Meu filho é muito agitado!

Crianças agitadas podem ser motivo de preocupação para muitos pais, especialmente quando a energia parece ser excessiva. Mas como saber se a agitação é normal para a fase de desenvolvimento ou se há algo a mais a ser investigado?

É importante entender as possíveis causas dessa agitação e quando pode estar relacionada a questões neurológicas. Saber diferenciar o comportamento esperado de uma criança ativa e os sinais que requerem atenção é fundamental para garantir o bem-estar e o desenvolvimento saudável.

A maioria das crianças, principalmente as menores, têm um grau de agitação motora normal, um nível de energia que parece não acabar e que, certamente, é maior do que o dos adultos. Frequentemente, elas querem incluir os adultos em suas brincadeiras, mas muitas vezes é difícil acompanhar o ritmo delas. Nesse caso, não há nenhum problema nem com as crianças, nem com os adultos. 

Como saber se a criança tem hiperatividade e déficit de atenção?

A hiperatividade e o déficit de atenção são alterações neurológicas em que crianças ou adultos têm uma inabilidade em terminar o que começaram. É caracterizado como uma agitação motora que vai além do controle dessas pessoas e gera prejuízos sociais e, muitas vezes, no aprendizado. É comum uma criança entre 4 e 5 anos, por exemplo, querer brincar com determinado brinquedo, mas no meio da brincadeira algo chama atenção e ela é incapaz de terminar o que está fazendo. Além disso, há casos em que, com muita frequência, ela começa a falar sobre algum assunto e no meio da frase se perde em outra distração.

É importante saber que as crianças pequenas têm dificuldade em manter a atenção devido sua imaturidade neurológica e isso não é um problema, pois vai melhorando com o amadurecimento. No entanto, se a criança é muito agitada e tem dificuldade escolar, vale procurar um Pediatra ou Neuropediatra para ajudá-la. 

Como saber se a criança é autista?

O Transtorno do Espectro Autista é uma alteração neurológica que faz a criança ter dificuldade em interagir com o ambiente e, principalmente, com as pessoas. Geralmente, são crianças que se incomodam com barulhos ou aglomerados de pessoas, preferem estar sozinhas, têm dificuldade em fazer contato visual e têm interesses repetitivos. É um transtorno que pode aparecer em graus variados. Sendo assim, é um diagnóstico bem difícil de fazer e precisa de tempo e de profissionais capacitados. Se os pais ou cuidadores tiverem dúvidas se a criança pode ter esse diagnóstico, é importante procurar um Pediatra ou um Neuropediatra para uma melhor avaliação. 

Como controlar uma criança agitada sem diagnóstico neurológico?

Neste ponto é essencial falar sobre os limites. As crianças com Transtorno do Espectro Autista, hiperatividade ou déficit de atenção podem ter dificuldades para compreender ou seguir limites propostos, mas a maioria das crianças também pode ter essas dificuldades. Por isso, lembre-se: todas as pessoas estão sujeitas a limites e isso é importante para uma boa convivência em sociedade. Além disso, todas as pessoas estão sujeitas às consequências quando ultrapassam os limites. É essencial que os adultos ensinem às crianças sobre a importância de respeitar os limites e para isso algumas diretrizes são importantes e devem ser consideradas:

Limites claros

Os limites precisam estar claros e sempre que possível serem explicados para a criança e não só impostos. Isso porque se ela entende, fica mais fácil de seguir. Para isso, todos os adultos envolvidos devem concordar e propor os mesmos limites, quando cada um fala uma coisa, a criança acaba fazendo o que quer;

Consequências

Uma vez proposto, o limite precisa ser respeitado e se for ultrapassado, precisa ter consequências, como perder um dia de televisão, ficar sentado pensando sobre o ocorrido ou o que funcionar para a criança. Mas, cuidado: punições físicas, mesmo que seja com um tapinha nas mãos, criam adultos violentos que aprenderam a responder fisicamente às adversidades, o que nunca é positivo;

Fale sim!

Lembre-se que dizer sim também é importante. Saiba que nenhuma criança, principalmente as pequenas, vai passar a vida sentado sem fazer nada. Se tudo que ela ouve é não, ela mesma vai escolher o que fazer. Saiba dosar, quando disser não, vá até o fim se necessário, dê as consequências se for preciso, mas sempre que não for prejudicial para ela ou para outras pessoas deixe a criança testar, fazer ou mexer, pois é assim que ela aprende e descobre o mundo;

Tenha paciência

As crianças pequenas têm mais dificuldade em compreender e lembrar dos limites, por isso, tenha paciência em repetir e explicar de novo sempre para que ela possa assimilar a regra. Além disso, as crianças se fixam naquilo que estão interessadas e, muitas vezes, não conseguem desviar o interesse, o que torna mais difícil parar ou respeitar o limite. Nessas horas, ela precisa de ajuda, então cabe aos pais/ cuidadores em apresentar outras opções de brincadeira, assim fica mais fácil dela aceitar o limite;

Mantenha sua palavra

Saiba que muitas crianças desafiam os limites, testando se as consequências propostas vão mesmo acontecer. Nessas horas, é importante lembrar que as consequências sempre precisam existir quando ela passar do limite, mas lembre-se também de quem é o adulto da relação e que ele deve manter a tranquilidade nesta hora.

Esse ponto é importante, pois mesmo sendo os adultos da relação, às vezes também existem questões como estresse, cansaço e preocupações que podem tirar a paciência e qualquer desafio aos limites, ou mesmo uma atitude mais ativa ou “agitada” da criança nessas horas pode fazer com que esse adulto fique mais bravo. É totalmente humano que esses momentos existam, mas é preciso desculpar-se com a criança quando os limites são ultrapassados. E, se esses momentos têm acontecido com muita frequência, procure ajuda psicológica. Não é vergonha cuidar de si para cuidar melhor dos outros. 

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