Como prevenir o trabalho de parto prematuro?
O parto prematuro, que ocorre antes das 37 semanas de gestação, é uma das preocupações mais comuns entre as gestantes devido às suas implicações na mortalidade infantil, nas sequelas neurológicas e no sofrimento para os pais, com consequências de alto custo para a sociedade e os sistemas de saúde.
O risco e as consequências aumentam significativamente com a prematuridade, incluindo problemas respiratórios, hemorragia cerebral, complicações gastrointestinais, e sequelas a longo prazo, como paralisia cerebral, dificuldades de aprendizado e condições crônicas como asma.
O parto prematuro não apenas é uma preocupação local, mas uma questão de saúde pública global, exigindo atenção especial.
Para as gestantes, compreender o risco de parto prematuro é fundamental. Existem duas principais abordagens para avaliar esse risco: por meio de fatores de risco identificáveis e por exames de ultrassom.
Fatores de Risco
Diversos fatores de risco que aumentam a probabilidade de parto prematuro são identificáveis ao longo da gestação. O antecedente de parto prematuro é um indicador significativo, com riscos aumentando consideravelmente para quem já teve um parto prematuro anteriormente.
Outros fatores incluem:
- Gestações múltiplas;
- Condições que aumentam o líquido amniótico (como diabetes gestacional);
- Infecções;
- Extremos de idade materna;
- Desnutrição;
- Doenças clínicas maternas, como diabetes, hipertensão e doença da tireoide;
- Estresse emocional;
- Abuso de substâncias, como drogas, álcool e tabaco.
Lamentavelmente, metade dos casos de parto prematuro ocorre em gestantes sem fatores de risco aparentes, tornando necessário o uso de estratégias adicionais para identificação de gestantes em risco.
Avaliação por ultrassom
A medida do colo do útero através do ultrassom transvaginal é, atualmente, um exame crucial para prevenir o parto prematuro. A detecção de um colo curto (com medida abaixo de 25 mm) indica risco, exigindo intervenções preventivas.
Essa medição deve ser feita entre 20 e 24 semanas de gestação, coincidindo com o ultrassom morfológico do segundo trimestre. Embora o ultrassom transvaginal possa ser um pouco desconfortável, é seguro tanto para a gestante quanto para o bebê.
Infelizmente, esse exame ainda não é rotineiro em muitos locais do país, seja no SUS ou em convênios médicos.
Por isso, se a gestante não apresenta fatores de risco, isso não significa que a prevenção do parto prematuro não seja uma preocupação. Como mencionado, metade dos casos ocorre em gestantes sem esses fatores. No entanto, se a paciente se enquadra em alguma dessas categorias de risco, a atenção deve ser redobrada, e medidas específicas podem ser necessárias.
Principais medidas para prevenção do parto prematuro
A resposta mais importante para todas as gestantes é realizar um pré-natal abrangente. Através de anamnese, exame físico e diversos exames, o médico pode identificar e tratar situações de risco ao longo da gestação. Isso inclui doenças maternas, infecções e orientações para hábitos de vida saudáveis, como cessar o tabagismo.
Prevenção de parto prematuro para casos especiais:
- Antecedente de parto prematuro
Gestantes com histórico anterior devem fazer uso da progesterona a partir das 16 semanas. Esse tratamento, em forma de comprimido vaginal noturno até as 36 semanas, demonstrou eficácia em vários estudos científicos.
É uma medicação segura, bem tolerada e que demonstrou em vários estudos científicos ser eficaz para prevenir o parto prematuro em gestantes de risco.
- Gestantes com colo curto
Assim como para gestantes com histórico de parto prematuro, aquelas com colo curto identificado no ultrassom entre 20 e 24 semanas devem usar progesterona via vaginal. Estudos recentes indicam que o uso de um pessário, um anel de silicone, pode reduzir o risco. Saiba que o pessário é mantido até as 37 semanas e, apesar de seguro, pode causar aumento da secreção vaginal.
No momento, mais estudos estão em processo para verificar a eficiência desses tratamentos em prevenir o parto prematuro nas gestações de gêmeos.
- Incompetência cervical do colo do útero ou Incompetência Cervical
É uma causa de prematuridade caracterizada pela inabilidade de o colo do útero se manter fechado no segundo trimestre (mais ou menos entre 16 e 24 semanas de gestação), ocasionando a perda da gestação por dilatação do colo, na ausência de contrações.
Quando suspeitar de parto prematuro?
- Quando a gestante tem antecedente de aborto de feto normal no segundo trimestre da gestação;
- Antecedente de parto prematuro muito precoce;
- Malformação uterina como o útero bicorno;
- Após cirurgia de remoção de parte do colo do útero para tratar alterações do Papanicolau;
- Quando o colo do útero se apresenta dilatado no segundo trimestre da gestação ao exame de toque.
Na Incompetência Cervical o tratamento para a prevenção do parto prematuro é a realização da cerclagem do colo do útero, que consiste na passagem de um fio, ou ponto, de sutura ao redor do colo do útero com o objetivo de mantê-lo fechado. Ao contrário dos outros tratamentos, a cerclagem é uma cirurgia, necessitando de internação, anestesia e cuidados pós-operatórios.
Nos casos em que a gestante apresente história de abortos repetidos de segundo trimestre e quando o colo do útero está dilatado ao exame de toque, a cerclagem pode ser feita prontamente após o diagnóstico, sempre entre 13 e 24 semanas de gestação.
Já nos casos suspeitos, quando o antecedente obstétrico de prematuridade é mal caracterizado, ou quando há malformação uterina ou cirurgia prévia no colo, deve ser feita a medida do colo pelo ultrassom transvaginal mais precocemente, com 16 semanas, sendo repetida a intervalos de 1 ou 2 semanas e, caso seja demonstrado o encurtamento do colo do útero, realizada a cerclagem até 24 semanas de gestação.
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