Transexualidade não é doença

A polêmica relacionada ao tema da transexualidade é grande e inclui muitas notícias e informações sem embasamento que atrapalham mais do que ajudam. Existem muitos relatos sobre a transexualidade em toda história e no mundo todo: o tema é antigo e já era abordado na Grécia Antiga, no Império Romano, Idade Média e permanece até hoje. Atualmente, a sociedade está mais aberta e o assunto está muito mais em evidência do que no passado.

É importante ressaltar que há pessoas transexuais no mundo todo e que os números variam de acordo com cada sociedade e cultura. Entretanto, a estimativa é que a cada 100 mil pessoas, entre uma e oito delas são transexuais. Em média, é três vezes mais comum em pessoas com sexo biológico masculino.

Conceitos de transexualidade

Existem três conceitos que relacionados ao tema de transexualidade:

  • Sexo biológico: são algumas características da anatomia e funcionamento do nosso organismo. Pela genética, uma pessoa pode ter cromossomo XY e apresenta pênis e testículo ou ter cromossomo XX e possuir vagina;
  • Identidade de gênero: é a identidade ou sentimento de a pessoa pertencer a um determinado gênero, masculino, feminino, ambos ou nenhum deles; 
  • Orientação sexual é por quem ou por qual gênero, sendo masculino ou feminino, a pessoa sente algum afeto, desejo sexual ou vontade de se relacionar.
Sexo biológico refere-se às características anatômicas e genéticas, como cromossomos XY com pênis e testículos ou XX com vagina.

Transexualidade e gêneros

Ao nascer, o ser humano recebe o gênero de homem ou mulher. Os documentos registram e a família dita a criação e o comportamento dessa pessoa. Esse gênero é baseado no sexo biológico, nos genitais, de cada pessoa.

Quando a pessoa se identifica com o gênero que foi designado no nascimento, isto é, o homem que se identifica com o gênero masculino e a mulher que se identifica com o gênero feminino, ela é chamada cisgênero e isso representa a maioria da população. Diferente do transexual.

Uma pessoa transexual não se identifica com o gênero masculino ou feminino que lhe foi dado quando nasceu. Tendo características de um corpo masculino, essa pessoa se identifica como pertencente ao grupo das mulheres e não ao grupo dos homens. Essa pessoa se entende como sendo uma mulher no corpo biologicamente masculino. O mesmo vale para a pessoa que nasceu com características do corpo feminino, mas se identifica como um homem.

Transexualidade e orientação sexual

É importante saber que a definição de transexualidade não tem relação com a orientação sexual que definirá se a pessoa é heterossexual, ou seja, se ela se sente atraída por pessoas do gênero oposto, ou homossexual, se ela se sente atraída por pessoas do mesmo gênero. O transexual pode ser os dois e para ficar claro, existem transexuais heterossexuais, gays, lésbicas e bissexuais.

É válido listar que uma pessoa pode se identificar como transexual em qualquer época da vida, mas normalmente acontece na infância e na adolescência. Entre 4 e 5 anos, devido ao desenvolvimento, a pessoa começa a ter noção de pertencimento a um determinado gênero, observando as pessoas mais próximas e o mundo.

É nesta idade também que podem iniciar o sentimento de não pertencimento a um determinado gênero. Muitas vezes, os pais ou responsáveis por uma criança podem ficar muito assustados com comportamentos do gênero oposto daqueles esperados para o menino ou menina. Isso não quer dizer que a criança seja transexual. É preciso esperar e observar o desenvolvimento, se esses comportamentos permanecem ou se é uma fase e se isso está trazendo algum prejuízo para aquela criança.

Já na adolescência, período de maiores mudanças corporais com a puberdade, as pessoas transexuais podem apresentar sentimentos fortes de incômodo, tristeza, às vezes ansiedade e depressão por terem um corpo que não está desenvolvendo de acordo com sua identidade de gênero. Na presença dessa situação durante a infância, ao final da adolescência ou na vida adulta, o importante é procurar serviços específicos de saúde ou profissionais especializados.

Durante a adolescência, pessoas transexuais podem enfrentar angústia e ansiedade devido ao desenvolvimento físico em desacordo com sua identidade de gênero, sendo essencial buscar apoio em serviços especializados para lidar com essas questões.

Transexualidade não é doença

A transexualidade não é uma doença, portanto, não há cura. Ela é entendida como uma particularidade no campo da saúde e que exige atenção especializada a algumas vulnerabilidades, como depressão e ansiedade, por exemplo.

A medicina ajuda as pessoas transexuais através do acolhimento, orientação, terapias com hormônios ou hormonioterapia, cirurgias plásticas, urológicas, cirurgias de mudança de sexo, ou transgenitalização, com a intenção de adequar o corpo da pessoa à sua identidade de gênero, melhorando também a sua qualidade de vida. Vale saber que tudo isso é feito dependendo do que a pessoa busca para se sentir mais confortável.

 Do ponto de vista social, o que é possível fazer diz respeito às orientações sobre alterações de nome e gênero nos registros da vida pública. Para todas as fases, desde o entendimento da situação, eventual tratamento até a adaptação social, o apoio da família e dos responsáveis é fundamental.

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