toda a evolução da doença. Portanto, é comum uma mão tremer mais que a outra, ter maior dificuldade de mexer um dos lados do corpo e assim por diante.
O Parkinson não afeta apenas a parte motora e os movimentos. Existem outras partes afetadas que vão causar os sintomas não motores.
Sintomas não motores
- Perda ou redução do olfato: pode ser o sintoma mais precoce da doença;
- Constipação: dificuldade de evacuação;
- Sintomas depressivos e ansiosos;
- Distúrbios do sono: como a insônia, que é a dificuldade em iniciar ou em terminar o sono, e a alteração comportamental do sono REM. Existem diferentes fases do sono. Uma dessas fases é chamada de sono REM, que é a fase do sono mais profundo e pesado. É quando sonhamos. A alteração comportamental do sono REM ocorre quando o sono fica agitado, a pessoa conversa, movimenta-se bastante e pode atuar seguindo a “experiência” dos seus sonhos. Por exemplo, se a pessoa estiver batendo em alguém durante o sonho, ela faz os movimentos de luta enquanto dorme. Quem tem Parkinson irá atuar mais nos seus sonhos, caracterizando essa alteração;
- Dor;
- Alterações urinárias, como a incontinência urinária;
- Dificuldades relacionadas ao ato sexual: dificuldade de ereção ou ejaculação precoce para o homem, e ressecamento vaginal para a mulher;
- Sintomas cognitivos: alterações de memória, dificuldade de raciocínio, em uma fase mais avançada da doença;
- Alterações comportamentais: alucinações e agressividade, também em uma fase mais avançada da doença.
O que causa o Parkinson?
Primeiro, é importante saber que os sintomas não motores surgem até 10 anos antes dos sintomas motores mencionados, sendo um importante sinal do início da doença.
No entanto, a medicina não sabe ao certo a causa do problema. Sabe-se que ocorre uma diminuição progressiva da produção de uma substância chamada Dopamina. Essa substância controla partes do cérebro responsáveis pelo comando dos movimentos voluntários, que acontecem de maneira automática, ou seja, aqueles em que não precisamos pensar ou planejar para realizá-los, resultando nos sintomas da doença mencionados acima.
Fatores de risco para a doença de Parkinson
Apesar de não estar bem estabelecida a causa, sabe-se quem tem maior risco de desenvolver a doença, a depender de alguns fatores, chamados fatores de risco. Três deles são:
- Exposição a pesticidas, principalmente sem os equipamentos de proteção individual;
- Sedentarismo;
- História familiar de doença de Parkinson, principalmente em parentes de primeiro grau.
A doença de Parkinson é uma doença comum a partir dos 60 anos, mas isso não significa que uma pessoa mais jovem não possa ter esse problema.
Não é possível prevenir e não tem uma cura para a doença de Parkinson, mas há várias opções de controle da doença, com medicações e até mesmo com cirurgia. Quanto mais no início for feito o diagnóstico e iniciado o tratamento, melhor será o resultado.
Por isso, se uma pessoa tiver algum desses sintomas ou fatores de risco, ela deve buscar a orientação de um médico Neurologista.
A reabilitação é uma parte muito importante do tratamento desta patologia, pois é capaz de preservar a qualidade de vida do paciente por muito mais tempo, modificando o curso da doença. É tão importante quanto tomar medicações ou fazer a cirurgia. Não é possível tratar efetivamente a doença de Parkinson sem atividade física, fisioterapia, fonoterapia e terapia ocupacional.
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