O que é linfoma? Descubra os sintomas e sinais de alerta!

O linfoma é um tipo de câncer que afeta o glóbulo branco, o linfócito. Ele está presente em várias partes do corpo, principalmente nos linfonodos, localizados no sistema linfático, uma rede complexa de vasos distribuídos por todo o corpo e que tem como função principal participar da defesa do organismo.

Entendendo o sistema linfático

Na circulação sanguínea, o sangue sai do coração para o resto do corpo pelas artérias. Todo o líquido distribuído pelo corpo retorna para o coração por dois tipos de vasos: veias e vasos linfáticos.

Junto aos vasos linfáticos, existem pequenas estruturas do tamanho de um feijão, os linfonodos. Eles também são conhecidos como nódulos, gânglios ou, quando estão aumentados, como ínguas.

Basicamente, os linfonodos são formados por um tipo de glóbulo branco chamado linfócito, que é uma célula de defesa, e funcionam como se fossem delegacias. Cada região do corpo tem os seus linfonodos e, se passar por ali algum vestígio de agente agressor, essas células que se concentram nesses pontos vão sinalizar o sistema de defesa como um todo.

Se uma pessoa teve contato com algum agente externo, principalmente vírus ou bactérias, eles vão circular pelos vasos sanguíneos ou pelo sistema linfático, passando por esses linfonodos. Nos linfonodos, esses agentes externos são identificados pelos linfócitos, que ativam o sistema imunológico para combater a infecção o mais rápido possível.

Nesse processo, os linfonodos envolvidos podem aumentar de tamanho e ficar doloridos, porque as células estão trabalhando mais naquele local. É o que acontece, por exemplo, nos casos de amigdalite: com uma infecção na garganta, a bactéria ou vírus é identificado nos linfonodos do pescoço, que ficam aumentados e muitas vezes são visíveis e dolorosos, chamados ínguas.

Vale saber que o processo de vigilância funciona 24 horas por dia, desde o dia do nosso nascimento. E, para manter essa atividade, os linfócitos são células que se multiplicam e se diferenciam bastante.

Como surge o linfoma?

Quando algo de errado acontece na maquinaria de controle desses linfócitos (como uma mutação ou qualquer outra mudança genética), podem surgir os linfomas. Nos linfomas, as células se multiplicam mesmo sem os estímulos infecciosos, como normalmente ocorre.

Já os linfócitos doentes passam a ser produzidos sem controle, de maneira exagerada, ou mesmo não morrem quando deveriam, e vão se acumulando e se espalhando pelo sistema linfático.

Isso pode ocorrer em qualquer parte do corpo onde existem as maiores concentrações de linfócitos, como o baço, medula óssea, o timo e, principalmente, os linfonodos. É exatamente por isso que um dos principais sintomas do linfoma são os linfonodos aumentados pelo corpo.

Se o linfoma ocorrer nos linfonodos que estão mais internos, por exemplo no tórax ou no interior do abdome, eles não são visíveis e, por isso, só serão descobertos quando estiverem grandes o suficiente para comprimir e comprometer o funcionamento de outros órgãos ao seu redor.

Em grande parte das vezes, o linfoma é identificado em locais que têm muitos linfonodos no corpo e estão mais próximos à pele, como o pescoço, axilas e virilhas. É importante saber que na maioria das vezes, os linfonodos aumentados se devem a alguma inflamação ou infecção local, e não ao linfoma.

Suspeita de linfoma

A suspeita de linfoma deve ocorrer ao notar nódulos que estejam crescendo progressivamente. Além disso, existem outros sintomas que podem estar associados e devem ser investigados, como:

  • Perda de peso: É comum a pessoa começar a emagrecer, mesmo comendo as mesmas quantidades de comida que sempre comeu, ou apresentar perda progressiva do apetite, nos casos de câncer de modo geral;
  • Sudorese excessiva à noite: Se uma pessoa tem sudorese normal e de repente passa a suar muito mais em todo o corpo, principalmente à noite e sem causa aparente, isso pode ser um sinal a ser investigado. Nos casos de linfomas, é comum as pessoas falarem que durante à noite molham o lençol de tanto suar;
  • Febre: Episódios de febre podem estar presentes nos linfomas. Geralmente não são muito altas, com temperaturas próximas aos 38ºC, e geralmente acontecem à noite;
  • Coceira pelo corpo: É comum as pessoas começarem a se coçar sem que nada justifique tanta coceira. Se isso estiver acontecendo, verifique se é alergia a algum sabonete, roupa nova ou picada de insetos, por exemplo. Se, após investigação das causas mais comuns, nada estiver justificando a coceira, isso deve ser motivo de atenção;
  • Além disso, a pessoa pode sentir cansaço, mal-estar e ter aumento do baço, o que faz a barriga crescer, principalmente do lado esquerdo, por exemplo.

Qual a causa do linfoma?

É importante saber que não há uma causa específica para essa doença. Apesar disso, sabe-se que alguns fatores de risco podem aumentar a chance de uma pessoa ter linfomas. Dentre eles:

  • Idade: Como acontece com a maioria dos cânceres, quanto maior a idade, maior o risco. Os linfomas de Hodgkin, uma classe especial de linfomas, têm dois picos de incidência: acometem adultos jovens e idosos. Os linfomas não Hodgkin, embora possam ocorrer em qualquer idade, aumentam sua incidência conforme a idade avança;
  • Doenças autoimunes, como lúpus e artrite reumatoide;
  • Depressão do sistema imunológico, comum em quem faz transplante de órgãos e usa medicações imunossupressoras para não rejeitar o órgão transplantado, e algumas infecções, como HIV, vírus Epstein-Barr, que causa a mononucleose, e pelo vírus HTLV. A presença da bactéria Helicobacter pylori, comumente encontrada no estômago, é um fator de risco para um tipo especial de linfomas, por exemplo.

Outros fatores de risco são: história familiar, antecedente de uso de quimioterapia ou radioterapia e implantes mamários de silicone. É importante reforçar que a maioria das pessoas com esses fatores de risco não desenvolverá linfoma ao longo da vida. O risco é baixo. No entanto, quem tem esses fatores tem mais chance de ter a doença do que a população em geral.

Diagnóstico de linfoma

Normalmente, o diagnóstico é feito por biópsia do linfonodo suspeito. Uma parte ou todo o linfonodo é retirado e enviado para o médico patologista, que irá examinar o linfonodo no microscópio e determinar se há ou não linfoma. E se houver, qual o seu subtipo.

Quando se fala sobre linfomas, significa que é uma família grande de doenças e, devido ao avanço da medicina, é possível descobrir que há vários subtipos diferentes deles, e cada um tem peculiaridades importantes no tratamento.

Saiba que existem vários subtipos de linfomas agrupados em dois grandes grupos: Linfomas de Hodgkin e Linfomas não Hodgkin. Ambos os grupos são linfomas, mas têm características e tratamentos muito diferentes.

Tratamento

Entender a extensão da doença é essencial para iniciar o tratamento correto, que pode incluir quimioterapia, radioterapia, uso de antibióticos e, em alguns casos, transplante de medula óssea. Com esses tratamentos, é possível curar o linfoma em parte das vezes, principalmente se identificado na fase inicial da doença.

Por isso, se algum dos sintomas mencionados for observado, procure um médico Clínico Geral ou Hematologista.

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