Introdução alimentar: quando e como fazer?

A introdução alimentar é um dos assuntos que mais causam ansiedade nos pais, pois é quando o bebê, além de se alimentar com leite e fórmula, vai começar a comer alimentos que a família já consome. Existem quatros aspectos que são considerados mais importantes e que esclarece as principais dúvidas dos pais nessa fase:

Quando a introdução alimentar deve ser iniciada?

A introdução alimentar deve ser iniciada quando a criança está madura o suficiente para receber novos alimentos. Isso significa que ela deve ser capaz de mastigar e engolir, além de interagir com a comida de forma receptiva.

E, para saber se a criança está preparada, os pais devem verificar os sinais de prontidão, como:

  • Sustentar a cabeça e o tronco;
  • Capacidade de sentar sem apoio;
  • Segurar objetos com as mãos;
  • Explorar estímulos ambientais, ou seja, apresentar interesse em algo que está no ambiente e buscar explorá-lo com as mãos e levando-o à boca;
  • Desaparecimento do reflexo de protrusão da língua. Os bebês tendem a movimentar a língua para fora quando algum objeto encosta a sua boca, o que dificulta a ingestão de alimentos que não seja o leite. A diminuição ou perda desse reflexo permite que a movimentação da língua ocorra de maneira voluntária durante o contato com os novos alimentos.
Quando a criança consegue se sentar sem apoio e sustentar a cabeça e o tronco ela está preparada para iniciar a introdução alimentar.

Saiba que esses sinais de prontidão costumam estar presentes por volta dos seis meses de idade.

Quais os métodos de introdução alimentar existem?

Existem dois métodos ou formas de introdução alimentar. 

  • Método tradicional: os alimentos são ofertados inicialmente na consistência de purê ou papa (amassados, sem peneirar ou liquidificar) através de uma colher. Ao longo dos meses e com o ganho de habilidades do bebê, a consistência é progredida para pedaços até que por volta dos 12 meses a criança recebe o alimento na mesma apresentação que a família habitualmente come;
  • Método BLW ou Bliss: os alimentos são oferecidos em pedaços longos, em forma de palito, por exemplo, para que a criança seja capaz de pegá-los e levá-los à boca, sem que seja necessário o uso da colher. O cuidador deve checar a consistência do alimento antes de apresentá-lo à criança, estando adequado caso seja possível amassá-lo com a língua contra o céu da boca. 
O método BLW ou Bliss oferece alimentos em pedaços longos para que a criança pegue e leve à boca, sem precisar de colher.

Seguindo essa lógica, os vegetais cruz, maçã crua, alimentos pequenos e endurecidos, como as sementes, castanhas e amendoim, ou arredondados, como uva e tomate cereja, não devem ser oferecidos por risco de engasgo.

Saiba que ambos os métodos de introdução alimentar são adequados e seguros e a escolha deve ser feita pela família junto com o profissional de saúde que acompanhará o processo.

Como devem ser as refeições e quais são os cuidados que devem ser tomados nas refeições?

Tanto no método tradicional como no BLW, ou Bliss, é importante que a criança possa interagir com a comida e saciar sua curiosidade sobre ela não só através do paladar. Deixar a criança pegar os alimentos e explorá-los livremente permite que ela se comporte de maneira ativa e interativa nas refeições, voltando a sua atenção para a dieta e construindo uma relação saudável com a comida.

As refeições devem ser feitas preferencialmente em família, procurando-se comer junto com o bebê, num ambiente alimentar e sem distrações com brinquedos ou telas. A criança deve estar sentada de forma ereta, não inclinada, numa cadeira confortável e segura e que lhe permita acesso ao alimento. O ritmo da criança deve ser respeitado, assim como seus sinais de fome e de saciedade. Os pais ou cuidadores não devem agir de maneira para forçar a ingestão de alimentos ou punir a criança caso considerem que a aceitação está inadequada, pois esses comportamentos associam o momento da refeição a sentimentos desagradáveis e negativos, levando à piora progressiva das refeições. 

As refeições devem ser feitas em família, sem distrações, com a criança sentada ereta e segura, respeitando seu ritmo e sinais de fome e saciedade.

O que deve ter na dieta da criança e o que evitar?

O bebê deve ser apresentado a uma dieta variada, com alimentos in natura como os comprados na feira ou minimamente processados. Os produtos industrializados, e ultraprocessados, como bebidas adoçadas e açúcar, não devem ser ingeridos nos dois primeiros anos de vida e após essa idade devem ser evitados.

A papa ou refeição principal (almoço e jantar) deve conter alimentos de todos os grupos alimentares, como na tabela abaixo.

As famílias vegetarianas, que optam por não ofertar proteínas de origem animal, podem montar as refeições principais com um terço de legumes e verduras cozidos, um terço de leguminosas e um terço de tubérculos, cereais e grãos. A opção por uma dieta vegetariana é da família, sendo muito importante o acompanhamento adequado pelo pediatra e por nutricionistas especialistas no assunto, visando garantir o aporte adequado de todos os nutrientes.

É ideal que os pais alternam os alimentos de cada item para que a criança seja apresentada aos diferentes sabores. Outra informação importante com relação a esses alimentos é que devem ser preparados sem sal e sem temperos industrializados.

 As frutas devem ser ofertadas entre duas e três vezes por dia e os pais devem ofertar água várias vezes ao dia, além de deixar disponível para a criança explorar em copos de transição ou treinamento.

Essas orientações podem ajudar na introdução alimentar de forma correta e em caso de dúvida, os pais devem conversar com o médico Pediatra.

Lembre-se de que a introdução alimentar é um período de grandes descobertas para as crianças. Os pais também curtem esse período junto com o bebê, ajudando tornar as refeições momentos agradáveis para toda a família e propiciando assim a construção de hábitos alimentares saudáveis que perduram para toda a vida.

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