Picada de cobra surucucu
A Surucucu (Lachesis), também conhecida como Surucucu-pico-de-jaca, é uma serpente rara, encontrada principalmente na região da Amazônia e, em menor número, na mata Atlântica da Bahia. Por habitar áreas de difícil acesso, as picadas dessa cobra são mais comuns entre indígenas, pescadores e caçadores que se aventuram nas densas florestas.
O veneno da surucucu possui efeitos semelhantes aos da jararaca, como intensa inflamação no local da picada e alteração da coagulação sanguínea. No entanto, a surucucu tem um efeito adicional exclusivo: a ativação do sistema nervoso parassimpático. Quando essa ativação ocorre, o paciente pode apresentar sintomas como:
- Queda da pressão arterial;
- Lentificação dos batimentos cardíacos;
- Sudorese excessiva;
- Dor abdominal, diarreia e vômitos.
Esses sintomas podem dificultar ainda mais o diagnóstico, já que a ativação parassimpática pode ser sutil ou não ocorrer em todos os casos. O fato de as pessoas picadas estarem frequentemente em áreas de difícil acesso, com transporte limitado e sem infraestrutura hospitalar imediata, aumenta a gravidade do acidente.
Assim, é essencial procurar atendimento médico urgente, mesmo em locais remotos, devido à necessidade de antiveneno para evitar complicações graves e garantir a sobrevivência. A rapidez no tratamento é crucial, pois a Surucucu pode levar à falência múltipla de órgãos caso o envenenamento não seja tratado adequadamente.
O que fazer ao receber picada de cobra surucucu?
Em caso de picada de qualquer cobra, o principal foco é buscar atendimento médico o mais rápido possível. A administração do antiveneno é crucial para minimizar as consequências do acidente. Caso esteja acompanhado, é importante que o membro afetado fique em repouso. Isso significa, por exemplo, apoiar-se em outras pessoas para se deslocar até o hospital, especialmente se a picada for nas pernas ou pés.
A limpeza do local com água e sabão ajuda a reduzir a chance de infecção secundária. Também é importante retirar alianças, anéis, pulseiras e relógios da região da picada, pois o inchaço pode ocorrer rapidamente, principalmente com serpentes como a Surucucu. Além disso, não faça torniquete, não corte o local, não chupe nem aplique substâncias no local da picada, pois essas ações podem aumentar o risco de complicações graves, como síndrome compartimental, necrose e infecções secundárias.
No hospital, o médico determinará o tipo de soro antiveneno a ser administrado. No caso da picada da Surucucu, o tratamento será mais longo, e o paciente precisará de internamento por no mínimo 24 horas. Em alguns casos, a Surucucu pode ter sintomas semelhantes aos da jararaca, mas não há motivo para preocupação. O soro combinado, que neutraliza tanto o veneno da jararaca quanto o da Surucucu, está disponível na região norte, onde esses acidentes são mais frequentes.
Prevenção
Para prevenir acidentes com cobras, algumas medidas simples e eficazes devem ser adotadas:
- Uso de botas de cano longo ou perneiras: essa é a principal forma de proteção contra picadas de cobra, já que a maioria dos acidentes ocorre abaixo do joelho (cerca de 70% dos casos). As botas e perneiras formam uma barreira física, dificultando o contato da serpente com a pele;
- Evitar áreas de risco: no caso da Surucucu, uma serpente que habita principalmente a mata fechada, o mais seguro é evitar entrar nesse tipo de ambiente, caso isso não seja absolutamente necessário. Caso precise entrar, redobre os cuidados com o uso de equipamentos de proteção.
Além disso, ao caminhar em áreas de risco, sempre preste atenção ao terreno e ao ambiente ao seu redor, pois muitas cobras tendem a se esconder ou se camuflar em folhas secas, galhos ou outras vegetações densas.
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