Dor na panturrilha: causas, sinais de alarme, diagnóstico e tratamento

A dor na panturrilha, ou batata da perna, ocorre na região localizada abaixo do joelho e acima do tornozelo. Essa área é formada por músculo, ossos, nervos e tendões que fazem o mecanismo de movimentação, além da circulação sanguínea composta por artérias, veias e vasos linfáticos.

O que reparar quando sentir dor na panturrilha?

Quando essa região apresenta algum problema o principal sintoma é a dor nas pernas. No entanto, podem surgir outros sinais e sintomas que se a pessoa souber reparar, ajudarão muito no diagnóstico do problema.

Dor na panturrilha durante ou após do exercício físico

Esta situação sugere problema muscular, a causa mais comum de dor na panturrilha. Ela pode acontecer subitamente durante a prática de um exercício ou esforço físico, ou ainda aparecer um ou dois dias após a atividade. Pode melhorar com o repouso ou quando a pessoa não faz exercício físico.

A dor na panturrilha pode ocorrer por pequenos rompimentos das fibras ou até uma distensão muscular, que é uma ruptura de fibras que acontece quando o músculo estica demais.

Dor na panturrilha durante ou após o exercício físico pode indicar problemas musculares, como rompimentos de fibras ou distensões, e geralmente melhora com repouso.

Além disso, a dor na panturrilha também pode causar câimbras e nesse caso é preciso observar se o músculo da panturrilha fica contraído e endurecido, os pés e os dedos do pé ficam curvados para baixo. Outra característica importante da câimbra é que, na maioria das vezes, ela melhora com o alongamento do músculo ou do grupo de músculos envolvidos. 

Dor intensa, súbita, com piora progressiva, mesmo sem fazer exercício e perna inchada

Pode sugerir trombose venosa profunda. É um trombo ou coágulo, como uma rolha de sangue que se forma dentro do vaso sanguíneo e interrompe a passagem do sangue pela veia. Na trombose, a dor frequentemente é aguda, de forte intensidade e acompanhada de inchaço na perna. Esses são os principais sinais de alarme que podem ser confundidos com dor muscular. No entanto, ao longo do dia, a dor aumenta e não melhora com o repouso e, principalmente, fica nitidamente inchado.

Dor na panturrilha pode indicar trombose venosa profunda, um coágulo que interrompe o fluxo sanguíneo, causando dor intensa, inchaço na perna e piora ao longo do dia, não aliviada pelo repouso.

Outra característica importante e que pode sugerir a possibilidade de trombose é o histórico de permanecer muito tempo parado na mesma posição. Isso acontece, por exemplo, em um voo longo de avião, quando a pessoa quebra algum osso do pé ou da perna, ou ainda faz uma cirurgia de grande porte.

Diante dessa suspeita, o ideal é não esperar e procurar um pronto-socorro rapidamente. O diagnóstico é feito através da história clínica e do exame de Ultrassonografia com Doppler, que avalia o fluxo da veia e identifica se existe ou não obstrução.

Dor que piora ao longo do dia mas não é súbita, presença de varizes 

As varizes são uma das doenças mais comuns do mundo. Cerca de 85% das pessoas têm algum grau de varizes, mas somente 30% dessas pessoas irão relatar sintomas. Esses sintomas podem ser diários ou acontecer em algumas fases do mês, como pré-menstrual nas mulheres, ou relacionadas aos dias mais intensos de trabalho em pé ou sentado.

Normalmente, a dor não acontece nas primeiras horas do dia, mas vai somando conforme a pessoa fica com os pés para baixo, já que a lei da gravidade dificulta o retorno do sangue venoso. Ao final do dia, a pessoa sente dor em peso ou cansaço grande e, neste caso, se ela colocar as pernas para cima, vai ajudar o retorno venoso e sentir alívio.

É válido saber que o exercício físico e as meias elásticas podem aliviar essas dores de forma muito eficaz, mesmo para quem tem varizes grandes.

Cerca de 85% das pessoas têm varizes, mas apenas 30% apresentam sintomas, que pioram ao longo do dia e melhoram ao elevar as pernas. Exercícios físicos e meias elásticas ajudam a aliviar as dores.

Dor forte em queimação na panturrilha ao caminhar e que melhora ao ficar em repouso.

A pessoa tem pressão alta, diabetes ou colesterol alto? É tabagista? Neste caso, a dor na panturrilha pode ser um problema de circulação nas artérias que dificulta a chegada do sangue vindo do coração até o pé.

A principal doença que afeta as artérias da perna é a aterosclerose: formação de placas de gordura dentro da circulação. Ao final da vida, quase todas as pessoas tem um pouco e isso não é preocupante. Contudo, algumas pessoas terão mais do que as outras.

 Existem fatores genéticos e ambientais envolvidos nessa doença. A alimentação gordurosa, rica em carboidratos e açúcares no geral, falta de exercício físico e tabagismo, são hábitos que aumentam o risco de ter esse problema. A boa notícia é que elas podem ser controladas para prevenir aterosclerose nas artérias da perna e em outras artérias do corpo, com as coronárias que nutrem o coração. Vale ressaltar que essa é a principal causa de infarto e a principal causa de morte no mundo.

Quando essas placas de gordura estão presente nas artérias da perna, elas podem dificultar a chegada do sangue até o músculo. No geral, durante o repouso a panturrilha não dói, mas quando a pessoa começa a andar, o músculo exige mais oxigênio e nutrientes, ou seja, ele precisa de mais sangue. No entanto, devido ao problema de circulação, isso não é possível.

Desta forma, o músculo começa a sentir falta de oxigênio e, por isso, dói. Neste ponto, a pessoa consegue andar mais um pouco mas logo tem que parar totalmente. Quando ela para, o músculo deixa de estar sobrecarregado e a quantidade de sangue que chega para o repouso é o suficiente e, assim, a dor vai embora subitamente.

Este tipo de dor é chamada de claudicação intermitente e é indicativo da doença das artérias, chamada de doença arterial periférica. Saiba que no Brasil existem 20 milhões de pessoas com essa doença e muitas delas não sabem que tem. Por isso, se a pessoa apresenta os fatores de risco listados e tem mais de 50 anos é indicado consultar um Cirurgião Vascular preventivamente, para obter boas orientações.

É importante saber que, nos casos iniciais, o problema pode ser tratado com medicação e atividade física mas, nos casos avançados, pode ser necessária cirurgia de revascularização da perna ou até mesmo amputação do membro. 

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