Verdades e mentiras sobre vacina

Existem muitas notícias sobre as vacinas na internet, mas, infelizmente, a maioria delas é caracterizada como falsa, as famosas fake news. No entanto, muitas vezes é dificil diferenciar  o que é verdade do que é mentira, por isso segue abaixo alguns mitos e verdades sobre as vacinas. 

“Não é permitido tomar a vacina contra o vírus influenza se a pessoa estiver gripada?”

Verdade. Conforme orientação do Ministério da Saúde, na presença de qualquer quadro febril – seja covid-19, gripe ou qualquer outra doença que tenha a febre como sintoma – a pessoa deve evitar tomar a vacina contra influenza para que não se confunda a manifestação da doença com a reação adversa à vacina. Diante disso, a recomendação é esperar a melhora do quadro gripal ou febril para se vacinar.

Evite a vacina contra influenza durante qualquer quadro febril, como gripe ou COVID-19, para não confundir sintomas da doença com reações adversas.

“Tomar uma dose de vacina quando é recomendado duas ou três doses já garante proteção, ou seja, não é necessário completar o esquema de vacinação com as outras doses?”

Mito. Quando a vacina tem previsão de ser dada em mais de uma dose, tomar doses incompletas não garante a eficácia plena da imunização. A vacinação incompleta — dependendo da doença — pode gerar uma imunização incompleta e portanto a pessoa não terá a proteção total daquela vacina. 

“Pessoas que recebem várias vacinas no mesmo dia podem ter sobrecarga do sistema imune, com isso, elas têm mais risco de efeitos adversos?”

Mito. As vacinas do calendário vacinal podem ser feitas simultaneamente sem problemas. Vale lembrar que durante a infância, as crianças são expostas a muito microrganismos, levando o sistema imune a produzir respostas adequadas aos agentes. Portanto, não há sobrecarga do sistema imune quando é realizada a vacinação simultânea para vários tipos de patógenos e também não aumenta o risco de efeitos adversos.

“Quem já teve catapora não precisa tomar vacina para catapora?”

Verdade. A catapora, doença causada por um vírus muito contagioso, confere imunidade para vida toda. Ou seja, não se contrai catapora mais de uma vez, por isso, não é necessária a vacina nesse caso. Vale lembrar que a catapora não pode ser considerada uma doença leve, pois pode evoluir para complicações graves, como pneumonia, infecções bacterianas nas lesões que ela causa e infecção no sistema nervoso central. Além disso, quem teve catapora pode desenvolver o herpes-zoster (cobreiro), principalmente os idosos, pois o vírus da catapora fica latente no organismo e pode se desenvolver novamente após muitos anos na forma do cobreiro.

Quem teve catapora pode desenvolver herpes-zoster (cobreiro) mais tarde, especialmente os idosos, pois o vírus fica latente no organismo e pode reativar após anos.

Se a pessoa não tiver certeza se já teve catapora é indicado se vacinar contra a doença, pois mesmo que ela já tenha tido a doença e se vacinado (mesmo não sabendo), a vacina não vai prejudicar a saúde. É importante lembrar também que as pessoas com a imunidade comprometida e gestantes não devem tomar a vacina da catapora, pois é uma vacina de vírus vivos atenuados, ou seja, enfraquecido.

“Quem tem alergia ao ovo não pode tomar vacina?”

Depende da vacina. Existem quatro vacinas principais que têm, em sua formulação as proteínas do ovo:

  • Febre amarela;
  • Influenza, que é a vacina da gripe;
  • Tríplice viral, contra sarampo, caxumba e rubéola;
  • Quádrupla viral, contra sarampo, caxumba, rubéola e varicela.

Com a otimização das técnicas de desenvolvimento das vacinas, a quantidade de proteína do ovo foi diminuindo cada vez mais, reduzindo assim o risco de pessoas terem alguma reação anafilática ou alérgica associada.

Saiba que para a vacina da gripe (influenza), tríplice viral e quadrupla viral mesmo se a pessoa tiver alergia ao ovo, a recomendação é tomar a vacina e monitorar os sintomas. Já em relação à febre amarela, existe um risco maior, principalmente se a pessoa já teve reação anafilática grave quando teve contato com ovo. Nesse caso, deve ser avaliado caso a caso.

“Não é necessário se vacinar contra doenças que estão quase erradicadas em meu país?”

Mito. Historicamente, a aplicação das vacinas tem diminuído a incidência de doenças graves, como poliomielite, coqueluche, tétano, difteria, meningites, sarampo, caxumba, rubéola e febre amarela. O impacto positivo da imunização ao longo da história pode gerar a falsa sensação de que doenças imunopreveníveis são raras e não oferecem mais riscos à saúde.

Por isso, não se pode cair no raciocínio: “já que a doença quase nem existe, não precisamos mais nos vacinar”. Quando o pensamento deve ser o contrário: “porque a população se vacinou é que determinada doença ficou rara”. É importante salientar que eventuais quedas de coberturas vacinais criam ambientes favoráveis ao surgimento de novos surtos e epidemias.

É essencial continuar se vacinando contra doenças quase erradicadas, como poliomielite e sarampo, pois a vacinação mantém essas doenças sob controle e evita novos surtos e epidemias.

“É comum as pessoas falarem: ‘fui tomar vacina da gripe e fiquei gripado’. Isso é verdade? As vacinas podem causar a doença que estão destinadas a prevenir?”

Via de regra, não. A maioria das vacinas não provoca a doença que é destinada a combater. É muito comum, principalmente em crianças, algumas vacinas darem reações leves, como febre baixa, mal-estar e dor no corpo, às vezes com vermelhidão e dor no braço no local de aplicação. Entretanto, isto não configura doença, mas uma reação extremamente leve do corpo à vacina, com sintomas que desaparecem em um ou dois dias após a aplicação.

No entanto, é fundamental diferenciar alguns aspectos das vacinas. Algumas, são feitas de vírus inativados (mortos) ou partes dos vírus. Não podendo causar as doenças que previnem. Em contrapartida, algumas vacinas são feitas de vírus atenuados (enfraquecidos) e elas constituem apenas uma parcela das vacinas utilizadas – como a tríplice viral – e, nesses casos, podem raramente causar versões mais leves da doença que tentam prevenir. Porém, é importante salientar que são quadros brandos e que evoluem de forma positiva em poucos dias. O importante é evitar a doença, sobretudo, suas formas graves.

Programa Nacional de Imunizações

Há 50 anos, o Programa Nacional de Imunizações (PNI) garante à população brasileira acesso gratuito a todas as vacinas recomendadas pela Organização Mundial de Saúde (OMS) entre elas, vacinas contra:

  • Gripe;
  • Covid-19;
  • Tuberculose;
  • Poliomielite;
  • Meningite;
  • Sarampo;
  • Caxumba;
  • Rubéola;
  • Difteria;
  • Tétano;
  • Coqueluche.

Aproximadamente 20 vacinas para crianças, adolescentes, adultos, idosos e gestantes são distribuídas anualmente através do PNI. Isso porque, para manter a proteção, é recomendado que entre 90% e 95% da população receba cobertura vacinal.

Porém, desde 2015, essa taxa tem tido sucessivas quedas, apresentando sua pior marca em 2021. Entre os diversos fatores responsáveis por essa redução na adesão às vacinas, destaca-se a difusão das notícias falsas, ou fake news. Por isso, se alguém escutou alguma informação diferente sobre as vacinas ou se está em dúvida se deve ou não se vacinar, é recomendado buscar ajuda profissional para entender.

Continue acompanhando nosso site para acessar informações confiáveis de saúde e bem-estar para você se cuidar melhor!

Veja o vídeo com a explicação da especialista: