Hepatite B: quais os sintomas, prevenção e tratamento

A hepatite B é uma inflamação causada por um vírus chamado Vírus da Hepatite B. Este é um problema comum e estima-se que 1% dos brasileiros são infectados pelo vírus. Em algumas regiões do Brasil esse número pode chegar a 5% da população.

A estimativa é que 1% dos brasileiros são infectados pelo vírus
A estimativa é que 1% dos brasileiros são infectados pelo vírus

Como ocorre a infecção da hepatite B?

Para entender sobre os sintomas é preciso saber o que ocorre após a contaminação com o vírus.

Uma vez que o vírus entra na circulação, ele chega ao fígado onde começa a infecção. O sistema imunológico é acionado, iniciando uma inflamação caracterizada por fase inicial da doença, ou fase da Hepatite Aguda.

O vírus entra na circulação e afeta o fígado.
O vírus entra na circulação e afeta o fígado.

Quais os sintomas de hepatite B?

Os sintomas mais comuns da hepatite aguda são enjoo, vômitos e cansaço. Mas, esses sintomas podem estar presentes em diversos problemas de saúde. Isso significa não é possível suspeitar de hepatite somente por eles.

Nos casos em que a inflamação do fígado é mais importante pode-se apresentar sintomas mais sugestivos como?

  • Icterícia: cor amarelada da pele, mais facilmente percebida vendo o branco dos olhos;
  • Urina cor de coca cola, chamado de colúria;
  • Fezes mais claras.

É importante saber que a cada dez pessoas contaminadas, apenas uma tem sintomas. As outras nove pessoas não sentem nada e esse é um grande problema, pois como elas têm o vírus ativo no corpo, ele é transmitido para outras pessoas sem saber.

Todo esse processo ocorre por um período de até 6 meses na Fase Aguda ou durante toda a vida em indivíduos que cronificam a doença.

Após o período de Fase Aguda, 95% dos adultos conseguem eliminar o vírus e ficam curados clinicamente. Eles não terão mais danos ao fígado e também não transmitirão mais a doença.

No entanto, 5% dos adultos infectados com a doença, não conseguem eliminar o vírus através do sistema imunológico e a doença passa para a fase crônica. Saiba que nas crianças esse número é muito maior, podendo chegar a 95% de cronificação.

Fase crônica

Na fase crônica, as pessoas permanecem com o vírus ativo e se multiplicando no fígado. Por isso, nessa fase as pessoas continuam transmitindo a doença e começam a ter sinais laboratoriais que indicam o sofrimento do fígado.

A hepatite crônica é totalmente assintomática. Saiba que se nada for feito, essa inflamação causa cirrose e até mesmo câncer do fígado (Hepatocarcinoma).

Uma informação que nem todos sabem, mas que é importante revelar aqui é que a hepatite B é uma das principais causas de câncer de fígado.

A evolução silenciosa e com grande potencial de gravidade, sem sintomas para a maioria das pessoas, destaca-se como um dos grandes problemas da Hepatite Crônica. Devido ao fato de que os sintomas não são bons indicadores da presença da doença para a maioria das pessoas, a possibilidade de ter sido contaminado pelo vírus deve ser suspeitada ao estar exposto a sangue e fluidos corporais que podem conter o vírus.

Nas pessoas infectadas, o vírus da hepatite B está presente no sangue e nos fluídos corporais incluindo o esperma, as secreções vaginais e saliva. Se ocorrer troca de sangue ou desses fluídos com alguém contaminado pode-se pegar a doença.

Vias de transmissão da hepatite B

  • Relação sexual desprotegida: o sexo oral e anal também transmitem a doença. O beijo também pode transmitir o vírus, mas apenas se houver pequenos ferimentos na boca;
  • Compartilhamento de agulhas e seringas entre usuários de drogas injetáveis;
  • Cabelereiros, manicures, centros de colocação de piercing e tatuagem que não esterilizam corretamente os alicates, tesouras ou agulhas. Deve-se questionar se o local que irá prestar o serviço segue as recomendações de esterilização. É preciso lembrar que a fervura desses objetos não mata o vírus B, e que esse vírus pode permanecer vivo em uma gota de sangue seca por até 7 dias.
  • Transmissão da mãe para o filho durante o parto ou na amamentação se ocorrer rachadura no mamilo. Como mencionado, a hepatite B em crianças se torna crônica na grande maioria dos casos. Portanto, é essencial que toda paciente grávida seja investigada para a hepatite B para diminuir essa chance de transmissão ao feto. A chance de transmissão por aleitamento é considerada muito baixa, porém deve-se ter o cuidado com a possibilidade de rachaduras no mamilo e com a possibilidade de sangramento nessa situação. O uso do protetor mamilar é sempre recomendado nas mães portadoras do vírus B.

No passado, uma via importante de transmissão era a transfusão sanguínea. Atualmente, o sangue a ser transfundido passa por testes rigorosos e, por isso, esse risco reduziu muito.

Como prevenir a hepatite B?

Entendido as formas de transmissão, é fundamental saber como se prevenir dessa doença. Veja as três principais maneiras:

  • Evitar a exposição sexual usando camisinha nas relações sexuais;
  • Cuidado com o uso de instrumentos que possam cortar ou perfurar, do ponto de vista de esterilização;
  • E a mais importante: a vacinação. A vacina da hepatite B é realizada em 3 doses, em um intervalo de 6 meses. Não causa nenhum efeito adverso e não tem contra indicações. Do recém-nascido ao idoso, todos podem receber a vacina. Após as 3 doses, mais de 90% das pessoas ficam protegidas contra essa doença. Isso significa que mesmo exposta ao vírus a pessoa não será infectada.

Além da proteção à Hepatite B, essa vacina também protege o indivíduo contra o vírus D, também chamado de vírus Delta, que é bastante prevalente na região amazônica em nosso país.

Vacina para hepatite B

No Brasil, a vacina da hepatite B está disponível gratuitamente no sistema público de saúde há mais de duas décadas, mas infelizmente menos da metade dos brasileiros adultos foram vacinados.

A vacina é recomendada para todos e uma pessoa que não tenha sido vacinada deve procurar um Posto de Saúde.

Para aqueles indivíduos que têm a infecção crônica ou para as gestantes que são portadoras do vírus, é importante saber que existem medicações específicas que diminuem o risco de transmissão e que podem zerar a multiplicação desse vírus.

Ao suspeitar que está com a doença, o primeiro passo é procurar um médico. O diagnóstico é feito por meio de um exame de sangue chamado Sorologia. Através desse exame, o especialista saberá se o paciente está suscetível ao vírus, se deve ser vacinado, se ele já foi vacinado e tem anticorpos que conferem proteção à outra infecção, ou se tem o vírus e precisa ser adequadamente tratado.

Tratamento

Nos casos em que a doença se tornou crônica, o objetivo do tratamento será controlar a multiplicação do vírus e impedir a progressão da doença para cirrose ou mesmo para um câncer de fígado. O tratamento, que é prolongado, é realizado por meio de medicamentos disponíveis no SUS.

A importância de esclarecer que, mesmo com o tratamento, o organismo não elimina o vírus da hepatite B, deve ser destacada. Portanto, em situações de baixa imunidade, como durante a quimioterapia, por exemplo, é necessário manter vigilância sobre o vírus para evitar uma reativação da hepatite.

Em alguns casos, é preciso utilizar um tratamento para prevenir essa reativação. Isso se aplica a todos os indivíduos que tiveram contato com o vírus, mesmo aqueles que desenvolveram os anticorpos que protegem contra uma nova infecção.

Para aqueles em que a doença progrediu para cirrose ou que surgiu um tumor no fígado, muitas vezes são necessários tratamentos mais complexos incluindo o próprio transplante de fígado.

Em caso de suspeita desse problema ou caso já tenha o diagnóstico, busque ajuda de um Hepatologista ou Infectologista.

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Veja o vídeo com a explicação do especialista: