Hepatite C

A hepatite C é uma doença mais comum do que muitas pessoas imaginam. Estima-se que no Brasil quase 700 mil indivíduos sejam portadores do vírus da hepatite C e precisem de tratamento. Mundialmente, esse número ultrapassa os 70 milhões, com quase 500 mil mortes ocorrendo anualmente devido a complicações da doença, como cirrose e câncer de fígado.

Antigamente, a hepatite C não tinha cura. Ela era considerada uma doença crônica com tratamento difícil e com muitos efeitos colaterais dos medicamentos. Porém, atualmente, existem remédios eficazes que podem curar a hepatite C, e o Sistema Único de Saúde (SUS) oferece esse tratamento gratuitamente.

Sintomas de hepatite C

Entretanto, ainda existem muitas pessoas que têm a doença e não sabem disso. Muitos casos de hepatite C são assintomáticos na fase aguda, o que dificulta o diagnóstico precoce. A maioria das pessoas com hepatite C crônica também não apresenta sintomas até que a doença esteja em estágio avançado.

Por isso, é importante se atentar a alguns aspectos relacionados à hepatite C:

  • Icterícia: coloração amarelada da pele e olhos;
  • Distúrbios de coagulação;
  • Cansaço;
  • Diminuição de apetite;
  • Coceira;
  • Urina escura;
  • Inchaço nas pernas e no abdome.

Grupos de risco para Hepatite C

Até o início dos anos 90, o fator de risco mais importante para a contaminação com o vírus C era a transfusão sanguínea. O anticorpo que detecta o contato com o vírus C só foi desenvolvido em 1989 e começou a ser testado em bancos de sangue obrigatoriamente a partir de 2003. Portanto, indivíduos que tomaram transfusão antes dessa data devem realizar o exame para detecção do vírus C.

Tratamento

O tratamento da hepatite C é indicado para todos os pacientes, independentemente do grau de fibrose hepática, pois a infecção crônica pelo vírus C é considerada uma doença sistêmica, que pode aumentar o risco de morte por outras causas não hepáticas, principalmente problemas cardíacos e vasculares, como derrame e infarto.

O tratamento é coberto pelo SUS e todos os pacientes têm o direito de receber gratuitamente. Ele envolve de 1 a 3 comprimidos por dia e é muito bem tolerado, com efeitos colaterais raros e leves, como dor de cabeça, náuseas e cansaço na primeira semana.

O tempo de tratamento varia de acordo com o tipo do vírus (genótipo) e o grau de lesão no fígado, podendo variar de 8 a 12 semanas na maioria das vezes. Em casos raros, ele pode durar 6 meses.

O objetivo do tratamento consiste na cura, definida pela ausência de carga viral na 12ª semana após o término do medicamento. Vale lembrar que não se deve solicitar o anticorpo anti-HCV em paciente tratado e curado de hepatite C, pois o anti-HCV será sempre positivo, independentemente da cura da infecção.

Cirrose e câncer de fígado

Além disso, é importante destacar a importância de iniciar o tratamento o mais cedo possível, pois diminui a chance de evolução para cirrose e câncer de fígado. Nesses casos, apesar de ser importante tratar o vírus, as sequelas e a perda de função do fígado persistem e devem ser acompanhadas e tratadas.

Saiba que ter curado uma infecção pelo vírus C não protege de uma nova infecção, pois o anticorpo anti-HCV não é neutralizante, diferente do que ocorre com os anticorpos das hepatites A e B, em que o paciente só pode se contaminar uma vez. Ou seja, mesmo tendo se curado de uma hepatite C, é possível pegar de novo!

Diagnóstico

A hepatite C é uma doença silenciosa e geralmente os sintomas aparecem nas fases avançadas. Sendo assim, é muito importante fazer o exame de sangue mesmo sem sintomas. A Sociedade Brasileira de Hepatologia iniciou há alguns anos uma campanha para que todo brasileiro acima de 45 anos tenha o anticorpo anti-HCV testado. As mulheres grávidas também devem ter o vírus C testado, pois existe chance de transmissão do vírus C durante o parto. Caso ocorra a transmissão para a criança, esta deve ser acompanhada e testada com um exame de PCR só aos 2 anos de idade, já que o tratamento não pode ser realizado antes dessa idade.

Transmissão e prevenção de Hepatite C

Este é um vírus de transmissão percutânea, ou seja, o sangue contaminado pode contaminar outras pessoas através de objeto perfurocortante, como agulhas e seringas não descartáveis, agulhas de acupuntura e de tatuagens, tesouras e alicates não adequadamente esterilizados. A fervura não mata o vírus, é necessário o uso de autoclave adequada para esterilização desses objetos.

Infelizmente, ainda não existe uma vacina contra o vírus C, por isso, é necessário ter cuidado redobrado para evitar contato com o sangue de outros indivíduos, além de sempre usar preservativo. A chance de transmissão sexual do vírus C é baixa, mas pode ocorrer, principalmente se houver lesão de mucosa durante o ato sexual.

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