Exercício físico para quem tem diabetes
A prática regular de exercício físico é uma das estratégias mais eficazes para o controle do diabetes, especialmente para aqueles com diabetes tipo 2. Ela desempenha uma função essencial na melhoria da sensibilidade à insulina, no controle dos níveis de glicose no sangue e na redução do risco de complicações associadas à doença.
Além disso, o exercício contribui para o bem-estar geral, promovendo a saúde cardiovascular, o fortalecimento muscular, o aumento da energia e a redução do estresse. Por essas razões, é fundamental que pessoas com diabetes incorporem atividades físicas em sua rotina, sempre com o acompanhamento médico, para garantir segurança e otimizar os benefícios.
Diabetes no Brasil
Estima-se que a população mundial com diabetes seja de aproximadamente 387 milhões, com previsão de alcançar 471 milhões até 2035. No Brasil, em 2014, foi estimado que 11,9 milhões de pessoas, na faixa etária de 20 a 79 anos, conviviam com a doença, número que pode chegar a 19,2 milhões até 2035.
Além de sua alta prevalência, o diabetes é uma causa significativa de mortalidade prematura e morbidade associada a doenças cardiovasculares (DCV), cegueira, doenças renais e nervosas, além de amputações. A doença também exerce um forte impacto na qualidade de vida de seus portadores, que frequentemente apresentam menor capacidade aeróbica, diminuição da força muscular, flexibilidade reduzida, menor débito cardíaco, dificuldades de cicatrização e problemas sexuais, entre outros.
Na prática, o diabetes é uma doença muito comum, que eleva significativamente o risco de mortalidade precoce e prejudica a qualidade de vida de quem a enfrenta.
E o que o exercício físico pode fazer para ajudar?
Antes de explicar os benefícios do exercício, é importante entender o que é o diabetes. O diabetes é uma condição caracterizada pelo excesso de glicose no sangue. Em pessoas saudáveis, a glicose proveniente dos alimentos entra na corrente sanguínea e, com a ação da insulina, consegue acessar as células do corpo. Dessa maneira, as células utilizam a glicose, o que reduz seus níveis no sangue.
No entanto, em pessoas com diabetes, há uma produção insuficiente de insulina ou, por algum motivo, as células se tornam resistentes à ação dessa insulina. Como resultado, a glicose não consegue entrar nas células, o que provoca o aumento dos níveis de açúcar no sangue, caracterizando a doença.
Como efeito direto, o exercício físico aumenta a captação de glicose do sangue pelas células. Além disso, ele melhora a sensibilidade à insulina nas 24 a 72 horas após o treinamento, ou seja, facilita o trabalho da insulina.
Dessa forma, o exercício reduz a quantidade necessária de insulina, ao mesmo tempo em que aumenta a captação de glicose pelos músculos, diminuindo, assim, os níveis de açúcar no sangue. De forma indireta, o exercício físico também contribui para a redução do peso corporal, o que, por si só, já diminui o risco de diabetes tipo 2.
A longo prazo, a prática regular de exercícios reduz as complicações micro e macrovasculares, auxiliando na diminuição da mortalidade e promovendo uma melhoria significativa na qualidade de vida.
Qual exercício fazer para ter os benefícios?
Os exercícios de intensidade moderada a vigorosa são altamente recomendados tanto para a prevenção quanto para o controle do diabetes tipo 2 e para a prevenção de doenças cardiovasculares em pacientes diabéticos.
A combinação de exercícios aeróbicos (como caminhada, corrida, natação ou ciclismo) e exercícios de resistência, como a musculação, é especialmente eficaz. Essa combinação ajuda não apenas na regulação dos níveis de glicose, mas também no fortalecimento muscular e na melhoria da saúde cardiovascular, sendo indicada para o controle e a prevenção do diabetes.
Qual é o tempo recomendado para os exercícios físicos?
A recomendação é realizar pelo menos 30 minutos de exercício físico por dia, de 5 a 7 dias por semana, com intensidade moderada. Isso resulta em uma soma semanal mínima de 150 minutos de atividades físicas. É importante variar as modalidades, como correr, dançar, nadar, entre outras. O ideal é progredir ao longo do tempo para sessões de exercícios mais longas, de 40 minutos a 1 hora.
Para avaliar a intensidade do exercício, pode-se usar a capacidade de conversar durante a atividade. Em exercícios de intensidade moderada, o indivíduo ainda consegue conversar, mas já sente entre ligeiramente cansado e cansado.
Além do exercício aeróbico, é também recomendado realizar musculação ou treinamento resistido 2 a 3 vezes por semana, ajudando no fortalecimento muscular e na melhoria da saúde geral.
Cuidados com os pacientes dependentes de insulina
Cuidados com pacientes dependentes de insulina durante o exercício físico são fundamentais para evitar complicações, como hipoglicemia.
É importante evitar a prática de exercício no pico de ação da insulina, pois isso pode aumentar o risco de queda dos níveis de glicose no sangue. Além disso, deve-se evitar a aplicação de insulina em regiões do corpo que serão muito exigidas durante o exercício, pois isso pode aumentar a absorção da insulina, afetando o controle glicêmico.
O percentual exato de redução da dose de insulina pode variar entre os pacientes. Como regra geral, pode-se reduzir a dose da insulina ultrarrápida ou rápida da refeição anterior ao exercício. Caso o exercício tenha uma duração maior que o habitual, também pode ser necessário diminuir a dose da insulina de ação intermediária ou prolongada. É importante ajustar essas doses com acompanhamento médico individualizado para garantir um controle glicêmico adequado e seguro durante a atividade física.
Prevenção do diabetes
O exercício físico não só é fundamental para o controle do diabetes tipo 2 em pessoas que já têm a doença, mas também é uma estratégia eficaz para prevenir o seu surgimento. A prática regular de atividades físicas está associada a um risco significativamente menor de desenvolvimento do diabetes tipo 2, principalmente quando combinada com uma dieta adequada e outras mudanças comportamentais saudáveis.
A combinação de exercício físico com uma alimentação balanceada ajuda a melhorar a sensibilidade à insulina, a controlar o peso corporal e a manter os níveis de glicose no sangue dentro da faixa saudável. Além disso, adotar hábitos saudáveis, como evitar o sedentarismo, controlar o estresse e manter uma rotina regular de sono, contribui para uma saúde metabólica otimizada, reduzindo o risco de diabetes e promovendo o bem-estar geral.
Melhora na saúde
Além dos benefícios diretos no controle do diabetes, a prática regular de exercícios físicos proporciona uma série de melhorias em diversos sistemas do corpo. Pacientes que se exercitam regularmente experimentam benefícios cardiovasculares, como a redução do risco de doenças do coração, além de melhorias musculoesqueléticas, hepáticas, pancreáticas e até mesmo na memória e no sistema imunológico.
Por tudo isso, ficou claro que a atividade física é uma aliada poderosa na saúde geral e no manejo do diabetes. Agora, a ação depende de cada indivíduo! Se ainda não pratica, pense nas vantagens de incorporar a atividade física à rotina diária e comece já! Não há momento melhor para dar esse passo em direção a uma vida mais saudável e com melhor qualidade de vida.
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