Poliomielite (paralisia infantil): o que é, sintomas e quando vacinar

A poliomielite, também chamada de paralisia infantil, é uma doença grave que voltou a circular em diversos países após anos de controle. Estados Unidos, Venezuela, Israel e nações africanas já registraram novos casos. A doença havia sido erradicada em várias regiões, inclusive no Brasil, mas a baixa cobertura vacinal tem reacendido o alerta.

Transmissão e sintomas

O poliovírus é transmitido de pessoa para pessoa por meio de gotículas de saliva — ao falar, tossir ou espirrar — ou pelo contato com fezes de indivíduos infectados. A maioria das pessoas infectadas não apresenta sintomas visíveis. No entanto, cerca de 1 em cada 4 pode apresentar sinais semelhantes aos da gripe: febre, dor de garganta, cansaço, náusea, dor de cabeça e dor de estômago. Esses sintomas costumam durar de dois a cinco dias e desaparecem espontaneamente.

Em casos menos frequentes, que podem atingir até 5% dos infectados, o vírus compromete o cérebro e a medula espinhal, podendo causar meningite. A forma mais grave da doença é a poliomielite paralítica, que provoca fraqueza nos braços e pernas, podendo atingir também os músculos responsáveis pela respiração. Essa forma ocorre em cerca de 1 a cada 200 pessoas infectadas, ou 1 a cada 2.000, dependendo do tipo de vírus. Pode causar incapacidade permanente e até a morte. Além disso, pessoas que se recuperam na infância podem desenvolver sintomas novamente na fase adulta, entre 15 e 40 anos depois — um quadro conhecido como síndrome pós-pólio.

Vacinação e prevenção

Não existe cura ou tratamento específico para a poliomielite, mas a vacinação é altamente eficaz. O Programa Nacional de Imunizações disponibiliza dois tipos de vacina: a injetável (com o vírus inativado) e a oral, popularmente conhecida como a vacina do Zé Gotinha.

O esquema vacinal no Brasil prevê três doses da vacina injetável no primeiro ano de vida, uma dose oral aos 15 meses e outra aos 4 anos de idade. Quando todas as doses são aplicadas corretamente, 99% das crianças ficam protegidas contra a doença.

Alerta sobre a baixa cobertura vacinal

Para impedir a circulação do poliovírus, é necessário que pelo menos 95% da população esteja vacinada. No entanto, em 2021, apenas 74% das crianças no Estado de São Paulo estavam com a vacina da pólio em dia, o que preocupa os especialistas.

Crianças entre 1 e 5 anos devem ser vacinadas conforme o calendário oficial. Mesmo as que estão fora dessa faixa etária e ainda não completaram o esquema vacinal devem receber as doses em atraso. A vacinação é essencial tanto para a proteção individual quanto para a saúde coletiva.

Veja o vídeo com a explicação da especialista: