Meningite: quais os sintomas e como tratar?

A meningite é uma das principais doenças responsáveis pela morbimortalidade infantil. Trata-se de uma inflamação que afeta as membranas que revestem e protegem o cérebro e a medula espinhal, conhecidas como meninges.

Essa infecção pode ser causada por diversos microrganismos, sendo os mais comuns os vírus, bactérias e fungos, respectivamente. Esses agentes podem alcançar as meninges através da corrente sanguínea ou das vias aéreas.

Todos os anos, o Brasil registra novos casos de meningite em adultos e crianças, com maior incidência durante os meses de inverno, devido ao clima frio e seco. Por isso, é fundamental estar atento aos sintomas.

Sintomas de meningite

  • Cefaleia ou dor de cabeça: geralmente é uma dor de cabeça nova, ou seja, a pessoa nunca sentiu na vida. Também é relatada como uma dor de cabeça diferente das outras que a pessoa já sentiu. Acomete a cabeça inteira, é de forte intensidade e progressiva, aumentando com o passar das horas ou dias, e não responde bem ao uso de medicamentos e analgésicos comuns;
  • Febre: pode ou não estar presente. A intensidade da febre varia conforme a natureza do microrganismo causador da meningite. Habitualmente, meningites bacterianas provocam mais febre. Mas, frequentemente, é uma febre alta que pode passar com o uso de antitérmicos. Porém, ela retorna quando o efeito acaba;
  • Alteração da consciência: essas alterações podem ser de dois tipos: do nível de consciência, ou seja, da capacidade de se ficar acordado, já que pessoas com meningites podem ficar sonolentas; ou do conteúdo da consciência, quando há confusão mental e a pessoa não consegue manter um diálogo com sentido;
  • Rigidez de nuca: a infecção causa irritação das meninges e resulta na dificuldade de movimentar a cabeça. Isso pode ser avaliado pedindo à pessoa com suspeita de meningite que encoste o queixo no tórax. Se ela não conseguir, isso caracteriza o sintoma;
  • Náuseas e vômitos;
  • Tontura;
  • Manchas vermelhas na pele: principalmente se forem causadas pela bactéria meningococo. Uma característica importante dessas manchas é que elas não desaparecem quando comprimidas. Ao pressionar a pele, por exemplo, com uma estrutura transparente, como um copo, a mancha vermelha continuará sendo vista independentemente da pressão aplicada.
A febre é um dos sintomas de meningite.

Em bebês, além desses sintomas, a criança pode apresentar irritabilidade, choro fácil, rigidez do corpo todo, tensão ou elevação da moleira, a falha óssea no crânio que fica em cima da cabeça.

Se esses sintomas estiverem presentes, procure um pronto-socorro quanto antes para uma avaliação. Nos casos indicados pelo médico, uma investigação mais aprofundada será solicitada.

Diagnóstico e tratamento de meningite

O diagnóstico da meningite é realizado pela análise do líquor, popularmente conhecido como líquido da espinha. Ele está presente entre as meninges envolvendo o cérebro e a medula espinhal. A presença dos microrganismos mencionados anteriormente, principalmente vírus e bactérias, no líquor define o diagnóstico.

Assim que o diagnóstico é confirmado, o tratamento deve ser iniciado. No caso das meningites virais, ele é sintomático e podem ser usados antivirais específicos, dependendo do vírus suspeitado. Já no caso das meningites bacterianas, o recomendado é iniciar antibióticos o mais rápido possível, em ambiente hospitalar. E no caso das causadas por fungos, o tratamento é feito com fungicidas específicos.

No entanto, se a doença não for diagnosticada o mais rápido possível e o tratamento não for iniciado no início do quadro, a meningite pode causar sequelas graves, como surdez, cegueira, artrite, paralisia facial, alterações cognitivas e até a morte.

Fatores de risco para meningite

A meningite é uma doença que é transmitida através da disseminação do agente pelo sangue e pelas vias aéreas. Todas as pessoas podem contrair meningite, mas algumas devem ficar mais atentas por fazerem parte dos grupos de risco:

  • Idade: os extremos de idades, crianças com menos de 5 anos e idosos com mais de 60 anos, têm mais chances de contrair meningite devido à fragilidade de seus sistemas de defesa e imunidade;
  • Alcoólatras;
  • Pessoas desnutridas;
  • Pessoas com alterações da imunidade, como infecção pelo vírus HIV;
  • Pessoas que fazem uso de medicações imunossupressoras, como transplantados, ou têm doenças crônicas, como diabetes;
  • Usuários de drogas;
  • Mulheres grávidas: a gravidez aumenta o risco de contrair qualquer tipo de infecção, incluindo as meningites;
  • Viver em centros urbanos e frequentar ambientes com muitas pessoas e sem ventilação, como escolas, estações de metrô e ônibus lotados;
  • Não ter tomado as vacinas indicadas no calendário vacinal.
Crianças e idosos tem mais chances de ter meningite.

Prevenção

A prevenção da meningite é possível e a principal maneira de evitar essa doença é através da vacinação. Atualmente, existem seis vacinas que podem ajudar na prevenção da meningite:

  • Três previnem contra os principais tipos de bactérias meningococo: vacina meningocócica B, vacina meningocócica C e a conjugada;
  • Vacina pneumocócica conjugada que previne contra o pneumococo;
  • Vacina contra o Haemophilus, que faz parte das vacinas pentavalentes e hexavalentes, mas também está disponível de forma isolada;
  • A vacina BCG, que é aquela vacina que se toma no braço nas primeiras 24 horas de vida e que protege contra a meningite tuberculosa.
A vacina é a melhor forma de prevenir a meningite.

Vacina

Para cada vacina, existe uma data ideal para ser administrada, número de doses de reforço e momentos específicos para isso. Para obter mais informações, você pode clicar nas palavras sublinhadas em azul ou visitar o YouTube do Doutor Ajuda.

É importante destacar que a vacinação ocorre na infância, mas se um adulto observar que não tomou as vacinas mencionadas, é recomendado que tome. Um outro ponto importante é que, apesar da vacinação proteger contra os principais causadores de meningite, essa prevenção não é total. Existem outros microrganismos menos presentes e comuns contra os quais não tem vacina e que podem causar meningite.

Por isso, além das vacinas, é essencial se lembrar das recomendações habituais para muitas doenças infecciosas, como evitar aglomerados, especialmente nos meses de inverno, lavar as mãos sempre que possível, colocar a mão na frente da boca ao espirrar ou tossir e não compartilhar objetos de uso pessoal.

Quanto mais precoce for feito o diagnóstico e iniciado o tratamento, maior a chance de sobrevivência e menor o risco de sequelas. Por isso, se algum desses sintomas ou fatores de risco estiverem presentes, busque orientação de um médico Neurologista, Infectologista ou Pediatra, se o paciente for criança.

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