Verdades e mentiras sobre vacina
Muitas informações circulam na internet sobre as vacinas e a maioria faz parte das fake news, as notícias falsas. Por isso, é importante saber o que é verdadeiro e falso em relação a este assunto. Seguem 7 mitos e verdades sobre as vacinas:
1) Mito ou verdade: a pessoa gripada não pode tomar a vacina contra o vírus influenza se estiver gripada?
Verdade! Conforme orientação do Ministério da Saúde, na presença de qualquer quadro febril agudo – seja covid-19, gripe ou qualquer outra doença que tenha febre como sintoma. A pessoa deve evitar tomar a vacina contra influenza para que não se confunda a manifestação da doença com a reação adversa à vacina. A recomendação é esperar a melhora do quadro gripal ou febril para só então se vacinar.
2) Mito ou verdade: tomar uma dose de uma única dose de vacina quando na realidade é recomendado duas ou três doses já garante proteção, não sendo necessário completar o esquema de vacinação com as outras doses?
Mito! Quando a vacina tem previsão de ser dada em mais de uma dose, tomar doses incompletas não garante a eficácia plena da imunização. A vacinação incompleta – a depender da doença – pode, quando muito, gerar uma imunização incompleta que pode levar o paciente a ter quadros mais leves da doença caso se contamine, mas isso não funciona para todas as doenças.
3) Mito ou verdade: pessoas que recebem várias vacinas no mesmo dia podem ter sobrecarga do sistema imune e têm mais risco de efeitos adversos?
Mito! As vacinas do calendário vacinal podem ser feitas simultaneamente sem problemas. Durante a infância as crianças são expostas a muito mais antígenos ou microrganismos, levando o sistema imune a produzir respostas adequadas aos patógenos. Portanto, não há sobrecarga do sistema imune quando é realizada a vacinação simultânea para vários tipos de patógenos. Também, não aumenta o risco de efeitos adversos.
4) Mito ou verdade: quem já teve catapora não precisa tomar vacina para catapora?
Verdade! A catapora, doença causada por um vírus muito contagioso, confere imunidade para vida toda. Ou seja, não se contrai catapora mais de uma vez, não sendo necessária a vacina nesse caso. Vale lembrar, no entanto, que não pode ser considerada uma doença leve, pois pode evoluir com complicações graves, como pneumonia, infecção bacteriana das lesões e encefalite. Além disso, quem teve catapora pode desenvolver o herpes-zoster (cobreiro), sobretudo os idosos, pois o vírus da catapora fica latente no organismo e pode eclodir novamente após muitos anos, na forma do cobreiro.
Se houver tiver dúvida sobre se alguém teve ou não catapora a vacina deve ser indicada, pois mesmo que já tenha tido no passado, não faz mal tomar a vacina. É importante lembrar também que pessoas com a imunidade comprometida e gestantes não devem tomar a vacina da catapora, pois é uma vacina de vírus vivos atenuados.
5) Mito ou verdade: quem tem alergia a ovo ou gelatina não pode tomar vacina?
Depende da vacina. Existem quatro vacinas principais que têm, em sua formulação, proteínas do ovo: febre amarela, influenza que é a vacina da gripe, tríplice viral e quádrupla viral. Com a otimização das técnicas de desenvolvimento das vacinas, a quantidade de proteína do ovo nas vacinas foi diminuindo cada vez mais, reduzindo o risco de pessoas terem alguma reação anafilática ou alergia associada.
Para a vacina da gripe, que é a influenza, tríplice viral e quadrupla viral mesmo se tiver a pessoa tiver alergia a ovo ou gelatina, a recomendação é tomar a vacina e apenas monitorar os sintomas. Já em relação à febre amarela, existe um risco pouco maior principalmente se a pessoa já teve reação anafilática grave quando teve contato com ovo. Nesse caso, deve ser avaliado caso a caso.
6) Mito ou verdade: não é mais necessário se vacinar contra doenças que estão quase erradicadas no país?
Mito! Historicamente, a aplicação das vacinas tem diminuído a incidência de doenças graves como poliomielite, coqueluche, tétano, difteria, meningites, sarampo, caxumba, rubéola e febre amarela. O impacto positivo da imunização ao longo da história pode gerar a falsa sensação de que doenças imunopreveníveis são raras e não oferecem mais riscos à saúde. Não se pode cair no raciocínio “já que a doença quase não existe, não precisamos mais nos vacinar”, quando o pensamento deve ser o contrário: “porque a população se vacinou é que determinada doença ficou rara”.
É importante salientar que eventuais quedas de coberturas vacinais criam ambientes favoráveis ao surgimento de novos surtos e epidemias.
7) Mito ou verdade: é comum as pessoas falarem que ficaram gripadas após tomar vacina da gripe. Isso é verdade? As vacinas podem causar a doença que estão destinadas a prevenir?
Via de regra, não. A maioria das vacinas não provoca a doença que é destinada a combater. Uma diferenciação é importante: é muito comum, principalmente em crianças, algumas vacinas darem reações leves, como febre baixa, mal-estar e dor no corpo, às vezes com vermelhidão e dor no braço no local de aplicação. Entretanto, isto não configura doença. Na verdade, é apenas uma reação extremamente leve do corpo à vacina, com sintomas que desaparecem em 24h a 48h após a aplicação.
Outro ponto fundamental é diferenciar alguns aspectos: vacinas feitas de vírus inativados ou partes virais não podem causar as doenças que previnem. Por outro lado, vacinas de vírus vivo atenuadas, que constituem apenas uma parcela das vacinas utilizadas — como a tríplice viral (sarampo, caxumba e rubéola) — podem, raramente, causar versões mais leves da doença que tentam prevenir. Porém, é importante salientar que são quadros muito brandos e que evoluem de forma positiva em poucos dias. O importante é evitar a doença sobretudo suas formas graves.
Em caso de dúvidas sobre as vacinas, busque ajuda médica ou procure as redes sociais do Doutor Ajuda, pois ajudaremos esclarecer o que for possível.
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