Trabalho de parto prematuro
O parto prematuro é uma condição comum, um em cada 10 nascimentos é prematuro. Apesar de ser uma situação frequente, o parto prematuro está associado a riscos à saúde da criança, grande impacto emocional nas famílias e custos elevados para o sistema de saúde.
O parto prematuro é aquele que acontece antes do tempo esperado, ou seja, das 37 semanas completas de gestação. Esse limite foi definido pois a partir das 37 semanas de gravidez, a maioria dos bebês já têm os pulmões maduros e conseguem respirar normalmente, sem ajuda de aparelhos ou oxigênio.
Se o bebê nascer antes das 37 semanas, ele será considerado prematuro e se o nascimento for antes das 20 semanas, isso é considerado um aborto.
Tipos de parto prematuro
- Eletivo, ou indicado pelo médico: quando alguma condição clínica grave da mãe ou do bebê não permite que a gestação chegue até as 37 semanas pelo risco à saúde de ambos;
- Espontâneo: ocorre por causas naturais.
Qual o risco associado ao parto prematuro para o bebê?
O parto prematuro é a maior causa de morte neonatal e, mesmo que a criança sobreviva, ela ainda tem risco de sequelas a longo prazo, como:
- Atraso de desenvolvimento neurológico;
- Paralisia cerebral;
- Dificuldades de aprendizado;
- Problemas de visão e audição;
- Doenças crônicas, como asma.
É válido destacar que quanto mais prematuro o bebê nasce, maior o risco de complicações e sequelas. Desta forma, o risco para crianças que nascem com 32 semanas de gestação é maior, se comparado com o risco da criança que nasce com 35 semanas.
Quais as causas do parto prematuro?
Em muitos casos não é possível identificar uma causa específica para o trabalho de parto prematuro, mas existem diversos fatores que aumentam o risco de uma mulher grávida ter trabalho de parto prematuro. Dentre eles, estão:
- Histórico de partos prematuros em gestação anterior: Essas mulheres têm risco entre 15% e 30% de ter um novo parto prematuro. O risco pode ser maior (60%) caso ela tenha tido dois partos prematuros anteriores;
- Gestação de gêmeos ou condições que aumentem o líquido amniótico, como diabetes gestacional: nesses casos, o útero fica mais distendido do que o habitual e, por isso, pode ter mais contrações e precipitar o parto;
- Presença de infecção, principalmente na vagina e nas vias urinárias, pois pode predispor à inflamação do útero, ruptura da bolsa e, consequentemente, trabalho de parto prematuro;
- Gestantes muito jovens ou muito idosas têm maior risco;
- Doença clínica materna, como diabetes, hipertensão, doença da tireoide e obesidade;
- Depressão e estresse emocional;
- Abuso de drogas e tabaco;
- Desnutrição materna: um problema muito importante, principalmente em lugares com muita precariedade, como algumas regiões do Brasil e da África.
Atenção: não ter os fatores de risco listados não significa que a mulher não terá parto prematuro. Isso porque metade dos partos ocorrem em mulheres que não apresentam esses sinais. No entanto, se ela tiver os fatores de risco, a chance de ter parto prematuro é maior e a atenção deve ser redobrada.
Como prevenir o trabalho prematuro?
O trabalho de parto prematuro pode ser prevenido através do pré-natal. Durante a gestação, o médico faz anamnese e exame físico, solicita exames de sangue, urina e ultrassom, com o objetivo de detectar e tratar situações de risco para a prematuridade. Assim, se for descoberto alguma doença, como diabetes gestacional, hipertensão ou doença da tiróide, são indicados tratamentos com medicamentos. Já se for descoberta infecção vaginal ou urinária, o tratamento será com antibióticos.
Além disso, o especialista orienta sobre os hábitos de vida saudáveis e, se for o caso, cessar o tabagismo.
No caso de gestantes que já tiveram parto prematuro anterior, o especialista pode solicitar o uso de progesterona, a partir das 16 semanas de gestação. Essa medicação consiste em um comprimido que deve ser introduzido pela vagina todas as noites até a 36ª semana. A progesterona é uma medicação segura, bem tolerada e que demonstrou em vários estudos científicos ser eficaz para prevenir o parto prematuro em gestantes de risco.
Saiba que o médico também deve recomendar o exame de ultrassom transvaginal para medir o comprimento do colo do útero, para ser realizado entre a 20ª e 24ª semanas, junto com o ultrassom morfológico de segundo trimestre. Esse é o exame mais importante para prevenção do parto prematuro.
Nesse exame, o colo do útero é medido e se estiver menor do que 25 mm é considerado risco de parto prematuro e assim se iniciam medidas de prevenção como o uso da progesterona.
Sintomas de parto prematuro
Se, mesmo seguindo todas essas orientações, a mulher entrar em trabalho de parto, provavelmente ela vai notar:
- Contrações uterinas dolorosas e rítmicas, ou seja, quando o útero contrai e relaxa a intervalos de tempo determinados, por exemplo, a cada 10 minutos, associado a dor;
- Aumento do muco ou presença de sangue na secreção vaginal, indicando que o colo do útero está dilatando;
- Perda de líquido pela vagina, indicando que pode ter ocorrido ruptura da bolsa.
É importante estar alerta aos sinais do trabalho de parto e, caso a mulher esteja em idade gestacional menor do que 37 semanas e apresentar os sintomas listados, ela deve procurar imediatamente a maternidade para avaliação dos sinais e realização do exame de toque vaginal para verificar se o colo do útero está dilatado.
Em alguns casos, quando as contrações não são muito fortes ou o colo do útero não esta dilatado, a gestante fica em observação por uma ou duas horas para avaliar evolução das contrações, realizar exames para verificar se há infecção vaginal ou urinária e exames para garantir que o bebê não esteja em sofrimento. Este último exame é feito por avaliação dos batimentos cardíacos, movimentos fetais e do líquido amniótico.
Como é o trabalho de parto prematuro?
Se for verificado que a mulher tem contrações e dilatação do colo do útero, ela deve ser internada e, caso haja condições clínicas, é permitido tentar a inibição do trabalho de parto prematuro. O objetivo da inibição é ganhar tempo para administrar a medicação corticoide, por meio de uma injeção na mae e isso acelera o amadurecimento dos pulmões do bebê dentro do útero. Seu efeito máximo é após 48 horas do início, ou seja, os especialistas tentam segurar a gestação por mais dois dias, para ter o amadurecimento pulmonar através do corticoide.
Porém, nem todas às vezes é possível inibir o trabalho de parto e para isso são usados alguns critérios:
- O bebê deve estar bem;
- A mãe não deve ter nenhuma doença grave;
- A dilatação do colo do útero não pode estar tão avançada;
- A bolsa não pode ser rompida pelo risco de infecção grave do útero.
Além disso, devido aos menores riscos associados ao parto prematuro tardio, a inibição só deve ser tentada até o limite de 34 semanas completas de gestação.
Como é feita a inibição do parto prematuro?
Muitas vezes, o trabalho de parto prematuro cessa apenas com medidas simples, como repouso, hidratação e controle da dor. Mas, para a inibição completa das contrações, pode ser necessária a administração de medicamentos via oral ou pela veia.
Se não for possível inibir o trabalho de parto, como é feito o parto prematuro?
O parto normal poderá ocorrer, mas isso dependerá de diversos fatores, como idade gestacional, peso estimado, bem-estar e a posição do bebê no útero, o tipo de parto que a gestante teve anteriormente e a dilatação do colo do útero. O médico também avaliará a necessidade de uma cesariana.
Gestante, saiba que o pré-natal é fundamental, por isso, mantenha as consultas em dia, faça os exames solicitados e siga as recomendações do médico. Todas essas medidas ajudam a prevenir o trabalho de parto prematuro.
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Veja o vídeo com a explicação da especialista: