Câncer de Bexiga: quando suspeitar, sintomas, fatores de risco.

O câncer de bexiga é uma doença muito comum e está entre os dez mais frequentes. De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (Inca), mais de 10 mil pessoas terão câncer de bexiga no Brasil, sendo sete mil homens e três mil mulheres.

Saiba que a suspeita de câncer de bexiga deve ocorrer em dois momentos: se a pessoa apresentar os sintomas e/ ou fizer parte do grupo de risco. Entenda melhor:

Sintomas de câncer de bexiga

O principal sintoma é o sangue na urina, chamado de hematúria. Neste caso, a urina fica avermelhada e, muitas vezes, com coágulos de sangue parecidos com gelatina de morango de cor bem escura. É importante saber que o sangue descoberto apenas no exame de urina também é considerado um sintoma de câncer na bexiga. Entre os outros sintomas, estão:

  • Ardência para urinar;
  • Vontade de urinar várias vezes ao dia;
  • Dor no baixo ventre;
  • Dificuldade para urinar. 

Entretanto, é válido ressaltar que esses sintomas também estão presentes em outras doenças mais comuns do que câncer de bexiga, como infecção urinária, pedra no rim, problemas na próstata e pedra na bexiga.

Nos casos mais avançados, a pessoa pode apresentar perda de peso, palidez e cansaço. 

O principal sintoma de câncer de bexiga é sangue na urina.

Grupos de risco para câncer de bexiga

Existem alguns fatores que aumentam as chances de a pessoa ter câncer de bexiga. Dentre eles:

  • Tabagismo: esse é o principal fator de risco, pois quem fuma tem em média 3 vezes mais chance de ter câncer de bexiga se comparado com quem não fuma. Quanto mais a pessoa fuma, maior o risco;
  • Exposição a agentes químicos: trabalhar exposto a agentes químicos, como agrotóxicos, tintas e derivados de petróleo  tem associação com diferentes tumores, incluindo da bexiga;
  • Infecção urinária de repetição: a bexiga com inflamação crônica, causada por infecção urinária persistente, pela presença de sonda ou por alguns tipos específicos de parasitas têm maior risco de desenvolver um tipo específico de câncer na bexiga, chamado carcinoma espinocelular. 
  • Tratamento com radioterapia na área da pelve ou bacia: a radiação usada na radioterapia para tratar tumores na parte de baixo do abdômen e na bacia, como câncer de próstata, câncer de colo de útero ou câncer de reto, pode ser uma das causas de câncer de bexiga;
  • Histórico familiar: se houver pessoas na família com câncer de cólon (intestino grosso), ovário, útero e de bexiga, o risco de ter tumores de bexiga pode ser maior. 

Saiba que outros fatores considerados de risco para câncer na bexiga, são: ser do sexo masculino, raça branca e idade acima de 40 anos. 

Uma das principais causas do câncer de bexiga é o tabagismo.

Diagnóstico de câncer de bexiga

Se a pessoa tiver os sintomas listados e fizer parte do grupo de risco, deve buscar ajuda de um Urologista para investigação complementar, que inicialmente é feita por exames de imagem como ultrassom, tomografia e exames de urina.

Se após esses exames ainda houver suspeita do tumor ou se ele for identificado, o médico pode solicitar o exame de cistoscopia, realizado através de uma câmera para ver dentro da bexiga. Caso seja encontrado uma área suspeita ou um tumor, é realizada biópsia, retirando pequenos pedaços dessas áreas ou raspagem da lesão suspeita, chamado de ressecção transuretral da bexiga.

Informações da doença

Após, o material retirado é enviado para análise no microscópio por um médico patologista. Ao final da análise, será possível definir o tratamento, que depende dessas informações descobertas, como o nome do tumor, agressividade e extensão do tumor dentro da bexiga. Entenda:

  • Nome do tumor: existem vários tipos de câncer de bexiga que têm comportamentos completamente diferentes. Entre os mais comuns estão: carcinoma urotelial, carcinoma espinocelular e adenocarcinoma;
  • Agressividade do tumor: dentro de cada um desses tipos de tumores existem aqueles que crescem lentamente e no local, chamados de pouco agressivos. Entretanto, existem os muito agressivos que crescem rápido ou que se espalham para outros órgãos (chamado de metástase) com facilidade. Eles representam uma ameaça maior e, por isso, o tratamento normalmente é diferente;
  • Extensão do tumor, ou profundidade: a bexiga é formada por uma camada mais interna, a mucosa, e por uma camada de músculo. Normalmente, o tumor tem início na mucosa e,  a partir dela,  ele pode crescer ou para dentro da bexiga (como se fosse um coqueiro) ou pode crescer para a profundidade (como uma mandioca) e nesse caso compromete o músculo da bexiga.

Quando a doença invade o músculo, ela está mais avançada, com risco muito maior de se espalhar e de crescer para outras estruturas.

 Além dessas informações, para o completo entendimento da doença, podem ser necessários outros exames para avaliar se existe tumor em outros órgãos.

Tratamento

Somente após essa avaliação é que o tratamento é definido. Saiba que, felizmente, na maioria das vezes, o tumor é identificado no início, quando está na fase da mucosa e, então, o tratamento é a raspagem do tumor. Em alguns casos, deve ser complementada por outras raspagens ou pela colocação de medicamentos na bexiga.

No entanto, quando o tumor invade o músculo da bexiga, o tratamento deverá ser mais invasivo, com cirurgia para retirada da bexiga por completo, chamada de Cistectomia. Sem bexiga, a pessoa passará a urinar por uma bolsa na barriga ou por uma nova bexiga feita de intestino. Nesses casos, também podem ser usados tratamentos com radioterapia, quimioterapia e imunoterapia.

É essencial saber que as taxas de cura nos casos iniciais são muito altas, já nos estágios mais avançados elas são piores. Por isso, se apresentar os sintomas listados ou pertencer aos grupos de risco, busque ajuda de um médico Urologista.

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