Meningite: o que é, sintomas, diagnóstico e tratamento

A meningite é uma das principais doenças responsáveis pela morbimortalidade infantil. Até o mês de maio foram notificados quase 2.000 casos novos de meningites em nosso país, entre adultos e crianças, sem considerar os casos não notificados ao Ministério da Saúde.

Nos meses de inverno, com clima frio e seco, esse problema é ainda mais frequente e merece a atenção.

A meningite é uma inflamação, uma infecção das membranas que revestem e protegem o cérebro e medula espinhal, chamadas meninges.

Essa infecção é causada por diversos micro-organismos. Os mais comuns são: os vírus, as bactérias e os fungos, nesta ordem de importância. Eles chegam até as meninges pelo sangue ou pelas vias aéreas.

A meningite é uma inflamação.
A meningite é uma inflamação.

Sintomas e meningite

Existem vários sintomas relacionados à meningite, mas sete deles serão destacados:

  • Cefaleia ou dor de cabeça: geralmente, é uma dor de cabeça nova, ou seja, que a pessoa nunca sentiu na vida, ou uma dor de cabeça diferente das outras que o paciente possa ter apresentado anteriormente. Acomete a cabeça inteira, é de forte intensidade, progressiva, ou seja, a dor vai aumentando com o passar das horas ou dias e não responde bem ao uso de medicamentos e analgésicos comuns;
A dor de cabeça é um sintoma comum.
A dor de cabeça é um sintoma comum.
  • Febre: ela pode ou não estar presente, mas o mais comum é que pacientes com meningite tenham febre. A intensidade da febre pode variar de acordo com a natureza do micro-organismo que está causando a meningite. Habitualmente, meningites bacterianas provocam mais febre no paciente. Mais frequentemente é uma febre alta, que pode ceder com o uso de antitérmicos, porém que retorna assim que passado o efeito;
  • Alteração da consciência: essas alterações podem ser de dois tipos: ou do nível de consciência, ou seja, da capacidade de se ficar acordado, por isso pacientes com meningites podem estar sonolentos; ou do conteúdo da consciência, isto é, quando se fica confuso e não se consegue manter um diálogo com sentido;
  • Rigidez de nuca. A infecção causa irritação das meninges e o resultado disso é uma dificuldade em movimentar a cabeça. Isso pode ser avaliado pedindo para que a pessoa com a suspeita de meningite encoste o queixo no tórax. Se ela não conseguir, isso caracteriza o sintoma;
A meningite causa dificuldade em movimentar a cabeça.
A meningite causa dificuldade em movimentar a cabeça.
  • Náuseas e vômitos;
  • Tontura;
  • Manchas vermelhas na pele: principalmente se a meningite for causada pela bactéria meningococo. Uma característica importante dessas manchas vermelhas é que elas não desaparecem quando comprimidas. Portanto, ao pressionar a pele, por exemplo com uma estrutura transparente como um copo, essa mancha vermelha continuará sendo vista, independente da pressão que estiver sendo aplicada sobre a pele.

Meningite em bebês

Em bebês, além desses sintomas, pode ocorrer irritabilidade, choro fácil, rigidez do corpo todo e tensão ou elevação da moleira, que é aquela falha óssea no crânio e que fica bem em cima da cabeça.

Se esses sintomas estiverem presentes, deve-se procurar um pronto-socorro o quanto antes para uma avaliação.
Nos casos indicados pelo médico, uma investigação mais aprofundada será solicitada.

Diagnóstico e tratamento

O diagnóstico da meningite é feito pela análise do liquor, popularmente conhecido como liquido da espinha. Esse líquor está presente entre as meninges envolvendo o cérebro e a medula espinhal. A presença dos micro-organismos mencionados anteriormente, principalmente vírus e bactéria, no líquor definem o diagnóstico.

Uma vez feito o diagnóstico o tratamento deve ser iniciado o quanto antes:

  • No caso das meningites virais o tratamento é sintomático e pode ser usado antivirais específicos a depender do vírus suspeitado;
  • Já no caso das meningites bacterianas o recomendado é iniciar antibióticos o mais rápido possível em ambiente hospitalar;
  • E no caso dos fungos o tratamento é com fungicidas específicos.

Se a doença não for diagnosticada e o tratamento não for iniciado no início do quadro, a meningite pode causar sequelas graves como surdez, cegueira, artrite, paralisia facial, alterações cognitivas e até a morte.

Como a meningite é transmitida?

A meningite é transmitida através da disseminação do agente pelo sangue e pelas vias aéreas.
Todas as pessoas podem pegar meningite, mas existem algumas pessoas que devem ficar mais atentas, a depender de alguns fatores de risco:

  • Idade: os extremos de idades, crianças com menos de 5 anos ou idosos com mais de 60 anos, correm maior risco de ter meningite, pois há uma fragilidade em seus sistemas de defesa, em sua imunidade;
  • Outras causas de imunidade baixa: alcoolismo, desnutrição, alterações da imunidade, por exemplo infecção pelo vírus HIV, uso de medicações imunossupressoras, como em pacientes transplantados, doenças crônicas como diabetes, uso de drogas, dentre outros;
  • Gravidez: a gravidez aumenta o risco de contrair qualquer tipo de infecção, incluindo as meningites;
  • Viver em centros urbanos e frequentar ambientes com muita gente e sem ventilação como escolas, estação de metrô, ônibus lotados;
  • Não ter tomado as vacinas indicadas no calendário vacinal

Prevenção

A principal maneira de se evitar essa doença é a vacinação. Existem seis vacinas que podem ajudar na prevenção da meningite: três previnem contra os principais tipos de bactérias meningococo:

  • A vacina meningocócica B, a C e a conjugada;
  • Vacina pneumocócica conjugada que previne contra o pneumococo;
  • Vacina contra o Haemophilus, que faz parte das vacinas pentavalentes e hexavalentes mas também é disponível de forma isolada;
  • Vacina BCG que é aquela vacina que se toma no braço nas primeiras 24 horas de vida e que protege contra a meningite tuberculosa.

Para cada vacina existe uma data ideal para ser aplicada, número de doses de reforço e melhores momentos para fazer isso. Existem alguns vídeos em nosso canal que falam mais sobre o assunto.

As vacinas são importantes na prevenção.
As vacinas são importantes na prevenção.

É importante destacar que habitualmente essa vacinação ocorre na infância, mas se um adulto observar que não tomou as vacinas mencionadas, deve buscar uma unidade de saúde para tomar.

Um outro ponto importante é que, apesar da vacinação proteger contra os principais causadores de meningite no nosso meio, essa prevenção não é total. Existem outros micro-organismos menos presentes e comuns, contra os quais não tem vacina e que podem causar meningite.

Evite aglomerações

Por isso, além das vacinas, deve-se lembrar das recomendações habituais para grande parte das doenças infecciosas, como evitar aglomerados, especialmente nos meses de inverno, lavar as mãos sempre que possível, colocar a mão na frente da boca quando for espirrar ou tossir e não compartilhar objetos de uso pessoal.

Quanto mais precoce for feito o diagnóstico e iniciado o tratamento, maior a chance de sobrevivência e menor o risco de sequelas.

Por isso, se algum desses sintomas ou fatores de risco estiverem presentes, é preciso buscar a orientação de um médico, no caso o mais indicado é um Neurologista, um Infectologista ou um Pediatra, se o paciente for uma criança.

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Veja o vídeo com a explicação da especialista: