Escoliose: o que é e o que causa?

Escoliose em adolescentes é um problema muito mais frequente do que as pessoas imaginam. Estima-se que entre 5 e 10% dos adolescentes no Brasil tenham algum grau de escoliose, ou seja, em uma sala de aula de 20 alunos 1 ou 2 têm esse problema. Isso significa que grande parte das salas de aula brasileiras tem alguém com esse problema!

O que é escoliose?

A coluna vista de frente é reta, mas se ela apresentar alguma tortuosidade para direita ou para esquerda, a pessoa tem escoliose. Em alguns casos, essa curvatura faz com que a coluna passe a rodar no seu próprio eixo e por essa razão passe a se curvar também para frente ou para trás.

Saiba que quando a curvatura é pequena, menor que 10 graus, ela não é considerada com escoliose, mas se for acima disso, é considerada sim. Um ponto importante para saber é que mesmo nos casos de curvatura mais acentuada nem sempre o diagnóstico é fácil, principalmente, pois, na maioria das vezes, a pessoa não sente nada.

A escoliose é caracterizada pela coluna torta.
A escoliose é caracterizada pela coluna torta.

6 sinais que indicam escoliose

Existem alguns sinais importantes que indicam suspeita de escoliose, mas aqui vamos listar seis:

  1. Um ombro mais alto do que o outro, com diferença na altura dos ossos da escápula;
  2. Uma perna que parece ser mais comprida ou mais curta do que a outra;
  3. Cintura torta, como se as alturas dos quadris fossem diferentes;
  4. Desequilíbrio do tronco, que o faz parecer desviado para um dos lados em relação aos quadris e pernas;
  5. No caso das meninas, assimetria dos seios, ou seja, um mais alto do que o outro;
  6. Elevação (corcunda) em um lado das costas deixando algumas costelas mais evidentes de um lado do que do outro.

Esses sinais não ocorrem apenas na escoliose, mas podem estar presentes em outras doenças. No entanto, é importante destacar que na presença desses sinais, é essencial avaliar a possibilidade de ser escoliose.

Causas e tratamentos da escoliose

Em crianças e adolescentes, normalmente a causa é desconhecida, ou seja, ainda não se sabe ao certo porque alguns apresentam essa curvatura anormal e outros não, mas alguns estudos sugerem que existem relação genética com o problema. Essa forma mais frequente é chamada de Escoliose Idiopática.

Já em idosos, o problema está habitualmente associado ao processo degenerativo da coluna, em que uma vertebra escorrega sobre a outra.

Além dessas, existem outras causas de escoliose, como: mal formação congênita das vértebras, doença neuromuscular, fraturas ou infecção, cirurgias na coluna, dentre outras.

Escoliose em adolescentes

Para a maioria dos casos em adolescentes, cabem dois esclarecimentos importantes para os pais:

A escoliose do adolescente não tem relação com vícios posturais dessa fase da vida, principalmente a má postura relacionada ao uso de celular, computadores e videogames;

Também não está comprovada qualquer relação com posição de dormir, como se senta no sofá ou o fato de carregar mochilas pesadas; ou seja, não é isso que vai causar escoliose. Mas, não significa que não se deva corrigir a postura dos filhos. Esses vícios de postura podem sim causar problemas posturais e dor nas costas.

Grupos de risco

Apesar de não estar bem estabelecida a causa para muitos adolescentes com escoliose, sabe-se quem tem maior risco de ter e que por isso merecem atenção redobrada. São os grupos de risco:

  • Meninas: elas têm três vezes mais chance de ter escoliose se comparadas com os meninos, principalmente na fase da puberdade;
  • Pessoas com história familiar de escoliose;
  • Doenças neuromusculares como a paralisia cerebral e outras doenças que afetam a coluna: dentre as possibilidades de tratamento, para os casos mais leves pode ser indicado exercícios específicos e coletes. Para os casos mais graves, cirurgia.

Entretanto, cada caso deve ser avaliado de maneira individual. Mas, de uma maneira geral, escolioses de grau baixo a moderado grau em crianças ou adolescentes, ou seja, as que não tem indicação cirúrgica, não costumam gerar problemas funcionais.

Porém, é importante saber que apesar do impacto estético não ser tão significativo, alguns estudos mostram aumento de desemprego, baixa autoestima, diminuição da taxa de casamentos, dentre outros, em pessoas com escoliose grave, sem tratamento adequado para correção.

Os casos graves com indicação cirúrgica, que não são tratados ou são negligenciados, podem evoluir para deformidade estética grave, limitações funcionais de locomoção e para as atividades do dia a dia, dor nas costas crônica e, principalmente, limitação respiratória pela deformidade da caixa torácica que contém os pulmões. Curvas na coluna torácica que deformam muito a caixa torácica (curvas com mais de 90 graus) dobram a mortalidade nessas pessoas comparado com a população geral.

Especialista

Por isso, na suspeita de escoliose, o ideal é buscar ajuda de um Ortopedista especialista em coluna. Lembre-se: a escoliose é uma doença de evolução lenta e silenciosa. Quando tratada no momento correto tem resultados muito bons.

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Veja o vídeo com a explicação do especialista: