Tuberculose: Sintomas, Transmissão e Prevenção

A tuberculose é uma doença que ainda está ativa no Brasil e no mundo. Ela causa a morte de mais de quatro mil brasileiros e quase um milhão e meio de pessoas no mundo, todos os anos. Saiba que o Brasil e outros 22 países em desenvolvimento são responsáveis por 82% dos casos.

A tuberculose consta na lista da Organização Mundial da Saúde (OMS) como uma das 10 maiores causas de morte no mundo, além de ser a primeira causa mundial de mortalidade causada por um agente infeccioso. 

Vale lembrar que essa doença foi responsável pela morte de muitas personalidades do século 19, como Dom Pedro I, Castro Alves e Noel Rosa.

Quando suspeitar de tuberculose?

Existem três aspectos que a pessoa deve avaliar sobre a tuberculose:

Sintomas causados pela tuberculose no pulmão

A tuberculose que acomete o pulmão representa 90% dos casos e apresenta os seguintes sintomas:

• Tosse prolongada que dura mais de 3 semanas. Ela pode ser seca ou com catarro e, nos casos mais avançados, ter pus ou sangue;
• Cansaço excessivo e indisposição;
• Febre baixa que, geralmente, ocorre no período da tarde;
• Sudorese noturna: a pessoa sua mais que o habitual à noite, muitas vezes ficando com a roupa e o lençol molhado;
• Falta de apetite;
• Perda de peso sem o desejo de perder, ou seja, a pessoa não esta fazendo nenhuma dieta e mesmo assim está emagrecendo;
• Rouquidão.

Sintomas fora do pulmão

Em 10% das vezes, a tuberculose não fica no pulmão. Ela pode se desenvolver em diversas partes do corpo, chamados de formas extra pulmonares. Nesses casos, os sintomas são diversos e dependem do local da doença como:

• Dor para respirar: quando a tuberculose está na pleura, membrana que recobre o pulmão;
• Aumento dos gânglios ou linfonodos, popularmente conhecidos por ínguas. Isso é comum ocorrer na tuberculose ganglionar que acomete os gânglios em diversas partes do corpo;
• Dor de cabeça, cada vez mais intensa e que pode estar associada a náuseas e vômitos. Esse são sintomas importantes para a tuberculose que atinge o sistema nervoso central e as meninges;
• Dores fortes, principalmente na coluna nos casos de tuberculose óssea;
• Aumento do baço e do fígado e nódulos no pulmão, além de diversos órgãos. Eles são característicos da tuberculose miliar ou disseminada.

Essas são as formas extra pulmonares mais importantes, mas é essencial destacar que a tuberculose pode afetar praticamente todas as partes do corpo, cada uma com um sintoma.

Apesar dessa diversidade de sintomas, quase todas as pessoas afetadas têm três sintomas em comum e que marcam bem a suspeita de tuberculose: emagrecimento, febre e sudorese à noite.

Exposição ao vírus 

A tuberculose é causada por uma bactéria que se propaga através do ar. Quando uma pessoa com tuberculose tosse, espirra ou fala em voz alta, ela expele essas bactérias junto às gotículas que se espalham no ar. Se outra pessoa inalar essas gotículas, ela pode ter uma infecção tuberculosa. Saiba que essa transmissão é bem fácil de ocorrer.

É válido saber que uma pessoa bacilífera, ou seja, aquela com tuberculose e que transmite a bactéria como citada, é capaz de infectar entre 10 e 15 pessoas por ano na comunidade com a qual tem contato. Mas, saiba que nem todas as pessoas que inalaram a bactéria e foram infectados terão a doença tuberculose. Tudo depende da exposição.

Acredita-se que quem pega tuberculose tem que ter contato com um transmissor maior que 200 horas. Isso acontece, principalmente em quem mora na casa de uma pessoa com tuberculose ou quem frequenta aglomerados que habitualmente tem pessoas com tuberculose, como asilos ou hospitais, que é o caso dos profissionais da saúde ou os próprios idosos, por exemplo.

Em quanto tempo a pessoa apresentará sintomas de tuberculose?

A tuberculose demora entre meses e anos para causar os primeiros sintomas, mas isso não significa que as pessoas que tiveram essa exposição no passado, mesmo que sem sintomas no momento, não devem ficar atentas.

O recomendado é que elas procurem um um médico, principalmente nos primeiros dois anos após o contato para realizar um “tratamento preventivo” ou tratamento da infecção latente. Esse tratamento pode diminuir entre 60% e 90% o risco de adoecer.

A vacina BCG protege contra a tuberculose?

A vacina BCG, contra a tuberculose, que as crianças tomam após o nascimento, previne especialmente as formas graves da doença, como tuberculose miliar e meníngea na criança. Se a pessoa tiver contato muito próximo com um transmissor, a vacina não protege.

É importante saber que a vacina não protege as pessoas que já tiveram contato com a tuberculose, sendo indicada até no máximo cinco anos de idade. Ela  também não tem efeito nos imunocomprometidos, em que a falha no sistema imune pode facilitar a proliferação das bactérias que estavam sendo combatidas previamente e, assim, a doença se manifestar estando vacinadas ou não.

Fatores de risco para tuberculose

Os imunodeprimidos, pessoas com problema no sistema imunológico ou no sistema de defesa, têm mais risco de ser infectado com a doença:

• Crianças com menos de dois anos, ou idosos com mais de 60 anos;
• Portadores do vírus do HIV;
• Pessoas em tratamento com imunossupressores, portadores de artrite reumatóide, lúpus, doença de chron;
• Diabéticos;
• Desnutridos;
• Usuários de álcool e drogas;
• População indígena;
• Tabagistas;
• Moradores de rua;
• Profissionais de saúde;
• Moradores de asilos ou internados em hospitais, pela exposição aumentada.

Se nada for feito, uma pessoa com tuberculose pode facilmente transmitir a doença para toda a família e amigos, evoluindo para quadros clínicos com sequelas importantes.

Saiba que essa doença tem remédio e tem cura. Por isso é importante estar atento aos sintomas listados e, se tiver em contato com algum tossidor crônico, ou ainda se tiver os fatores de risco, busque ajuda de um médico Infectologista, Pneumologista ou um Clínico Geral.

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