Dor de garganta por amigdalite

A dor de garganta é uma queixa muito comum e durante a pandemia se tornou mais frequente, pois é um sintoma de Covid-19. No entanto, existem diversas outras causas para dor de garganta sendo as mais frequentes gripe, resfriado, mononucleose e outras doenças da infância. Quando essas infecções afetam as amigdalas, são chamadas de amigdalites.

A estimativa é que, por ano, haja 10 milhões de casos de amigdalite no Brasil. Apesar de comum, essa doença é potencialmente grave. Mas, quando saber que a dor de garganta é por amigdalite?

O que é amigdalite?

As amígdalas estão na orofaringe, no fim da língua e no fundo da boca. Elas são duas tonsilas localizadas na transição entre o sistema respiratório e digestivo, responsáveis pela produção de linfócitos, as células de defesa do organismo. Saiba que elas guardam um “arquivo imunológico” e ajudam a promover estratégias de defesa.

Justamente por funcionarem como uma barreira, essas estruturas são muito suscetíveis a processos infecciosos e quando isso ocorre, as amígdalas inflamam, ficam inchadas, doloridas e dificultam a passagem dos alimentos para o aparelho digestivo.

As amígdalas, localizadas na orofaringe, no fim da língua e no fundo da boca, produzem linfócitos, células de defesa do organismo.

O que causa dor de garganta por amigdalite?

Normalmente, a amigdalite é causada por vírus, mas pode ocorrer infecção por bactérias também. Os vírus são responsáveis em cerca de 50% a 70% das inflamações, especialmente os que causam gripes e resfriados, como o adenovírus. Já, entre as bactérias, os principais agentes envolvidos são os estafilococos e o estreptococo. Esses microrganismos costumam ser transmitidos de uma pessoa para outra através de tosse, espirro e contaminação das mãos e objetos por secreções respiratórias.

Alguns fatores, como mudanças bruscas de temperatura, convivência com fumantes, exposição contínua ao ar condicionado e, sobretudo, situações de queda na imunidade podem predispor o indivíduo a desenvolver uma amigdalite.

Vale saber que a amigdalite viral mais comum é a mononucleose, uma doença sistêmica que acomete principalmente adolescentes e adultos jovens. Ela é causada pelo vírus Epstein-Barr e é transmitida pelo contato direto com gotículas salivares.

Na mononucleose, a pessoa geralmente apresenta febre acompanhada de cansaço, dor de garganta e dos gânglios do pescoço, aumento do fígado e aumento do baço. 

Quais são os sintomas de dor de garganta por amigdalite? 

O sintoma mais comum da amigdalite é a dor de garganta, principalmente ao engolir. Porém, existem outros sintomas comuns, como:

  • Amígdalas vermelhas e inchadas;
  • Revestimento ou manchas brancas e amarelas nas amígdalas;
  • Dificuldade de engolir;
  • Febre;
  • Aumento de gânglios no pescoço (ínguas);
  • Voz rouca;
  • Mau hálito;
  • Falta de ar e dificuldade para abrir a boca, em casos graves.
O aumento dos gânglios no pescoço (ínguas) é um sintoma importante da amigdalite.

Nos bebês e nas crianças pequenas, os sintomas podem incluir excesso de baba, devido dificuldade e dor na hora de engolir, recusa na hora de comer e agitação incomum.

Diagnóstico da dor de garganta por amigdalite

O diagnóstico da dor de garganta por amigdalite é clínico e depende, basicamente, da história do paciente e do exame da garganta. Em geral, a infecção viral atinge mais a orofaringe e a faringe, com comprometimento maior dos gânglios.

Já a bacteriana se caracteriza pelo aumento acentuado das amígdalas, frequentemente com a presença de placas de pus. Na dúvida, alguns exames podem ser necessários, como o teste rápido para a pesquisa da bactéria na secreção da garganta e mesmo a cultura, na qual o material colhido é posto em meios próprios para avaliar o crescimento de bactérias. 

Quais são os tratamentos para dor de garganta por amigdalite?

É importante saber que seja por vírus ou por bactéria, os cuidados em casa podem aliviar alguns sintomas e ajudar na recuperação, sobretudo das crianças. Se a amigdalite é causada por um vírus, o médico não vai recomendar antibiótico e, nesses casos, os cuidados caseiros incluem:

  • Repouso;
  • Ingerir muito líquido para manter a garganta hidratada e prevenir a desidratação.

Além disso, é importante usar medicamentos que ajudam a diminuir a febre e controlar a dor. Mas, é importante que isso seja conversado com um médico.

Os cuidados caseiros para amigdalite incluem repouso, ingestão de líquidos para hidratação e uso de medicamentos para febre e dor, sempre sob orientação médica.

Agora, se a amigdalite for causada por bactéria, o tratamento é feito com antibióticos alem de remédios sintomáticos para dor e febre. Mas, é importante que o tratamento seja feito até o fim, mesmo se os sintomas desaparecerem rapidamente. Não fazer o tratamento completo pode causar algumas complicações.

Quando a recorrência da amigdalite é muito alta, geralmente maior do que quatro vezes por ano, a retirada das amígdalas pode ser indicada. A função de defesa da amígdala não é comprometida com a cirurgia, uma vez que existem mais de 300 gânglios no pescoço que também são responsáveis pela defesa. É essencial destacar que depois de tantas infecções, a amígdala pode ficar com muito tecido de cicatrização e perder sua função de defesa. 

Cirurgia para retirada de amígdalas

Existem três pontos que precisam ser explicados:

1- O pós-operatório pode ser doloroso, semelhante a uma crise de amigdalite. Portanto, o uso de analgésicos e anti-inflamatórios é necessário nesse período, além de uma dieta mais fria e pastosa, com alimentos como sorvetes, gelatina e frutas amassadas;

2- Existem alguns mitos relacionados com a remoção das amígdalas. Um deles é a mudança de voz e é importante afirmar que isso não acontece, já que a voz não é alterada com a cirurgia de amígdalas. Outro mito é sobre o ganho de peso, já que a pessoa que passa por essa cirurgia não engorda. O que acontece é que alguns pacientes têm a amígdala muito grande e com a remoção, a alimentação fica mais fácil.

3- Cerca de 15% dos pacientes podem apresentar faringites nos anos seguintes à cirurgia. Entretanto, esses quadros são mais leves e não é necessário o uso de antibióticos. No entanto, é importante que outras causas, como alergias, sejam investigadas.

Complicações da amigdalite 

A inflamação das amígdalas, causada por amigdalite frequente ou crônica, pode causar complicações e uma delas é a formação de abscesso periamigdaliano. Nessa situação, o pus produzido por bactérias vai para dentro da musculatura do pescoço. Esta situação é muito grave, pois o paciente tem dificuldade para abrir a boca e, eventualmente, há falta de ar e muita dificuldade para engolir.

Nesse caso, o tratamento pode ser feito com internação hospitalar e até mesmo cirurgia para remoção e drenagem do abscesso.

Além disso, é válido saber que apesar de ser um problema corriqueiro na infância, a amigdalite precisa de um bom diagnóstico e tratamento adequado. Se for uma amigdalite causada por bactéria estreptococos e ela não for tratada corretamente, há risco de evolução para doenças graves, como febre reumática, glomerulonefrite (inflamação nos rins) e artrite.

Prevenção

Os agentes que causam amigdalite viral e bacteriana são contagiosos, portanto, é importante manter uma boa higiene e ensinar os principais cuidados para as crianças. Nesse sentido, é recomendado:

  • Lavar bem as mãos;
  • Evitar o compartilhamento de copos e garrafas;
  • Trocar a escova de dente quando confirmado o diagnóstico de amigdalite.
Troque a escova de dente quando a amigdalite for diagnosticada, pois os agentes causadores são contagiosos e podem persistir nas cerdas, aumentando o risco de reinfecção.

Para evitar que o vírus ou a bactéria se espalhem é importante:

  • Ficar em casa enquanto estiver doente;
  • Perguntar para o médico quando a criança pode voltar para a escola;
  • Explicar para a criança sobre a importância de lavar as mãos após tossir ou espirrar.

Se você notar algum sintoma é importante buscar ajuda de um médico especialista e em casos graves e recorrentes, procure por um otorrinolaringologista.

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