Picada de cobra coral
A cobra coral verdadeira (do gênero Micrurus) é uma serpente pertencente à família Elapidae, mesma família das famosas Najas e de outras cobras altamente venenosas, como as cobras-marinas. Embora a picada de cobra coral seja considerada um acidente elapídico, ela é extremamente rara, representando cerca de apenas 1% de todos os acidentes com serpentes no Brasil.
Apesar de ser encontrada em diversas regiões do país, incluindo a Mata Atlântica, a cobra coral verdadeira tende a evitar o contato com seres humanos. Ela é uma serpente muito pacífica e, ao se sentir ameaçada, prefere fugir a atacar. Isso, combinado com algumas de suas características fisiológicas, faz com que os acidentes envolvendo essa cobra sejam bastante incomuns.
Em contraste com cobras como a jararaca ou a cascavel, que possuem presas móveis e podem injetar veneno rapidamente quando atacam, a cobra coral não possui presas articuladas. Seu veneno é injetado por meio de dentes fixos que precisam morder e “segurar” o alvo para liberar o veneno. Além disso, o veneno da cobra coral desce por uma canaleta em vez de um cilindro, o que resulta em uma menor quantidade de veneno sendo injetada comparado com outras cobras.
Essas características tornam a cobra coral menos perigosa do que outras espécies, mas, em caso de picada, o veneno pode ser extremamente potente e exigir cuidados médicos imediatos.
Quando se trata de uma picada de cobra, especialmente de uma cobra coral, o primeiro passo é manter a calma e buscar ajuda médica imediatamente.
O que fazer em caso de picada de cobra coral?
- Não entre em pânico: tente manter a calma, pois a ansiedade pode acelerar a circulação sanguínea, o que pode ajudar a espalhar o veneno mais rapidamente;
- Imobilizar a área afetada: a vítima deve tentar manter a área da picada imóvel e abaixo do nível do coração. Isso ajuda a reduzir a propagação do veneno. Evite movimentos desnecessários;
- Evitar aplicar torniquetes: não use torniquetes, pois isso pode fazer com que o veneno se acumule em uma área e cause danos maiores aos tecidos. O mais importante é procurar assistência médica o mais rápido possível;
- Limitar o movimento: reduza os esforços e caminhe o menos possível. Isso vai ajudar a diminuir o ritmo com que o veneno se espalha pelo corpo;
- Procurar ajuda médica imediatamente: vá diretamente ao hospital ou unidade de saúde mais próxima. O atendimento médico rápido é essencial, pois o veneno da cobra coral pode ser extremamente potente;
- Identificação da cobra: se possível e seguro, tente lembrar as características da cobra para informar aos profissionais de saúde, mas não tente pegar ou matar a cobra. Isso pode ser perigoso e resultar em mais acidentes;
- Não faça cortes ou tente sugar o veneno: não tente cortar a área da picada ou realizar qualquer tipo de drenagem caseira. Isso pode piorar a situação e aumentar o risco de infecção.
Essas medidas iniciais são essenciais enquanto você aguarda o atendimento médico especializado, que pode administrar o antiveneno adequado e monitorar o estado clínico da vítima.
A ação do veneno da cobra coral é focada no bloqueio neuro-muscular, impedindo a comunicação entre os neurônios e os músculos. Como resultado, o corpo não recebe os sinais para contrair os músculos, o que leva à paralisia descendente. Os primeiros sintomas incluem visão turva, dificuldade para abrir as pálpebras e fraqueza na face e pescoço. À medida que a paralisia avança, ocorre dificuldade para ficar em pé, até atingir os músculos respiratórios, o que pode causar a morte se não for tratado com antiveneno.
Tratamento
O tratamento com antiveneno é essencial para prevenir essas complicações e deve ser administrado o mais rápido possível. A precaução é a melhor forma de evitar o acidente: a maioria das picadas ocorre nas mãos, quando as pessoas tentam pegar ou mexer com a cobra. Portanto, não mexa com cobras, especialmente se morar em áreas de mata, e oriente as crianças a nunca manuseá-las.
Em caso de picada, procure imediatamente um hospital para receber o tratamento adequado e evitar complicações graves. A rapidez no atendimento é fundamental para uma recuperação sem sequelas.
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