Insônia e dificuldade para dormir
A insônia é a principal queixa relacionada ao sono, afetando quase metade da população em algum momento da vida. Essa dificuldade pode ser causada por uma variedade de fatores, incluindo problemas de saúde ou até mesmo hábitos inadequados de sono.
Muitas vezes, a insônia pode ser um sintoma de outro problema subjacente, como transtornos de ansiedade ou depressão. Por isso, é fundamental abordar não apenas os sintomas, mas também as causas subjacentes da insônia para um tratamento eficaz.
Existem três formas de como a insônia se apresenta:
- A pessoa apresenta dificuldade para começar o sono. Ela deita na cama e o sono demora para vir;
- Ela tem dificuldade para manter o sono, ou seja, a pessoa acorda no meio da noite e tem dificuldade para voltar a dormir;
- A pessoa desperta antes do horário desejado. Ela tinha o hábito de acordar em um certo horário e passa a acordar cada vez mais cedo, mesmo podendo e querendo dormir mais.
Saiba que a insônia também pode se apresentar com uma mistura dessas três formas.
Quando a insônia é considerada um transtorno?
Para ser um considerada como transtorno do sono, além da dificuldade para dormir, dois fatores são importantes:
- Ocorrer mesmo em ambientes adequados para o sono;
- Ter impacto durante o dia.
Vale relatar que se a pessoa tem dificuldade para dormir quando o vizinho está dando uma festa até tarde ou quando o cachorro está latindo, ela não tem o transtorno do sono. Para afirmar que há essa dificuldade, a pessoa precisa ter esse problema mesmo em um ambiente calmo, silencioso, escuro, com colchão e travesseiro confortáveis e temperatura agradável.
Além disso, para definir como transtorno do sono, o indivíduo precisa verificar se o problema para dormir tem causado prejuízos durante o dia, como:
- Sonolência;
- Dificuldade de concentração e memorização;
- Irritabilidade;
- Fadiga;
- Ansiedade.
Se a pessoa identificar alguma dessas três formas de dificuldade de dormir, mesmo em ambiente apropriado e verificar que há prejuízos durante o dia, ela tem o transtorno do sono chamado de insônia. Sendo assim, ela precisa buscar ajuda de um especialista em sono.
Parece insônia, mas não é
Muitos conteúdos na internet afirmam que a média de sono da população é 8 horas, mas existem pessoas que precisam dormir entre 10 e 12 horas por noite para se sentirem bem no dia seguinte. Por outro lado, existem pessoas que precisam dormir entre 5 e 6 horas por noite, mas se sente bem no dia seguinte. Eles são chamados de “dormidores curtos”.
Pessoas vespertinas
Também existem pessoas que dormem mais tarde do que a média, por uma característica do relógio biológico, que é atrasado. Essas pessoas preferem trabalhar ou estudar à noite, alegando que “funcionam melhor”. Elas são chamadas “vespertinos”.
É importante saber que essas pessoas que dormem tarde e acordam tarde no dia seguinte não são diagnosticadas com insônia, pois não existe dificuldade em dormir. O problema é quando uma pessoa tenta dormir cedo e não consegue porque não tem sono, mas no dia seguinte acorda cedo, cansado, porque dormiu pouco e reclama que é insônia, mas na verdade não é!
Para identificar uma pessoa vespertina, o ideal é se atentar nos períodos de férias, em que a pessoa pode fazer os seus próprios horários de sono. O vespertino dormirá mais tarde e acordará mais tarde sem dificuldade em dormir.
Prepare-se para a consulta com o especialista
Ao identificar insônia é preciso se atentar aos demais fatores para conversar com médico. Entre eles estão:
- Há quanto tempo existe o problema?
Existe algo no dia a dia que pode estar causando isso? Saiba que as insônias agudas, com menos de três meses, normalmente tem relação com algum fator estressor desencadeante. Assim que isso acaba, o sono tende a se regularizar.
- Existe algum problema de saúde, como ansiedade, depressão, doenças neurológicas, dor crônica, hipertireoidismo ou hipotireoidismo, doenças cardíacas ou doenças respiratórias?
É preciso saber que muitos problemas de saúde têm relação com a insônia, ou são causa ou consequência. Por isso, isso deve ser relatado, bem como os medicamentos usados.
Hábitos que causam insônia
Outro ponto importante com relação á insônia, são os hábitos da pessoa. Isso porque, os hábitos ruins para o sono são os responsáveis pela passagem de um quadro agudo de insônia, com menos de três meses, para uma insônia crônica, como mais de 3 meses. Sendo assim, responda as perguntas abaixo:
- Quais são os hábitos antes de dormir?
- Costuma beber muito café à noite? Saiba que a cafeína é uma substância estimulante que pode prejudicar o sono e que não está presente só no café. Bebidas como chá mate, chá preto, chá verde, chocolate e refrigerantes também podem prejudicar o sono;
- Como é o consumo de bebidas alcoólicas? É muito comum algumas pessoas tomarem uma “bebidinha” à noite para relaxar e dormir, mas além de aumentar o risco de dependência, com o tempo só prejudica o sono e leva à insônia rebote, em que a pessoa acorda quando passa o efeito do álcool e tem dificuldade para voltar a dormir;
- A pessoa costuma ficar na cama para fazer as atividades do dia a dia como comer, assistir TV, mexer no celular, estudar ou trabalhar? Saiba que a mente deve entender que a cama é lugar de dormir e não lugar de fazer outras atividades incompatíveis com o sono;
- A pessoa deita ainda sem sono? Às vezes, depois de umas noites de insônia, é normal tentar compensar indo deitar mais cedo ou esticando o tempo na cama, mas fazer isso a mente entende que cama é lugar de ficar acordado. Por isso, deite-se somente quando já estiver com sono;
- Tira cochilos durante o dia? Cochilar rouba as horas de sono da noite seguinte e a pessoa terá dificuldade para dormir.
Insônia: qual profissional procurar?
Ao identificar dificuldade para dormir, busque ajuda de um especialista em sono. Saiba que no Brasil, a Medicina do Sono foi aprovada pela Associação Médica Brasileira como uma especialização de áreas como Psiquiatria, Neurologia, Pneumologia e Otorrinolaringologia.
É importante procurar orientações com um especialista, pois na busca pela melhora dos sintomas de insônia muitas pessoas utilizam medicamentos sem indicação médica, considerando remédios por indicação de amigos, vizinhos ou parentes. Muitas vezes, esses medicamentos são os famosos “tarjas pretas” ou benzodiazepínicos. Eles são campeões de venda em nosso país e oferecem diversos prejuízos para o organismo. O uso indiscriminado desses medicamentos pode levar a problemas, como:
- Dependência;
- Tolerância: com o tempo é preciso uma dose mais alta para ter o mesmo efeito;
- Dificuldade de concentração e memorização;
- Risco de quedas;
- Risco de devolver mais cedo as demências.
Não se automedique. Busque ajuda de um médico especialista para tratar a insônia e outros problemas de saúde.
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Veja o vídeo com a explicação da especialista: