Enjoo de movimento? Entenda o que é a cinetose!

O enjoo do movimento, ou cinetose, ocorre quando a pessoa fica enjoada e até chega a vomitar ao entrar em um barco, navio ou mesmo quando viaja de carro. Saiba que existem vários sintomas relacionados a esse problema e alguns merecem destaque:

  • Náusea, também chamada de enjoo;
  • Sudorese fria: a pessoa fica suando, mas a pele fica gelada ao invés de quente;
  • Palidez na pele;
  • Tontura;
  • Fadiga ou fraqueza: muitas pessoas falam que as pernas parecem mais fracas;
  • Dor de cabeça;
  • Salivação excessiva;
  • Vômitos.
Um dos sintomas mais comuns da cinetose são as náuseas.

Quem sofre com esses sintomas deve reparar em que momento isso acontece, já que no caso da cinetose eles surgem frequentemente quando a pessoa está dentro de veículos em movimento como automóveis, barcos, ônibus, trens e aviões. Mas, pode acontecer também em elevadores, esteiras de corrida, brinquedos no parque de diversão e cinemas 3D, por exemplo.

Além disso, é comum o problema piorar ao começar a ler algum papel no banco de trás do carro, mexer no celular durante uma viagem ou sentar de costas para o sentido no metrô. Outra característica é que esses sintomas, uma vez começados, podem persistir por mais tempo, mesmo que o movimento tenha acabado. Ou seja, mesmo saindo do carro ou do barco a pessoa ainda pode continuar enjoada por horas, e eventualmente, por dias.

O que causa o enjoo de movimento?

Para entender a cinetose, é importante falarmos sobre o equilíbrio, uma espécie de sexto sentido, já que ele traz a percepção de aceleração do corpo e posição dele em relação ao espaço e gravidade.

O corpo utiliza três sistemas para manter o equilíbrio: a visão, o tato e o labirinto, que são duas pequenas estruturas ósseas que ficam dentro dos nossos ouvidos. Através dos labirintos conseguimos saber que estamos em movimento mesmo com olhos fechados.

O tempo todo, o cérebro recebe informações através do labirinto, visão e do tato sobre a posição do corpo em relação ao meio à nossa volta. Por exemplo, quando uma pessoa está parada de olhos abertos, usa praticamente a visão e o tato para manter o equilíbrio. Mas, ao começar a caminhar ou correr, o labirinto entra em cena e se torna peça fundamental no equilíbrio durante movimento.

Saiba que ao correr, o tato envia mensagens ao cérebro com a informação de frequência de passadas e força do impacto dos pés no chão. Já a visão ajuda a desviar de obstáculos e olhar onde será a próxima pisada. Portanto, todas as informações somadas que o cérebro recebe, o tato, a visão e labirinto, indicam a mesma informação, a que estamos correndo.

Na cinetose, essas informações, que normalmente se complementam, não ocorrem. Existe um conflito de informações encaminhadas pela visão e pelo labirinto. Um bom exemplo que ilustra isso é quando uma pessoa está lendo um livro no carro: pela visão focada no livro parece que a pessoa está parada lendo o livro. Mas, para o labirinto, ela está em movimento.

O que causa a cinetose é o conflito entre a visão e o labirinto.

Vale saber que essas informações se conflitam também em um barco: para a visão, a pessoa está vendo o mar e parece estar parada, mas o labirinto comunica para o cérebro que ela está se mexendo. O resultado desse conflito de informações, em quem tem predisposição, é o enjoo e todos os outros sintomas mencionados.

Fatores de risco

Os mecanismos que causam o surgimento da cinetose ainda não são completamente conhecidos, ou seja, a medicina ainda não sabe a causa exata do problema e possivelmente existe mais de um aspecto envolvido. Mas, apesar de não saber a causa exata, sabe-se quem tem maior propensão de ter cinetose, ou seja, quais são os grupos de risco. Três deles são:

  • Idade: a cinetose pode acometer pessoas de todas as idades, mas geralmente se inicia por volta dos 10 anos e depois continua presente em menor grau durante a vida adulta;
  • Ser do sexo feminino: a cinetose acomete duas vezes mais mulheres do que os homens;
  • Componente genético: o componente genético é bem importante na cinetose. Estima-se que a hereditariedade dela esteja por volta de 70%. Isso significa que se uma pessoa tem cinetose, a chance de que os seus filhos também tenham é um pouco maior.

Além desses três citados, pessoas que sofrem de enxaqueca e doenças do labirinto também têm maior risco de desenvolver o distúrbio.

Como é feito o diagnóstico de cinetose?

O diagnóstico de cinetose é clínico, ou seja, é feito através da história do paciente, além de exame físico realizado durante a consulta médica. Por isso, é muito importante que a pessoa relate corretamente os sintomas para o médico. Em alguns casos são necessários exames complementares para ajudar no diagnóstico.

É importante saber que é difícil falar em cura para cinetose, justamente por não se entender completamente os mecanismos pelos quais ela acontece. A boa notícia é que de maneira geral, a intensidade dos sintomas tende a diminuir conforme a pessoa fica mais velha. Com relação ao risco de evoluir para algo grave, isso não acontece na cinetose, pois ela é um problema que normalmente não envolve nenhum risco mais sério â saúde. No entanto, ela traz muito desconforto no dia a dia do paciente, pode causar restrições e limitações, e pior qualidade de vida.

Por estes motivos, se uma pessoa tiver os sintomas mencionados e isso estiver prejudicando a sua qualidade de vida, é importante prestar atenção nas informações e procurar um médico. No caso da cinetose, deve-se procurar um Otoneurologista, que é o otorrino especializado em problemas do equilíbrio.

Como prevenir a cinetose?

Existem algumas medidas simples que podem diminuir o enjoo durante as viagens, como:

  • Sentar no banco da frente ou, se possível, dirigir o carro;
  • Não ler ou mexer no celular, de preferência fixar a visão no horizonte distante à frente;
  • Pedir ao motorista do carro para não dirigir muito rápido ou para não fazer curvas bruscamente;
  • Evitar refeições volumosas antes das viagens;
  • Se possível, ficar em posição reclinada ou deitada;
  • Usar roupas leves e manter o veículo arejado;
  • Evitar o uso de bebida alcoólica e cigarro antes e durante a viagem;
  • E, por fim, conversar com o médico sobre a possibilidade de usar medicamentos que ajudem a prevenir os sintomas em viagens maiores.
Uma das medidas para diminuir o enjoo durante as viagens é evitar o uso de bebidas alcoólicas e cigarro.

Continue acompanhando nosso site e tenha acesso às Informações de saúde e bem-estar confiáveis para você se cuidar melhor!

Veja o vídeo com a explicação da especialista: