Tontura e Vertigem: Sintomas, Causas e Tratamentos
É comum as pessoas confundirem tontura e vertigem: a tontura é uma sensação de desorientação espacial. Já a vertigem é um dos tipos de tontura. Ela causa percepção de movimento quando, na verdade, ele não existe. Saiba que o principal sintoma da vertigem é a percepção de que a cabeça ou o ambiente ao redor está girando, mas a pessoa também pode sentir como se tudo ao seu redor ficasse se mexendo, como em um barco ou navio. Quando a vertigem é mais intensa, ela desencadeia náuseas, vômitos e suor frio pelo corpo.
Por que acontece a vertigem?
O corpo utiliza de três sistemas para manter o equilíbrio: a visão, o tato e os labirintos, que são estruturas na parte interna das orelhas. Os labirintos são responsáveis por enviar dados sobre os movimentos e a posição do corpo ao cérebro. Quando algum desses sistemas sofre um problema ou se a integração das informações é mal interpretada pelo cérebro, a pessoa tem a sensação de tontura. No caso das vertigens, que são um tipo de tontura giratória, geralmente o problema vem dos labirintos.
Sintomas de vertigem
É importante saber que existem muitas causas de vertigem, mas se a pessoa souber relatar sobre os sintomas pode ajudar o médico chegar em um diagnóstico. Para isso, existem quatro características muito importantes que a pessoa deve notar:
Sensação de que tudo está girando e que tem relação com a posição da cabeça ou movimento que a pessoa faz com o corpo
Esse é um sintoma importante chamado de vertigem posicional e é característico de um problema no labirinto chamado VPPB – Vertigem Posicional Paroxística Benigna. Nessa doença, a pessoa deita na cama para o lado direito, por exemplo, e tudo começa a rodar, mas quando ela deita para esquerda, por exemplo, nada acontece.
Essa tontura ocorre devido problema nos cristais de cálcio presentes nos labirintos. Eles ficam presos em estruturas chamadas máculas. A VPPB ocorre quando esses cristais se soltam das máculas e ficam circulando nos canais dos labirintos de maneira indevida. Dependendo do movimento que a pessoa faz com a cabeça, os cristais podem se mover causando os sintomas.
Tempo de duração da vertigem
Outra causa de vertigem é a neurite vestibular, uma doença caracterizada pela inflamação aguda do nervo vestibular. Ela costuma ser intensa e com duração de horas a dias, diferente da VPPB que dura segundos.
A causa da neurite vestibular ainda não é clara, mas acredita-se que ela está relacionada à reativação do vírus da herpes simples no nervo do labirinto. Náusea e vômitos são frequentes, principalmente no início do quadro.
Vertigem, dores de cabeça e sensibilidade à luz e barulho
A enxaqueca vestibular é caracterizada por episódios recorrentes de vertigem espontânea que podem durar entre segundos e dias. Pelo menos metade destes eventos são acompanhados por dor de cabeça típica de enxaqueca, sendo de moderada a forte intensidade, de um dos lados da cabeça que podem estar associadas a náusea e vômitos, além de aumento da sensibilidade à luz e barulhos.
A enxaqueca vestibular é 5 vezes mais frequente em mulheres do que em homens e a idade de início mais comum é em torno dos 40 anos. Entre os fatores de risco que podem desencadear a crise, estão:
- Privação de sono;
- Flutuações hormonais, como ciclo menstrual;
- Excesso de estresse;
- Jejum prolongado;
- Abuso de alguns alimentos como chocolate, álcool e cafeína.
Ouvido tampado ou com zumbido
Esses sintomas podem sugerir um quadro de Doença de Ménière, um problema crônico do labirinto que afeta tanto o equilíbrio quanto a audição. A causa ainda não é completamente compreendida, mas pode estar relacionada ao aumento de pressão da endolinfa, que é o líquido interno presente no labirinto.
A doença de Ménière ocorre em apenas 1 dos ouvidos em 80% dos casos. Geralmente tem início entre 40 e 50 anos, afetando igualmente homens e mulheres. A crise de vertigem costuma durar entre minutos e horas e vem acompanhada de sintomas auditivos, como zumbido, sensação de perda auditiva ou abafamento no ouvido afetado.
Esses episódios costumam se repetir em crises que chegam sem avisar e com o tempo trazem piora progressiva da audição. A história clínica associada a audiometria, que é o exame da audição, ajuda o médico a chegar ao diagnóstico correto e planejar o tratamento.
Sinais de alerta para vertigem
Em algumas situações, a vertigem é apenas um sintoma de uma doença mais grave e merece atendimento de urgência. Nesses casos, além da vertigem, a pessoa vai apresentar alguns sinais de alerta, como:
- Dores de cabeças que não melhoram após uso de analgésicos;
- Náusea e vômitos que não respondem a medicamentos para enjoo;
- Perda do equilíbrio a ponto de não conseguir ficar nem sentado;
- Alterações na movimentação de alguma parte do corpo ou dormência delas;
- Visão dupla ou voz embaralhada;
- Desmaios, convulsões ou mudanças agudas de comportamentos.
Nesses casos, é importante buscar ajuda em um pronto-socorro o mais rápido possível. Se não for esse o caso, é essencial procurar um médico em consultório para correta avaliação.
Diagnóstico e tratamento
O diagnóstico é feito pelo entendimento da história clínica, exame físico detalhado e, em alguns casos, exames complementares como audiometria, prova calórica e o vídeo head impulse test, chamado de vHIT.
O tratamento depende da causa: para o VPPB, manobras de reposicionamento dos cristais é o que mais ajuda. Nos outros casos medicações, os sedativos labirínticos, remédios para vômitos, analgésicos e até corticoides podem ser indicados.
A vertigem tem tratamento com altas taxas de sucesso. Por isso, ao notar os sintomas, procure um médico Otorrinolaringologista com conhecimento e experiência em avaliar vertigem, chamados de Otoneurologista.
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