O que é fibrilação atrial?

A fibrilação atrial é um tipo de arritmia cardíaca muito comum. É mais frequente em idosos, mas também afeta pessoas mais jovens. 

Como funciona o coração

O coração tem quatro câmaras: dois átrios e dois ventrículos, que trabalham de forma orquestrada: quando os átrios contraem, eles empurram o sangue para os ventrículos, que por sua vez, estão relaxados. Quando os ventrículos ficam cheios, eles se contraem e ejetam o sangue para as artérias. Enquanto isso, os átrios ficam relaxados para receber mais sangue e começar um novo ciclo. Todo esse processo dura menos de um segundo e se repete cerca de cem mil vezes durante o dia.

O coração tem quatro câmaras: dois átrios e dois ventrículos. Átrios e ventrículos se contraem e relaxam de forma coordenada, permitindo a circulação do sangue.

Essa sincronia entre as câmaras relaxa o átrio quando os ventrículos são contraídos e contrai os átrios quando os ventrículos estão relaxados. Tudo ocorre de forma ordenada e no tempo certo, determinado por impulsos elétricos originados por um grupo de células especiais do próprio coração, localizados em um ponto específico que funciona como uma “central de comando” do coração.

Fibrilação atrial

No caso da fibrilação atrial, o que ocorre é a presença de mais de uma central de comando, às vezes várias, localizadas em pontos diferentes dos átrios, todas gerando impulsos elétricos de forma descoordenada. Com isso, os átrios deixam de contrair e se relaxar como deveriam fazer e passam a ter múltiplas contrações pequenas e de forma irregular, como se tivessem tremendo, o que chamamos de fibrilação, por isso o nome fibrilação dos átrios ou fibrilação atrial.

Saiba que pela mesma razão, eles perdem a sincronia com a contração dos ventrículos e o resultado final são batimentos com ritmo totalmente irregular. Pela confusão nos impulsos elétricos dos átrios, o controle funcional da frequência cardíaca (número de batimentos por minuto) também pode sofrer algumas mudanças: o coração pode ficar acelerado, muito além do necessário.

Além disso, a fibrilação pode ter outra complicação:  a formação de coágulos. Como os átrios não se contraem e tremem o tempo todo, o sangue fica acumulado em pontos específicos. Ou seja, é mais fácil que ele engrosse como uma gelatina, formando coágulos dentro do coração. Quando esses coágulos se desprendem, eles são empurrados para a circulação dos órgãos e podem obstruir o fluxo de sangue, prejudicando o aporte de oxigênio. Se esses coágulos atingem a circulação cerebral, obstruindo a passagem de sangue, ocorre o Acidente Vascular Cerebral (AVC). Portanto, quem é portador de fibrilação atrial têm um risco maior de desenvolver um AVC. 

A fibrilação atrial pode causar a formação de coágulos nos átrios, que ao se desprenderem, podem provocar um AVC ao bloquear a circulação no cérebro.

Sintomas de fibrilação atrial

Muitas pessoas não percebem a fibrilação atrial, mas o próprio paciente pode identificar o pulso irregular, tanto na percepção de uma palpitação no peito ou pela palpação do próprio pulso. Para sentir o próprio pulso, use dois dedos para pressionar a região abaixo da mandíbula. Perceba o pulso e ritmo da pulsação, que deve ser regular em uma frequência que pode variar, normalmente, entre 50 e 100 batimentos por minuto, dependendo do estado de repouso ou agitação da pessoa. Na fibrilação atrial, o ritmo não respeita essa regularidade e passa a ficar totalmente arrítmico. Em muitos casos, o médico identifica uma anormalidade no ritmo cardíaco durante o exame físico ou de rotina.

Além disso, atualmente alguns smartwatches, os relógios inteligentes, têm a capacidade de identificar o ritmo irregular e sugerir que o portador do relógio procure ajuda médica. Vale lembrar que esse relógio ajuda na identificação, mas não faz o diagnóstico certeiro. É como se ele fizesse uma triagem, mas isso não exclui a avaliação médica e os exames complementares direcionados. 

Além do batimento irregular, a pessoa deve ficar atenta aos outros sintomas que podem estar relacionados com a fibrilação atrial, como: 

  • Cansaço e fraqueza;
  • Dor no peito;
  • Falta de ar;
  • Sensação de desmaio;
  • Palpitação e batedeira no peito.
Palpitações, ou sensações de batedeira no peito, podem indicar fibrilação atrial, onde o ritmo cardíaco é irregular.

Na presença desses sintomas, procure um pronto atendimento para avaliação médica e realização de um eletrocardiograma para avaliar o ritmo cardíaco, ajudando a identificar se há ou não alguma arritmia. 

Tratamento para fibrilação atrial

O tratamento da fibrilação atrial se baseia em um tripé:

  • Controle do ritmo cardíaco: tentativa de fazer o coração voltar a ser como era antes, com contração normal dos átrios sincronizados com os ventrículos, chamados de “cardioversão”. Se por algum motivo essa possibilidade não for mais possível, é usada medicação para controlar a frequência cardíaca, evitando assim que o coração acelere acima do necessário;
  • Controle de outras doenças: o tratamento tem o objetivo de controlar doenças que predispõem a fibrilação atrial, como obesidade, hipertensão arterial descontrolada, insuficiência cardíaca, diabetes, apneia do sono, tabagismo, abuso de álcool, dentre outras;
  • Prevenção da formação de coágulos e do AVC com medicamentos anticoagulantes: nem todos os pacientes com fibrilação atrial devem usar anticoagulantes. Para essa definição o médico considera um escore de risco: idade acima de 65 anos, mulheres, diabéticos, hipertensos, pessoas que tiveram infarto ou outras doenças vasculares e quem já teve um AVC isquêmico tem um risco maior de formação de coágulos e ganha uma pontuação maior. 

Dependendo da pontuação, que significa maior chance da formação de coágulos, e, pesando o risco de sangramento que o paciente tem, o médico indica ou não a anticoagulação. Atualmente, os anticoagulantes são mais modernos, dispensam o controle com exame de sangue e minimizam o risco de sangramento. Essas opções são ótimas, mas apesar de vantajosas, costumam ter custo mais alto. 

Seguindo essas recomendações, o tratamento para fibrilação atrial têm altas taxas de sucesso. 

Prevenção

Para prevenir a fibrilação atrial é importante ficar atento ao controle dos fatores de risco:

Manter o peso adequado, controlar o diabetes e pressão arterial, parar de fumar, tratar a apneia do sono e evitar a ingestão abusiva de álcool. Esses pontos ajudam na prevenção do desenvolvimento dessa arritmia cardíaca que, apesar de silenciosa, traz diversos prejuízos para a saúde. E lembre-se: ao perceber qualquer irregularidade nos batimentos cardíacos, procure uma avaliação médica de preferência com o cardiologista.

Continue acompanhando nosso site e tenha acesso às informações de saúde e bem-estar confiáveis para você se cuidar melhor!

Veja o vídeo com a explicação da especialista: