Obesidade infantil: causas e fatores que contribuem para o excesso de peso
A obesidade infantil não é causada apenas por excesso de calorias. Ela resulta de uma combinação de fatores genéticos, hormonais, medicamentosos e, principalmente, ambientais e comportamentais.
Fatores genéticos
A genética influencia:
- Distribuição da gordura no corpo (barriga, glúteos etc.);
- Taxa metabólica basal (quanto de energia o corpo gasta em repouso);
- Resposta à atividade física;
- Resposta térmica dos alimentos (energia gasta na digestão).
Síndromes raras, como Prader-Willi e Cohen, também podem causar obesidade grave, geralmente associada a baixa estatura, atraso cognitivo e puberal, e apetite exagerado.
Fatores hormonais
Problemas hormonais respondem por menos de 1% dos casos de obesidade. São exemplos:
- Hipotireoidismo grave;
- Hipercortisolismo (excesso de cortisol);
- Deficiência de hormônio do crescimento;
- Lesões no hipotálamo.
Sinais de alerta: baixa estatura e ausência de sinais da puberdade no tempo esperado.
Medicamentos
Alguns remédios podem causar ganho de peso:
- Antiepilépticos;
- Psicoativos;
- Corticoides em doses altas e prolongadas.
Fatores modificáveis: os grandes responsáveis
Os principais motivos para o aumento de obesidade nas últimas décadas são fatores comportamentais e ambientais. Destacamos seis deles:
1- Desmame precoce: o leite materno protege contra a obesidade. A mamadeira, por ser mais fácil, pode induzir excesso.
2- Tempo de tela excessivo: aumenta o sedentarismo e traz outros riscos, como atraso na linguagem e problemas oculares.
Limites recomendados:
- Até 2 anos: evitar;
- 2–5 anos: até 1h/dia (supervisionado);
- 6–10 anos: até 2h/dia (supervisionado);
- 11–18 anos: até 2–3h/dia (supervisionado), sem virar a noite.
3- Sedentarismo
Crianças precisam se movimentar diariamente.
Recomendações:
- <1 ano: ≥30 min/dia;
- 1–4 anos: 180 min/dia (≥1h intensa a partir dos 3 anos);
- 5–18 anos: ≥60 min/dia (esportes, brincadeiras, atividades físicas).
4- Alimentação inadequada
Ultraprocessados e industrializados são ricos em calorias, gorduras, açúcares e conservantes. Cozinhar mais e consumir “comida de verdade” é essencial.
5- Obrigação de “limpar o prato”
Forçar a criança a comer além da saciedade prejudica o aprendizado natural de controle de apetite.
6- Negação do problema
Muitos pais demoram para perceber que “um pouquinho gordinho” pode já significar obesidade, perdendo a chance de intervir precocemente.
Importante: avalie o peso do seu filho e converse com o pediatra. Entender a gravidade da obesidade infantil é o primeiro passo para prevenir e tratar.
Continue acompanhando nosso site e tenha acesso às informações de saúde e bem-estar confiáveis para você se cuidar melhor!
Veja o vídeo com a explicação da especialista: