Piolho: o que fazer, como tratar e evitar a transmissão
A infestação por piolhos, chamada de pediculose, é mais comum do que parece. Estima-se que atinja cerca de 2 milhões de pessoas por ano, com maior frequência em crianças em idade escolar, especialmente meninas com cabelos longos. Os piolhos são parasitas que vivem na pele e nos pelos, alimentando-se de sangue humano e se reproduzindo rapidamente.
Sintomas e diagnóstico
O principal sintoma é a coceira intensa, especialmente na região da nuca e atrás das orelhas. A coceira pode ser tão forte que leva a pequenas escoriações no couro cabeludo, com risco de infecção. Ao notar os sintomas, é importante que alguém examine o couro cabeludo à procura de piolhos ou lêndeas.
O piolho adulto é pequeno, tem coloração preta ou marrom e se camufla entre os fios, sendo mais difícil de ver. Já as lêndeas – ovos dos piolhos – são brancas ou esbranquiçadas, ficam grudadas perto da raiz do cabelo e são mais fáceis de identificar. Uma forma prática de diferenciar lêndea de caspa é observar que a caspa se solta com facilidade dos fios, enquanto a lêndea permanece aderida.
O diagnóstico é clínico, feito pelo médico com base na história e no exame físico.
Tratamento e cuidados
O tratamento da pediculose é feito com medicamentos antiparasitários, geralmente aplicados diretamente no couro cabeludo em forma de shampoo ou loção, mas também pode incluir medicamentos orais. Como as lêndeas demoram alguns dias para eclodir, é importante repetir o tratamento após uma semana.
A prática de raspar a cabeça não é mais recomendada, mas o uso do pente fino continua essencial para remover as lêndeas manualmente. Todos os membros da família devem ser examinados, e no caso de crianças, a escola deve ser avisada.
Transmissão e prevenção
O piolho não pula nem voa. A transmissão ocorre por contato direto entre cabeças, sendo mais comum em locais com aglomeração, como escolas e creches. Também pode acontecer pelo compartilhamento de objetos pessoais, como pentes, escovas, chapéus e acessórios de cabelo.
Diferente do que muitas pessoas pensam, a presença de piolhos não está relacionada à falta de higiene nem à frequência de lavagem dos cabelos.
Fora do corpo, o piolho sobrevive por menos de 24 horas, mas quando está em contato com a pele, pode viver por até 30 dias, colocando de 7 a 10 lêndeas por dia. Em cerca de 12 dias, os ovos eclodem, criando novos piolhos. Isso explica como poucos parasitas podem se transformar em uma infestação em poucos dias.
Para prevenir a infestação, recomenda-se:
- Não compartilhar pentes, escovas, bonés ou acessórios de cabelo;
- Evitar contato direto entre cabeças (o que nem sempre é fácil em crianças);
- Tratar todas as pessoas do mesmo ambiente ao mesmo tempo;
- Manter cabelos longos presos em ambientes com muitas pessoas;
- Procurar um médico, preferencialmente dermatologista, diante de qualquer sintoma.
Veja o vídeo com a explicação da especialista: