Esclerose múltipla: o que é, sintomas, causas e o que fazer?

Esclerose múltipla é uma doença autoimune que afeta o sistema nervoso central. Quando o corpo entra em contato com qualquer vírus, o sistema de defesa identifica o “intruso” e o ataca antes dele causar problemas.

No caso das doenças autoimunes, o próprio sistema de defesa da pessoa, o sistema imunológico, interpreta elementos do seu corpo como um “intruso” e ataca a ele mesmo. 

Isso é o que acontece na esclerose múltipla: o  sistema de defesa observa o Sistema Nervoso Central (formado pelo cérebro, cerebelo, tronco cerebral e pela medula espinhal) e confunde essas partes com um vírus, por exemplo, e ataca essas estruturas. 

O que causa a esclerose múltipla? 

A esclerose múltipla, assim como a maioria das doenças autoimunes, depende de dois fatores para o seu aparecimento: predisposição genética e gatilho ambiental. Isso significa que a esclerose múltipla é uma doença de predisposição genética poligênica não hereditária, ou seja, a pessoa ganha vários genes do pai e vários genes da mãe que neles não causaram nenhuma doença, mas que, quando esses genes se juntam em outra pessoa (nos filhos) aumentam as chances de eles desenvolverem esclerose múltipla.

A esclerose múltipla resulta de predisposição genética e gatilhos ambientais. Não é hereditária, mas envolve vários genes dos pais que, juntos, aumentam a chance de desenvolver a doença.

Isso também dependerá de um gatilho ambiental, que atualmente acredita ser um vírus chamado EBV (Epstein-Barr), da grande família dos herpes vírus. O EBV é o herpes tipo 4, que causa uma doença chamada mononucleose infecciosa. Esse tipo de herpes está presente no sangue de 90% das pessoas, mas só uma minoria delas irá desenvolver esclerose múltipla.

Essas pessos tem um predisposição genética fazendo com que uma parte do sistema nervoso central chamada mielina, a capa que reveste os nervos, fique muito parecida com parte do EBV. O sistema de defesa, em contato com o vírus, não consegue diferenciar o que é vírus do que é a mielina do sistema nervoso central. Ele confunde as duas coisas e ataca os dois: o vírus e o sistema nervoso central. Essa situação é chamada de mimetismo molecular, ou seja, o vírus mimetiza (imita a capa que reveste os nervos) e confunde o sistema de defesa. 

Quais os sintomas de esclerose múltipla?

Os sintomas da esclerose múltipla dependem do local do sistema nervoso central que é atacado. Entre os cinco sintomas principais, estão:

  • Formigamentos na metade do corpo ou do rosto; 
  • Dor atrás do olho com piora ao movimentar e que após um ou dois dias causa embaçamento da parte central da visão, ou seja, a pessoa enxerga, mas no meio da imagem fica embaçado;
  • Visão dupla: chamada de diplopia, a pessoa enxerga uma cadeira que está em sua frente e outra ao lado;
  • Sensação de faixa apertada na barriga, acompanhada de fraqueza em uma ou nas duas pernas; 
  • Sensação de choque que corre pelas costas ao tentar encostar o queixo no peito.

A visão dupla, ou diplopia, é um dos principais sintomas da esclerose múltipla. Nesse caso, a pessoa enxerga duplicado, como se houvesse uma cadeira na frente dela e outra ao lado, dificultando a percepção correta do ambiente.

Vale saber que a característica mais importante desses sintomas é que eles vêm e vão, duram cerca de duas semanas e tendem a desaparecer completamente na maior parte das vezes. Essa situação é chamada de “esclerose múltipla recorrente-remitente”. 

Existe uma idade comum para o início da esclerose múltipla? 

Sim! Por ser uma doença que afeta as pessoas mais jovens, os primeiros sintomas se manifestam entre os 20 e 30 anos. É mais comum em mulheres, afetando três mulheres para cada homem diagnosticado, principalmente em pessoas de pele branca. É rara em afrodescendentes e em orientais. 

O que fazer em caso de suspeita de esclerose múltipla? Como o diagnóstico é feito?

O primeiro passo é buscar ajuda de um Neurologista para avaliação da  história clínica. Após, ele irá solicitar diversos exames de sangue para descartar outras doenças que possam apresentar esses sintomas. Vale saber que o exame mais importante é a ressonância magnética de crânio, pois mostrará alterações da mielina que são compatíveis com a doença.

Durante a investigação, também serão solicitados exames de ressonância magnética da coluna, para verificar se há inflamação da mielina da medula espinhal, e de líquor.

Durante a avaliação para esclerose múltipla, o neurologista solicitará exames, incluindo ressonância magnética da coluna e exames de líquor, para verificar inflamações na medula espinhal e sinais da doença.

Como é o tratamento? A esclerose múltipla tem cura? 

Infelizmente, a esclerose múltipla ainda não tem cura, mas existe tratamento com diversas medicações que foram especificamente desenvolvidas para reduzir a chance do sistema imunológico atacar a pessoa. A escolha da medicação vai depender da conversa entre o médico e o paciente, considerando diversos fatores, como: atividade da esclerose múltipla, desejo de engravidar e estilo de vida, por exemplo.

É essencial saber que, de forma geral, com o uso das medicações atuais a taxa de controle da doença é muito alta!

Quem tem esclerose múltipla pode ter uma vida normal?

Sim! Algumas recomendações podem ajudar no tratamento da doença, como manter um estilo de vida saudável, praticar atividade física, não fumar, não beber, manter o peso adequado e, na medida do possível, reduzir o estresse. 

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